“Gênero, Arte e Diáspora” são os temas do próximo seminário gratuito no Centro Cultural Sesc Quitandinha, em torno da exposição “Um oceano para lavar as mãos”
Flávio Gomes, curador da área de pensamento da
programação cultural que acompanha a mostra, recebe as historiadoras Iamara Viana, pesquisadora das temáticas que envolvem o corpo escravizado, como o sistema de
saúde, o pensamento médico e mulheres negras, e Raquel Barreto, que está estudando o Partido dos Panteras Negras (1966-1974) e as
relações entre fotografia, política e poder.
Centro Cultural Sesc Quitandinha,
Petrópolis
27 de maio de 2023, às 17h
Entrada gratuita
O Centro Cultural Sesc Quitandinha, em
Petrópolis, tem o prazer de convidar para o seminário gratuito “Gênero, Arte e Diáspora”, com as
historiadoras Iamara Viana e Raquel Barreto, no dia 27 de maio de 2023, às 17h.
O historiador Flávio Gomes fará
a apresentação e a mediação. Ele é o
curador das ações de pensamento – linguagem escrita, literária e oral – de “Um oceano para lavar as mãos”, a exposição inaugural do Centro Cultural Sesc Quitandinha, em
Petrópolis, que ficará em cartaz até o
dia 17 de setembro de 2023.
“As experiências diaspóricas produziram
gêneros que atravessaram oceanos, estreitando margens e borrando fronteiras.
É possível seguir trilhas e localizar trajetórias de maternidades, corpos, sexualidades, sons, cheiros e imagens de mulheres
africanas e suas descendentes nas Américas Negras, alcançando a
pós-emancipação nos séculos XX e XXI. Neste seminário propomos dialogar sobre
estes diferentes tempos e espaços de produção de olhares e projetos das (e
sobre) mulheres negras”, explica o curador.
Iamara Viana, que tem mestrado em História Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, tem publicado artigos sobre escravidão, educação, pós-emancipação, letramento de escravizados e ensino de História. Suas pesquisas estão concentradas nas temáticas da história do corpo escravizado, sistema de saúde, mulheres negras, morte e rituais entre escravizados, enfermarias, doenças, pensamento médico e letramento da população africana e seus descendentes. Ela coordena o Núcleo de Pesquisa Educação, Corpos, Histórias e Memórias Negras (NECOHM/UERJ); o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência em História (PUC-Rio), e é coordenadora adjunta do Mestrado Profissional de História (PROFHistória/UERJ).
Raquel Barreto é mestre em História Social da Cultura
pela PUC-Rio, especialista em Fotografia como Instrumento de Pesquisa nas
Ciências Sociais (UCAM) e em Literatura Contemporânea Hispano-americana
(UNAM/México). Lecionou na UNAM (México) e na Universidad del Claustro de Sor Juana (México). Em 2005,
escreveu a dissertação "Enegrecendo o Feminismo ou Feminizando a raça:
Narrativas de Libertação em Angela Davis e Lélia Gonzalez", a primeira
pesquisa acadêmica realizada no país sobre essas pensadoras. Atualmente,
cursa o doutorado em História na UFF, desenvolvendo uma pesquisa acerca do
Partido dos Panteras Negras (1966-1974) e as relações entre fotografia,
política e poder.
MAIS DOIS SEMINÁRIOS, ATÉ SETEMBRO
O
primeiro dos quatro seminários programados para o período da exposição “Um oceano para lavar as mãos” foi “Performances, escrita e personagens”,
com a escritora, roteirista e jornalista Eliana
Alves Cruz e o escritor, ensaísta, dramaturgo e roteirista Tom Farias. O historiador Flávio Gomes fez a apresentação e a
mediação. Depois deste do dia 27 de maio estão mais dois, que serão divulgados
mais à frente.
Flávio Gomes explica que “uma das principais
propostas do eixo seminário é resgatar as formas
poéticas da língua escrita, bem como das formas da tradição oral, da livre conversação, do conto, do contar uma
história, à mão livre. A cultura griot
na qual estamos imersos celebra a roda,
a escuta e a fantasia de forma sagrada. Observar a dimensão da poesia no
dia-a-dia de trabalhadoras e trabalhadores, bem como de suas crianças e idosos
é um compromisso da nossa exposição. Estes
seminários e apresentações contarão com importantes nomes da tradição da
escrita e da fala sul-americanas”.
Os
curadores-gerais da exposição “Um oceano
para lavar as mãos”, Marcelo Campos
e Filipe Graciano, destacam que
“pensar a história do Brasil é se aproximar, inevitavelmente, de um passado diaspórico.
O corpo negro se reconfigura em lócus de outros atravessamentos que, hoje,
apresentam-se em uma renovada potência crítica quando nos conscientizamos dos
sujeitos invisibilizados por um passado colonial, imperial e escravocrata. Um
mar de distância separa saberes e tradições de sujeitos desapropriados e
sequestrados de suas terras que passaram a ser explorados. Um mar, um oceano,
onde muitos lavaram as mãos em sentido duplo é ambíguo. Se ainda vivemos em uma
sociedade racista, pouco foi feito para a igualdade racial. Contudo, este mesmo
mar nos traz as divindades que nos ajudam a limpar e expurgar tanta
desumanidade. A partir dessas observações constrói-se coletivamente a exposição
‘Um oceano para lavar as mãos’”.
“UM OCEANO PARA LAVAR AS MÃOS”
A exposição “Um
oceano para lavar as mãos”, que tem curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, reúne obras dos artistas negros
Aline Motta, Arjan Martins, Ayrson Heráclito, Azizi Cypriano, Cipriano, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa, Moisés Patrício, Nádia
Taquary, Rosana Paulino, Thiago Costa e Tiago Sant'ana, que ocupamum espaço monumental de 3.350 metros quadrados do Centro Cultural Sesc Quitandinha, em
Petrópolis.
A exposição é acompanhada, ao longo de sua duração, de uma programação gratuita de música, cinema, teatro, literatura,
atividades infantis, oficinas e um seminário.
O Café Concerto do Centro Cultural Sesc Quitandinha, amplo
teatro com capacidade para 270 pessoas,
sedia a programação de música, cinema e seminário. A curadoria de música é do cantor, compositor,
violonista e poeta baiano Tiganá Santana.
A mostra de cinema tem como curador Clementino Junior, cineasta dedicado à
difusão da obra audiovisual racializada. O grupo Pretinhas Leitoras, formado pelas gêmeas Helena e Eduarda Ferreira, nascidas em 2008 no Morro da
Providência, no Rio de Janeiro, está à frente das atividades infantis, que
serão feitas na Biblioteca do Centro
Cultural. Para ampliar a percepção do público das obras expostas, haverá oito oficinas e laboratórios, nos salões da exposição e nas Varandas. Flávio Gomes, pesquisador do pensamento social e da história do
racismo, da escravidão e da história atlântica, é o curador das ações da linguagem escrita, literária e oral paralelas
à exposição.
SOBRE IAMARA VIANA
Professora
da UERJ, da PUC-Rio e do PPGHC/UFRJ, Iamara
Viana tem bacharelado e licenciatura em História pela UFRJ (2004), mestrado
em História Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, 2009) e
doutorado em História Política pela UERJ, com estágio na École des Hautes
Études en Sciences Sociales, em Paris (2016). Fez estágio de pós-doutorado em
História Comparada pela UFRJ (2018-2019), e tem publicado artigos sobre escravidão, educação, pós-emancipação,
letramento de escravizados e ensino de História. Suas pesquisas estão
concentradas nas temáticas da história do corpo
escravizado, sistema de saúde, mulheres negras, morte e rituais entre escravizados, enfermarias, doenças,
pensamento médico e letramento da população africana e seus descendentes.
Coordena o Núcleo de Pesquisa Educação, Corpos, Histórias e Memórias
Negras/NECOHM/UERJ. Coordenadora Adjunta do Mestrado Profissional de
História/PROFHistória UERJ; Coordenadora do PIBID História PUC-Rio.
SOBRE RAQUEL BARRETO
Raquel Barreto é historiadora pela UFF. Mestre em
História Social da Cultura pela PUC-Rio, especialista em Fotografia como
Instrumento de Pesquisa nas Ciências Sociais (UCAM) e em Literatura
Contemporânea Hispano-americana (UNAM/México), onde lecionou. No México, também
deu aula na Universidad del Claustro
de Sor Juana. Em 2005, escreveu a dissertação "Enegrecendo o Feminismo ou Feminizando a raça: Narrativas de
Libertação em Angela Davis e Lélia Gonzalez", a primeira pesquisa
acadêmica realizada no país sobre essas pensadoras. Atualmente, cursa o
doutorado em História na UFF, desenvolvendo uma pesquisa acerca do Partido dos Panteras Negras (1966-1974)
e as relações entre fotografia, política
e poder. Foi cocuradora das exposições “Vazar o invisível”, no studio OM.art, em setembro de 2021, no Rio de Janeiro; e “Carolina Maria de Jesus, um Brasil para os
brasileiros”, no Instituto
Moreira Salles, em outubro de 2021, e nos Sesc Sorocaba e Rio Preto,
em 2022 e 2023. Com previsão de abertura no segundo semestre de 2023, a mostra “Heitor
dos Prazeres é meu nome” tem sua cocuradoria. Foi tutora do Programa
de residência artística do Museu de Arte Moderna do Rio, em 2020 e
2021. Em 2017, colaborou com a exposição “Todo Poder ao Povo. Emory Douglas e os Panteras Negras”, no Sesc/Pinheiros,
em São Paulo. Foi a curadora do seminário “Negra presença: arte, política, estética e
curadoria”, que integrou a programação da exposição “Abdias Nascimento: Um Espírito Libertador”, realizado no Museu de Arte
Contemporânea de Niterói, em agosto de 2019. Naquele mesmo ano,
prefaciou a edição brasileira do livro “Angela Davis, uma autobiografia” (Boitempo).
No mesmo ano dividiu mesas com a própria Angela
Davis e Patricia Hill Collins.
Participou do projeto coletivo de publicação independente do primeiro
livro autoral póstumo de Lélia – “Primavera
para as Rosas Negras”, em 2018, editada pela UCPA, e também do projeto
de publicação independente dos livros da historiadora e de Beatriz Nascimento,
ambos editados pela União dos Coletivos Pan Afrikanos (UCPA). Autora de artigos
publicados em jornais e revistas de circulação nacional e internacional, como
“Folha de São Paulo”, “Suplemento Literário de Pernambuco” e “The Radical Philosophy”, na
Inglaterra.
SOBRE FLÁVIO GOMES
Flávio
Gomes é historiador especializado na história das relações de poder, das
instituições e das territorialidades, bem como na história das práticas e das
culturas políticas. É estudioso do pensamento social e da história do racismo,
da escravidão e da história atlântica. É professor da UFRJ e autor de “Negros e
políticas” (2005), “A hidra e os pântanos” (2006), “O alufá Rufino” (2011),
“Mocambos e quilombos: história do campesinato negro no Brasil” (2015),
co-organizador de “Mulheres negras no Brasil escravista e do pós-emancipação”
(2012), e “Políticas da raça” (2014), e com Lília Schwarcz o “Dicionário da
escravidão e liberdade” (2018) e “Enciclopédia Negra” (2021).
SERVIÇO: seminário Performances,
escrita e personagens
27 de maio de 2023, 17h
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Entrada gratuita
Terça a domingo, e feriados, das 9h30 às 17h (conclusão do itinerário
até às 18h)
Visitas guiadas: terças a domingos e feriados, das 10h às 16h30
(conclusão do itinerário até as 18h)
Visitação ao entorno do Lago Quitandinha: terças a domingos e feriados,
das 9h às 17h (em caso de chuva a visitação é suspensa)
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, nº 2, Quitandinha, Petrópolis
Entrada gratuita
Assessor de Imprensa Sesc RJ – Wando Soares
+5521.98845.2931
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