Etarismo no samba? O poder feminino além da juventude

 Musa aos 42, Priscila Mathias ocupa o cargo há cinco anos na União da Ilha e afirma: 

“Gosto do que vejo no espelho!”




O Carnaval se aproxima e as beldades que esbanjam beleza, carisma e samba no pé vão despontando na expectativa de um grande desfile com as suas escolas. Uma festa tão democrática, que abraça todos os gêneros, raças e classes sociais, também tem espaço para todas as idades. Com um público feminino bastante dedicado em fazer bonito, as musas da folia estão rompendo as barreiras da juventude e dando um show de vitalidade em muitas novinhas. Afinal, no reino de Momo, quem tem história tem vez.



É o caso de Priscila Mathias que, aos 42 anos, desliza na ponta do pé no cargo de musa em uma escola de samba, mais especificamente da União da Ilha. Priscila começou a vida no samba quando tinha apenas 4 anos de idade e cresceu vendo as mulheres da família fazendo shows, saindo em jornais, ganhando concursos e participando de programas de TV. Logo, a menina de 10 anos desfilava pela primeira vez na escola insulana. 




A trajetória no samba a levou para ser passista da escola por quatorze anos, mas também foi composição de carro alegórico, semidestaque, e desde 2018, musa da sua escola de coração. Aeroviária de profissão, Priscila completa 33 anos de União da Ilha e diz que não vê barreiras para ser musa aos 40: “As tias Baianas e da Velha-Guarda ainda me vêem como a mesma menina que começou e é assim que me sinto”, conta empolgada.


A preparação para o Carnaval requer a disciplina que toda musa, independente da idade, deve possuir para aguentar o ritmo e estar em forma. Mas Priscila diz que o hoje tem que suar um pouquinho mais: “Eu sinto diferença no meu corpo, sou adepta a musculação e antes o resultado que eu conseguia com o mínimo de esforço, hoje preciso me dedicar ao máximo. Exercícios de cardio e dieta entraram na minha rotina”.




Para Priscila, a oportunidade tem sido um exemplo de autoestima e feminilidade: “Eu me sinto bem pra idade que tenho, estou me redescobrindo aos poucos o que funciona e o que não dá mais resultado. Estou gostando do que vejo no espelho, mas continuo na corrida pra gostar mais ainda”, completa.


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