João Cavalcanti realiza show em homenagem à Dona Ivone Lara

 João Cavalcanti realiza show em  

homenagem à Dona Ivone Lara 
 

O músico apresenta o álbum “Ivone Rara – 100 Anos da Dona do Samba”  
nos dias 12 e 13 de maio, no Sesc Vila mariana 



Em homenagem ao centenário da sambista e compositora Dona Ivone Lara (1922 – 2018), o músico João Cavalcanti apresenta o álbum “Ivone Rara – 100 Anos da Dona do Samba” no Sesc Vila Mariana. O show acontece nos dias 12 e 13 de maio, às 21h, no Teatro Antunes Filho, e traz no repertório alguns dos grandes sucessos de Dona Ivone, como “Sonho Meu” (Dona Ivone Lara/ Delcio Carvalho) e “Tendências” (Dona Ivone Lara/Jorge Aragão). Os ingressos para o show já estão disponíveis no Portal Sesc SP e nas bilheterias do Sesc em todo o Estado. 
Forma 
 
Desde o início da concepção do álbum, o norte foi o mais acertado possível, o de jogar luz sobre a arquitetura melódica da compositora. Num repertório elaborado muito menos por motivações cartesianas, João gravou 15 faixas – em encadeamentos interessantes e criativos de 22 composições da homenageada – que lhe permitissem dar a sua leitura e, por consequência, construir um discurso pessoal a partir daquilo que as canções de Dona Ivone originalmente já transmitem por si mesmas. Ele conta que teve duas intenções principais quando pensou o repertório de "Ivone Rara". "O primeiro critério foi selecionar as melodias que eu julgo mais deslumbrantes. O segundo critério foi, entre as letras das canções, que me ajudariam a contar uma história que respeitasse a minha relação com a música e que criasse um discurso notadamente novo a partir de canções que já foram gravadas", explica. 
 
Essas muitas mensagens estão todas ali. Desde a abertura com "Alguém Me Avisou", enlaçada com "Menino Brasileiro", passando por outros amálgamas como os de "Sem Cavaco Não" / "Enredo do Meu Samba" e de "Dizer Não Pro Adeus" / "Adeus à Solidão". 
 
Para ajudar a compor essa nova narrativa, o artista explica que teve um cuidado minucioso com a ordenação das músicas - algumas delas agrupadas em forma de suítes. "Com um critério simbólico em mente, uni canções que se correlacionam. Optei por cantar pedaços de certas canções, omiti pedaços de determinadas letras. Criei uma colcha de retalhos desses textos para justamente conseguir criar essa história de forma mais objetiva. As suítes não só existem em função da formação instrumental, que é uma formação que remete a um concerto, mas também para ajudar a contar essa história nova que eu queria", completa. 
 
Alguns desses entrelaçamentos suscitaram em João a construção de enredos narrativos ainda mais extensos, que ele moldou, de maneira sensível e inteligente, em forma de suítes. São os casos do que ele considera a "Suíte Voz", que sublinha a faceta do intérprete em sua profissão-missão de cantar, agrupando "Canto do Meu Viver" / "Sereia Guiomar" / "O Trovador" / "Nasci Pra Sonhar e Cantar"; a "Suíte Romântica", que reúne o lirismo perfeito da melodia de "Coração, Por Que Choras?", gravada há 40 anos por Ivone, com as conhecidas "Liberdade" e "Minha Verdade"; e a "Suíte Esperança", que aponta para um futuro melhor, mais humanizado e afetuoso, com "Samba de Roda Pra Salvador" e os clássicos "Acreditar" e "Sonho Meu". 
 
Além da densidade imersiva no universo melodioso de Dona Ivone proposto pelos pot-pourris, há também as canções apresentadas isoladamente e que encerram a mesma força. Entre elas, obras-primas como "Tendência", "Alvorecer" e "Mas Quem Disse Que Eu te Esqueço" e outras um pouco menos conhecidas do público, como "Doces recordações", "Resignação" e "Nos Combates Desta Vida", todas coincidentemente gravadas pela própria autora em seu disco de 1985. 
 
Tão interessantes quanto a montagem do repertório são a instrumentação, os arranjos e, por consequência, a sonoridade do disco. Gregárias como a obra de Dona Ivone Lara, as atuações de Adriana Holtz (violoncelo), Claudia Elizeu (piano), Marcelo Caldi (sanfona) e Wanessa Dourado (violino e rabeca) dividem o protagonismo com o canto de João Cavalcanti, passando ao largo das obviedades e dos lugares-comuns ao encarar as criações de uma compositora umbilicalmente ligada ao samba. 
 
Este é o primeiro álbum solo exclusivamente de intérprete de João, cuja história fonográfica conta com os discos "Placebo" (2012) e "Garimpo" (2018), esse último em duo com Marcelo Caldi, os projetos audiovisuais "Samba Mobiliado" (2019) e "Desengaiola" (2022) – feito na companhia de Alfredo Del-Penho, Moyseis Marques e Pedro Miranda – além dos sete álbuns e dois DVDs lançados ainda como integrante do grupo Casuarina. Diante de um cenário de terra arrasada para a Cultura e para o país como um todo, João compreendeu que o exercício de se debruçar sobre o cancioneiro de Dona Ivone ("uma das maiores melodistas do mundo", nas palavras dele) poderia levá-lo, inclusive, a se tornar um compositor melhor do que ele já é. 
 
No ano de seu centenário, Dona Ivone Lara ganha muito mais do que uma reinterpretação de sua obra. Ganha a renovação de seu legado num país que anseia, acredita e sonha com um alvorecer mais musical e acolhedor num horizonte próximo. 
 
Texto de Lucas Nobile, autor de "Dona Ivone Lara: A Primeira-Dama do Samba" (Sonora Editora) 
 
Serviço 
João Cavalcanti 
Lançamento do álbum “Ivone Rara – 100 Anos da Dona do Samba” 
Dias 12 e 13 de maio 
Sexta e sábado, às 21h 
Teatro – Sesc Vila Mariana 
Autoclassificação12 anos 

 

Ingressos: disponíveis online, pelo Portal Sesc SP, e presencialmente, em qualquer unidade do Sesc no Estado de São Paulo – R$ 12 (credencial plena); R$ 20 (estudante, servidor de escola pública, idosos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 40 (inteira). 
 
*Obs.: É recomendável o uso de máscara, cobrindo nariz e boca, durante toda a permanência na unidade.  
 

Sesc Vila Mariana  
Endereço: Rua Pelotas, 141, Vila Mariana - São Paulo 
Central de Atendimento (Piso Superior – Torre A): terça a sexta, das 9h às 20h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (obs.: atendimento mediante a agendamento).   
Bilheteria: terça a sexta, das 9h às 20h30; sábado, das 10h às 18h e das 20h às 21h; domingos e feriados, das 10h às 18h. 
Estacionamento: R$ 5,50 a primeira hora + R$ 2,00 a hora adicional (Credencial Plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). R$ 12 a primeira hora + R$ 3,00 a hora adicional (outros). 125 vagas. 
Paraciclo: gratuito (obs.: é necessário a utilização travas de seguranças). 16 vagas 
Informações: 5080-3000 
  
Assessoria de imprensa 
 
Sesc Vila Mariana 
Estevão Denis Silveira / Rafael Nicolas 
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