Império Serrano : uma história de resistência e glórias!


Jeanine Gall , fotografa integrante da Velha Guarda Show do Império Serrano em sua breve passagem pelo Departamento Cultural Império Serrano nos deixou entre outras esta riqueza de contribuição. 

Eu o Capoeira separo o joio do trigo pelo interior das pessoas ,  mas cada um tem o seu direito as partes externas ilusórias da vida ,

A vários anos esta imperiana assiste a nossa escola desfilar ou na tv ou espremida nos alambrados .


O desfile das Escolas de Samba no Carnaval do Rio de Janeiro e as contribuições e particularidades promovidas pelo Império Serrano: um verdadeiro histórico de inovações absorvidas e perpetuadas até os dias de hoje: IMPÉRIO SERRANO - UMA ESCOLA DE SAMBA!

Escola de Samba fundada por membros da Resistência da estiva do Cais do Porto do RJ - o Primeiro Sindicato do Brasil, em resposta à opressão pelos desmandos do presidente da Escola de Samba Prazer da Serrinha. 


Os integrantes não se curvaram, organizaram-se e fundaram a primeira agremiação democrática e sem patrono do Carnaval carioca, sendo campeã logo nos 4 primeiros anos de existência. Tempos depois, o antigo presidente do Prazer da Serrinha veio integrar o Império Serrano, essa é a mais bonita demonstração da democracia imperial.


Império do Futuro: a primeira Escola de Samba Mirim do Brasil, fundada em 5 de agosto de 1983.


Ala Sente o Drama: primeira ala a se apresentar nos desfiles com coreografias de passo marcado.


Primeiro Destaque com Fantasias grandiosas nos desfiles: Carmen de Olegária dos Anjos.



Agogô de 4 bocas: invenção e símbolo da bateria.


Tia Eulália: auto-intitulada  “a número 1 do Império”. A presença marcante da mulher entre os fundadores da Escola, ineditismo num reduto dominado pelos homens, até então.


Ivone Lara: primeira mulher a assinar um samba enredo, em parceria com Silas de Oliveira e Bacalhau – “Os Cinco Bailes da História do Rio”, em 1965. Um samba antológico que ficou na memória do público  como “o verdadeiro vencedor” daquele ano, fato mencionado no livro “O Encarnado e o Branco”, de autoria do carnavalesco da escola vencedora de 1965, o Salgueiro. Fernando Pamplona, apesar de salgueirense apaixonado, se mostrou inconformado com o vice-campeonato do Império, no livro ele narra a entrevista que deu ao jornalista Sergio Cabral (pai), ainda na pista, sobre a vitória incontestável do Império após seu arrebatador desfile. 


Calixto dos Anjos: introduziu os pratos metálicos das bandas à frente da bateria.


A organização do desfile da escola em alas, cada uma com uma função definida dentro do enredo, conceito original nascido no Prazer da Serrinha, sendo copiado por todas as outras nos anos seguintes.


Em todas as listas de sambas antológicos, o Império Serrano aparece com 3 composições, no mínimo, sendo Aquarela Brasileira, de Silas de Oliveira, considerado o “hino não oficial brasileiro”, encabeçando todas as preferências desde o seu lançamento, em 1964.



Em 1969, no auge da ditadura militar, o Império Serrano leva para a avenida  a rebeldia velada de Heróis da Liberdade, de Silas de Oliveira, Mano Décio e Manoel Ferreira. Os militares convidaram Silas a se explicar e a palavra Revolução foi trocada por Evolução. É, até hoje, um dos mais cantados em todas as rodas de samba.


Em 1982 o Império Serrano conquista o último campeonato no Grupo Especial com um samba histórico: Bum Bum Paticubum Prugurundum, parceria de Beto Sem Braço e Aluísio Machado, responsáveis por um dos versos mais importantes do Carnaval carioca: “Super escolas de samba S/A, super alegorias, escondendo gente bamba, que covardia”. 


A ala de compositores do Império Serrano é referência no mundo do samba, formada por uma verdadeira constelação de sambistas consagrados: Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola, Roberto Ribeiro, Ivone Lara, Wilson das Neves, Aluísio Machado, Beto Sem Braço, Aniceto, Tio Hélio, Nilton Campolino, Mestre Fuleiro, Jovelina Pérola Negra, Arlindo Cruz, entre outros.



O Império Serrano possui 3 Velhas Guardas: Cabelos Brancos, Galeria da Velha Guarda e Velha Guarda Show, esta última com 19 anos de formação, criada por Tio Hélio e Nilton Campolino.  


A Velha Guarda Show tem um histórico de apresentações com os maiores nomes do samba, e representa a Escola nos palcos de todo o Brasil. Neste período, conseguiu gravar em 2 CDs os sucessos clássicos e consagrados do Império Serrano:

“Um Show de Velha Guarda” pela gravadora Biscoito Fino,  de 2002, e “Menino de 47 – 70 Anos do Reizinho de Madureira”, uma parceria dos integrantes com o cantor e compositor imperiano Luiz Henrique, produção independente em homenagem aos 70 anos da Escola, que contou com as participações de Wilson das Neves, Aluísio Machado, Arlindo Cruz, Jorginho do Império, Zé Luiz do Império, Alex Ribeiro e Jorge Lucas. A atriz imperiana Miriam Pérsia é quem apresenta o CD, com uma emocionante declaração de amor à Escola. Lançado em 2017 com um Show no Museu do Samba.


IMPÉRIO SERRANO, UMA ESCOLA DE SAMBA!

“Há escolas de samba que existem para desfilar

O Império Serrano desfila porque existe.”

(Luiz Antonio Simas)



Jeanine Gall

Departamento Cultural do Império Serrano 

Vice-Diretor: Gregório Gregorio Filho


Alguns dados sobre a Escola:

Data de fundação: 23 de março de 1947

Primeira sede: Rua Balaiada, no Morro da Serrinha

Títulos no Especial:  9

Campeonatos conquistados no Especial: 1948, 1949, 1950, 1951, 1955, 1956, 1960, 1972 e 1982. 

Vice-campeonatos no Especial:  1953, 1954, 1957, 1958, 1962, 1965, 1967, 1968, 1973 e 1984.

Campeã do grupo de acesso quatro vezes : 1998, 2000, 2008, 2017.







Santo Padroeiro: São Jorge

Cores do Pavilhão: Verde e Branco

Símbolo: Coroa Imperial

Estandartes de Ouro: 64

Bateria: Sinfônica do Samba, com 9 Estandartes de Ouro no currículo.



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