DeCo N., Dezcoma e C. Mendes lançam álbum "Cabeça de Águia" explorando a cultura eletrônica e do MC

 O disco, que passeia entre o Rap, Boom Bap, Ambient, Trap, Dub e LoFi, estreia nesta sexta, 31, nas plataformas de música via Alea Experimental/ YB Music.


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capa do álbum + link de estreia 




Refletindo sobre a vivência em grandes centros urbanos e suas questões, o trio formado pelos produtores musicais DeCo N. e Dezcoma e o MC C. Mendes estreia o álbum "Cabeça de Águia". Trazendo elementos do universo do beatmaker e do mestre de cerimônias com influências da cultura eletrônica, o disco estreia nesta sexta, 31, nas plataformas de música via selo Alea Experimental/YB Music.

 

"Cabeça de Águia" parte de uma estética sonora e lírica que se desenvolve a partir dos conflitos do indivíduo na cidade enquanto sujeito social. Questionamentos como "Quanto custa seu tempo?", "O que é poesia para os seus ouvidos?" e “Afrofuturismo é quando um preto vira Deus?” são trazidos por C. Mendes à partir da sua vivência.

 

"O negro em diáspora, as situações do cotidiano que são pequenas e gigantes ao mesmo tempo, reflexões a cerca do que se cria e do que se vende; e todos os outros pontos levantados pelas letras são fins e começos de um mesmo exercício de criação e reflexão livre e organizada.", explicou o MC C. Mendes.

 

O álbum que conta com uma intro e oito faixas autorais, incluindo o single homônimo, tem como fio condutor a cultura eletrônica e suas várias vertentes, passando pelo Rap, Boom Bap, Ambient, Trap, Dub e LoFi.  Os beats se somam às rimas afiadas de Mendes, centradas na cultura preta dos grandes centros urbanos, refletindo as experiências do cotidiano controverso.

 

Fortemente influenciados pelo universo beatmaker/rap, "Cabeça de Águia" entrega uma sonoridade eletrônica por meio dos sintetizadores e samplers que são as bases das harmonias e melodias deste trabalho.

 

"Nós nos debruçamos na investigação de samples e trabalhamos a manipulação e modelagem de sintetizadores; e esses processos, somados às rimas de C. Mendes caracterizam toda a estrutura sonora do trabalho,", explicaram os produtores DeCo N. e Dezcoma.


 

Faixa a Faixa por DeCo N., Dezcoma e C. Mendes

 

Intro - Faixa que anuncia o álbum. A letra traz spoilers de alguns temas ou situações abordadas nas músicas que estão por vir. A sonoridade densa encontrada ao longo do disco é enunciada aqui também; o piano e os chops de voz se unem a uma bateria lofi/boombap simples, efeitos sonoros e synths dialogam com o contrabaixo elétrico, que dá o tom dessa introdução.

100 Futuro - As rimas de 100 futuro são uma crítica ao ambiente caótico em que vivem os jovens e adolescentes nas periferias, descrevendo como eles caminham em meio a isso e relatando situações desse cotidiano na zona leste de São Paulo.

Texto Chulo - O verso de texto chulo fala da tragicomédia que é a vida nos tempos modernos, do romantismo acerca da dor que hora ou outra implica em “ter que sofrer pra conseguir ser feliz”. Não há o que temer pois o futuro é agora. Harmonia e melodia são muito presentes nessa faixa, levadas pelo piano elétrico como elemento principal, conversando com synths lead e arp, somados a uma bateria pulsante.

Kemetica - Lovesong. Com refrão e tudo. Um rap romântico-sensual inspirado no pós-manguebeat. A bateria aparece com sobreposições de samples, acompanhados de baixo elétrico e guitarras com echo, que dão o tom da base. É uma das poucas faixas do disco em que gravamos takes corridos de alguns instrumentos e moldamos a forma e o arranjo a partir dessa primeira execução mais livre. As rimas falam de amor, de paixão e romance, de luta e progresso na vida, uma mistura de fofura e safadeza, em contraponto ao instrumental denso e sério.

Cabeça de Águia - É a faixa que dá nome ao álbum. Curiosamente foi a última música que entrou no disco. Ela surge de um beat pré-engavetado, em que os produtores se debruçam numa segunda audição e remodelam alguns timbres e arranjos. Com a base pronta, C. Mendes compôs a letra, que trata do caos contemporâneo e traz versos que reverberam nos ouvidos, como "Toda verdade não é verdade/ Os paradoxos estão no chão” e "O que é poesia para os seus ouvidos?"

Dat’s Life - As letras descrevem uma dinâmica entre ansiedade e depressão com metáforas compostas por reflexões acerca do cotidiano na cidade do ponto de vista de um homem preto. No beat escutamos samples e sintetizadores somados a baterias e percussões com claves de trap, funk carioca e jazz-rap.


Seu Tempo - Essa música tem uma poesia que questiona a rotina, o valor do tempo, e o poder que o hábito tem na nossa vida. Um synth arp marca a melodia na intro, que se soma a mais camadas de sintetizadores, sobrepostos a uma bateria forte com subdivisões criadas pelas repetições (delays).

Dinieper Dub - Essa faixa surge com a proposta de fazer a transição para o último bloco do álbum, com músicas que trazem uma sonoridade imersa na cultura eletrônica e ambient music. A música contém um sample de Rogério Skylab falando sobre tecnologia, meios de comunicação e suportes.

Som da Chuva - No ponto de vista do compositor os versos falam sobre liberdade e paz de espírito, e ressaltam a necessidade de se enxergar como parte real e funcional do universo projetando um Deus que realmente tenha sua imagem e semelhança; a poesia também traz um tom de louvor a chuva, como se ela fizesse parte de um processo de cura. 

 



 

FICHA TÉCNICA

 

Concepção por DeCo N.

Produzido por DeCo N. e Dezcoma

Letras por C. Mendes

Gravado nos estúdios

Oitava Palmo por C. Mendes

Torto por Dezcoma

Emergencia Cuadrante por DeCo N.

Samples, programações, baixos, violão, Tokai, Suette e sintetizadores: DeCo N.

Programações, edits, contrabaixo, guitarra e samples: Dezcoma

Mixado por Dezcoma no Torto.

Masterizado por

Arthur Joly (faixas 1 a 8) na RecoMaster.

Alexandre Marino (faixa 9) no Estúdio Arranhador.

 

Arte da capa: Bruno "Nobru" Bayeux

Produção executiva: DeCo N.

Label manager: Dudu Tsuda

Assessoria de imprensa: Beca Gouveia

Fotos divulgação: Flora Negri

ALEA Experimental _ YB Music


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