O Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos recebeu em sua casa, ontem (23), na Mangueira, um grupo representativo, de grande relevância nacional e cultural negra.

 


O Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos recebeu em sua casa, ontem (23), na Mangueira, um grupo representativo, de grande relevância nacional e cultural negra. 

O almoço, regado com feijoada, celebrou o documentário "Resistência Negra" e o protagonismo de atores, atrizes, diretores, diretoras e roteiristas negros e negras na teledramaturgia brasileira. 

"Resistência Negra" é o nome da série documental que o Globoplay prepara para estrear em novembro. A produção terá cinco episódios e será apresentada pela cantora Larissa Luz e pelo rapper Djonga. O projeto foi idealizado e levado à plataforma de streaming da Globo pelo professor da UFRJ - Ivanir dos Santos, atuante há mais de 40 anos em prol das liberdades, dos direitos humanos, das pluralidades, contra o racismo e a intolerância religiosa. A direção geral é de Mayara Aguiar, é uma das poucas figuras negras que trabalham como diretores na emissora, e a primeira mulher negra a atuar na teledramaturgia. Ou seja, o documentário é uma potência. 

"Existem movimentos que nos respaldam e nos sustentam pra chegarmos até aqui. Nossos passos vêm de longe. Como aprendi com Lúcia, Xavier e Jurema Werneck e todo o movimento de mulheres negras. Há anos os movimentos negros tem sido fundamentais nas suas reivindicações e lutas pra que a gente chegasse hoje ao que é", afimrou a atriz Juliana Alves. 

O foco do encontro, em fortalecimento e complementaridade a ações de conscientização sobre a igualdade racial, foi organizado pelo Centro de Articulações de Populações Marginalizadas / CEAP, contou com Maria Gal (interpreta Neiva na novela Amor Perfeito), Juliana Alves (Wanda/ Amor Perfeito), Samantha Almeida - Diretora de Diversidade e Inovação em Conteúdo da TV Globo, Diogo Almeida (Orlando - novela Amor Perfeito). As crianças Levi Asaf, que interpreta o Marcelino na novela Amor Perfeito e Lua Miranda, aliás, a pequena Lua estará no documentário. 

“O encontro trouxe uma oportunidade de uma ampla confraternização, de respeito a tudo que o  povo negro brasileiro representa", potuou Ivanir. 

Paulo Lins, escritor que também colaborou no roteiro da série, fez um bate de volta de São Paulo, especialmente para o evento. Renomado, ganhou fama internacional com roteiro na publicação (1997), do livro Cidade de Deus, sobre a vida das favelas do RJ. "É importante para todas as pessoas que de alguma forma ajudaram pra equidade racial nesse país. Um país que tem uma discrimina racial muito grande e esse encontro celebra o que a gente conquistou e para  também dizer que a luta continua", declarou.

Em uma bucólica vila de casas na Zona Norte, o "Quintal do Ivanir", titulado por alguns, ganhou ainda uma roda de samba e com direito a palinha nos vocais de Marquinhos Oswaldo Cruz, outra figura importante no cenário carioca, leia-se Feira das Yabás e Trem do Samba. Além de Claudia Vitalino, atuante do Movimento Negro e Mulheres Negras, Coronel Ubiratan, Joel da Educafro, Patrícia Rodrigues - coordenadora do projeto "Casa da Mulher Sambista", Jonathan Raymundo - historiador e fundador do expressivo movimento Wakanda in Madureira, Erick Bretas e Rafael Dragaud, ambos da TV Globo, Tânia Amorim - umas das idealizadoras do documentário sobre Bangbala "Que eu Receba Riquezaalém de intelectuais como Carlos Alberto  Medeiros Jacques d'Adesky, entre outras lideranças negras. 

"Que honra ser uma trabalhadora operária desse momento tão importante no audiovisual e sociedade brasileira", declarou Samantha Almeida. 

“Respeito quem realiza construções negras. Me sinto orgulhoso dessas ações, é uma iniciativa coletiva do povo negro”, completa Ivanir do Santos, e assim, a tarde desse domingo lançou um outro momento, enquanto fruto de um movimento secular do ativismo da população negra, traçado na luta contra as opressões. 


Fotos de Henrique Esteves 
























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