Confraria da Dança | Carta para não mandar ou Cantiga interrompida | Videodança | oficina | conversa

 Confraria da Dança exibe

Carta para não mandar ou Cantiga interrompida

na Oficina Cultural Oswald de Andrade

 

Além da exibição, haverá oficina e conversa com o público. No YouTube, o lançamento do videodança está marcado para o dia 20 de agosto.

 


Figura 1 - Carta para não mandar ou Cantiga interrompida.

Confraria da Dança, de Campinas, oferece a oficina de dança 7 Horas para Criar na Oficina Cultural Oswald de Andrade nos dias 12 e 13 de agosto, sexta-feira, das 18h às 21h30, e sábado, das 11h às 14h30. Já no dia 13 de agosto, sábado, às 15h, o grupo exibe o videodança do solo Carta para não mandar ou Cantiga interrompida no Cineclube da Oficina Cultural Oswald de Andrade, seguido por conversa dos artistas com o público presente. No dia 20 de agosto, sábado, às 20h, o solo será lançado no canal do Youtube

da Confraria da Dança.

 

Segundo os fundadores da Confraria da Dança, Diane Ichimaru e Marcelo Rodrigues, a obra adaptada para o formato de vídeo é um trabalho de 2004 que exerce uma relação forte com a língua portuguesa. Soma-se também o fazer autoral de Diane, que considera uma diversidade de referências acumuladas em sua vivência artística, sem se submeter a limites de técnicas e métodos convencionados. Diane embasa suas obras nas suas raízes culturais, memórias e experiências pessoais, estruturadas por sua genealogia nipo/ítalo/brasileira, sua rica infância caipira mergulhada num cotidiano intercultural.

 

Carta para não mandar ou Cantiga interrompida parte das lembranças de Diane Ichimaru nos anos de convivência com sua avó, que foi tomada em seus derradeiros anos de vida pela demência e a doença de ParkinsonA sensação de não se sentir inteira, de enxergar o pensamento como um labirinto e entender como isso reverbera no corpo foram alguns dos disparadores desta criação, um solo em que Diane traz para a cena essa fusão de pensamentos que se tornam palavras e de palavras que se tornam movimentos.

 

Durante a criação da obra, o foco foi se ampliando e Diane derivou a perspectiva da doença degenerativa da avó para a transitoriedade da vida e para as tensões impostas para a figura feminina pela sociedade patriarcal.

 

"Essa obra aborda a incompletude, pois nunca acabamos de fato as coisas e temos uma falta de domínio sobre o começo, meio e fim a vida inteira", diz a artista. Para criar a versão em vídeo, os artistas ficaram atentos aos movimentos de câmera, aproximações, recortes e mudanças de ângulos em substituição ao que era antes o olhar de cada espectador no espetáculo presencial.

 

Este projeto levanta a relevância da produção da dança no corpo amadurecido em cena. Prestes a completar 57 anos de idade, Diane se alinha com aqueles poucos profissionais de sua geração que persistem no papel de protagonistas de suas obras e se mantém em dedicação total ao ato de encenar. Persegue o movimento pleno de expressividade abrindo horizontes ao modular vigor e sutileza, escavando um dançar singular da história acumulada no corpo.

 

Os silêncios, palavras e não saberes, tantas cartas escritas e não lidas, angústias de tantas mulheres que tiveram suas vozes caladas, suas vontades sufocadas entre os domínios da casa, cozinha, jardim e quintal, ganharam força em cena, em corpo e voz. "Também nos preocupamos com a ligação entre cada uma das cenas para que o espetáculo não ficasse fragmentado", contam. Para gerar esse efeito, foram utilizadas três câmeras em locais distintos do palco.

 

Sinopse de Carta para não mandar ou Cantiga interrompida

 

Um corpo feminino em contradição, entregue à sua intensidade e desatino, em redemoinho atemporal e prolixo de destroços da memória. Uma dança inquieta que recende a poeira de sótãos e porões e delicados perfumes de jardins de avós habitam o terreno fértil da memória e esquecimento, do pensamento transitório, fragmentário e lacunar.

 

O movimento é impregnado pela tensão de frase incompleta, pelo caos desassossegado do pensamento. A ação discorre sem se completar, como os ruídos que sobem da rua – passos, fiapos de conversas, crianças brincando. Diálogo íntimo e sigiloso desfruta as sensações do encontro da artista com o público, transitório, único, fugaz.

 

Marcando os 18 anos da estreia do solo autoral de Diane Ichimaru, Carta para não mandar ou Cantiga interrompida, a Confraria da Dança exibe o vídeo gravado em sua sede em maio/2022 por meio do projeto contemplado pelo Edital ProAC 06/2021 – DANÇA / #CULTURAEMCASA da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. Após a exibição do vídeo haverá uma conversa dos artistas com o público presente.

 


Ficha Técnica

Direção, dramaturgia, interpretação e figurino | Diane Ichimaru Trilha musical, composições originais, arranjo e execução ao piano | Rafael dos Santos “Mormorio” (Antonio Carlos Gomes) e “Gnossienne n°3” (Erik Satie) | execução ao piano por Rafael dos Santos Desenho de iluminação, operação de luz e som | Marcelo Rodrigues Filmagem | ASA100 Produções Câmeras | Albert Moreira e Celso Saraiva Jr. Som direto | Guga Lourenço Edição | Albert Moreira Projeto gráfico | Lucas Ichimaru Assessoria de imprensa | Márcia Marques - Canal Aberto Produção e coordenação geral | Confraria da Dança

 

Sobre a oficina

 

Oficina 7 Horas para Criar

Coordenação: Diane Ichimaru e Marcelo Rodrigues – Confraria da Dança

Público alvo: estudantes e profissionais de dança e artes cênicas | Número de vagas: 20

Duração: 7 horas/aula - divididas em 02 encontros com 3 ½ horas/aula cada dia | Seleção: Por ordem de inscrição, que devem ser feitas antecipadamente, neste link

 

Sinopse: Lançar-se ao caos... e à vontade criadora. A Confraria da Dança aborda o desafiante percurso entre possibilidade e obra. Cada participante vivencia em seu corpo/movimento as dores e delícias do processo de criação – submergir, descobrir, rejeitar, eleger, combinar, remodelar, ordenar. Esta oficina é uma apresentação prática do processo de criação e preparação corporal desenvolvidos pela Confraria da Dança e objetiva o intercâmbio e diálogo com artistas e estudantes de dança e artes cênicas, fornecendo ferramentas aos interessados no desenvolvimento de processos criativos.

 


Sobre a Confraria da Dança

Fundada em 1996 por Diane Ichimaru e Marcelo Rodrigues, a Confraria da Dança está sediada na cidade de Campinas/SP, tendo completado 25 anos de atividades relacionadas à pesquisa, criação e produção artística. Honrando o termo “confraria” - conjunto de pessoas que se associam tendo em vista interesses e objetivos comuns - realiza parcerias com artistas das áreas da dança, teatro, música e artes plásticas.

 

Sua atuação artística ocorre, prioritariamente, fora da capital, seus projetos contemplam ações na própria cidade/sede e em outras cidades de pequeno e médio porte do interior do Estado de São Paulo, difundindo a dança através de atividades de formação e fruição artística, traçando um crescimento radial em seu campo de ação junto à comunidade, promovendo acessibilidade comunicacional e atingindo público leigo de todas as idades, estudantes de arte em processo de formação e artistas profissionais. A Confraria da Dança acumula em seu percurso premiações da APCA, da FUNARTE/ MINC, Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, Cultura Inglesa, Sesi SP, Itaú Cultural/Rumos Dança.

 


SERVIÇO

 

Carta para não mandar ou Cantiga interrompida

 

>>> Oficina Cultural Oswald de Andrade

(Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro, São Paulo/SP)

 

 

Todas as ações são gratuitas

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