Com 80 obras de 38 artistas brasileiros ou
radicados no Brasil, a exposição propõe uma reflexão crítica e expandida sobre
a ideia de modernidade, à luz do contexto sociopolítico e econômico que
atravessa o período de meados do século 19 até a primeira metade do século 20. Os curadores Marcos de Lontra Costa e Rafael
Peixoto inseriram ainda produções de artistas que ficaram à margem da história
"oficial" do modernismo. A exposição se articula em quatro eixos
centrais: “A paisagem como transformação”; “O ser moderno – uma estética
identitária”; “Modernidade em construção” e “Territórios de Re-existência”, e
ao final há um núcleo documental com capas de discos em vinil, fotografias,
revistas e jornais, mostrando artistas e personalidades que construíram
diferentes modos de sobreviver nesse ambiente moderno.
Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro
Abertura: 7 de julho de 2022, das 18h às 20h
Até 13 de agosto de 2022
Curadoria: Marcus de Lontra
Costa e Rafael Fortes Peixoto
Entrada gratuita
A Danielian Galeria apresenta
a partir do dia 7 de julho de 2022 a exposição “Modernidades Emancipadas”, que reúne mais de 80 obras de 38 artistas, que traçam um panorama histórico e expandido
do que se convencionou a chamar de “modernidade”. Um século após a Semana de
Arte Moderna de 1922, os curadores Marcus
de Lontra Costa e Rafael Fortes
Peixoto propõem um olhar ampliado, a partir da ideia do modernismo como um
“movimento amplo de transformação
política, social, cultural e econômica, e observando como esses vetores influenciam na produção
artística brasileira para além do que apresenta a história da arte brasileira
tradicional”.
O percurso da exposição, que ocupará os dois andares de espaços expositivos da galeria, tem um sentido
cronológico, e as obras, produzidas entre a metade do século 19 até os
anos 1960, se articularão em quatro eixos centrais: “A paisagem como transformação”; “O ser moderno – uma estética identitária”; “Modernidade em construção” e “Territórios
de Re-existência”.
Cada um desses núcleos será acompanhado de textos curatoriais na parede,
além de comentários críticos e contextualizações históricas, para “estimular a
reflexão do público dessa exposição que propõe o alargamento das noções
tradicionais de modernidade na arte brasileira”.
As obras de “Modernidades
Emancipadas” são dos artistas: Alberto
da Veiga Guignard (1896-1962), Alvim
Correia (1876-1910), Anita Malfatti (1889-1964),
Antônio
Parreiras (1860-1937), Arthur Timótheo da Costa (1882-1922), Belmiro
de Almeida (1858-1935), Candido Portinari (1903-1962),
Carlos Bippus (18? – 19?), Chico da
Silva (1910-1985), Cícero Dias (1907-2003),
Eliseu Visconti (1866-1944), Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976), Estevão Silva (1844-1891), Eugenio de Proença Sigaud (1899-1979), Georg Grimm (1846-1887), Georgina de Albuquerque (1885-1962), Giovanni Battista Felice Castagneto (1851-1900), Gustavo Dall’ara (1865-1923), Heitor
dos Prazeres (1898-1966), Henrique
Bernardelli (1858-1936), Iracema Orosco Freire (?),
Ismael Nery (1900-1934), J. Carlos (1884-1950), Jose Ferraz de Almeida Jr. (1850-1899), Lasar Segall (1889-1957), Estúdio fotográfico LTM, Manoel Santiago (1897-1987), Manuel Teixeira da Rocha (1863-1941), Mestre Vitalino (1909-1963), Oscar Pereira da Silva (1867-1939), Pedro Peres (1850-1923),
Pedro Weingartner (1853-1929), Presciliano Silva (1883-1965), Rodolfo Amoedo (1857-1941), Rodolfo
Bernardelli (1852-1931), Tarsila do
Amaral (1886-1973), Vicente do Rego
Monteiro (1899-1970) e Victor
Brecheret (1894-1955).
QUATRO EIXOS CENTRAIS DE
MODERNIDADES EMANCIPADAS
Marcus de Lontra Costa e
Rafael Peixoto explicam os quatro eixos da exposição.
1.
A
PAISAGEM COMO TRANSFORMAÇÃO [24 obras]
A partir das revoluções industriais ao longo do século 19 e do advento tecnológico da fotografia,
surge a necessidade de construir novas relações com a representação da paisagem. Tanto os movimentos naturalistas quanto as pesquisas impressionistas denotam um processo de
observação direta da natureza em
contraponto à pintura realizada dentro de ateliês. Essa transformação reflete
uma busca pela experimentação em detrimento aos cânones da tradição e da
formalização. Essa liberdade criativa e busca por uma compreensão mais ampla
sobre nosso lugar nesse novo mundo são marcas desse indivíduo moderno que passa
a se constituir.
No Brasil, destacam-se as experiências do Grupo Grimm (1884-1886) em que jovens artistas se reuniam para
pintar ao ar livre sob a orientação
do pintor naturalista alemão Georg Grimm
(1846-1887). Além disso, as transformações que acontecem no ensino das
artes depois da Proclamação da República, em 1889, permitem que diversos
artistas tenham contato com as vanguardas
europeias e tragam consigo esse olhar mais amplo para a paisagem, com
destaque para grande influência da investigação de cores e luzes que
caracteriza os movimentos
impressionistas.
São destaques neste núcleo as obras:
●
Antônio Parreiras (1860-1937)
“Sertanejas” (1916), óleo sobre tela, 63x113cm – Até então, o tratamento cromático nas paisagens seguia uma
paleta de cores de influência europeia, que não se adaptava às luzes tropicais.
As "Sertanejas" estão entre as mais importantes telas pintadas por
Antônio Parreiras, e representam essa busca pelo nosso verde local, em seus
amplos espectros, a partir de uma abordagem impressionista. Obras como essa, em
grande formato, fazem parte do acervo do Museu Nacional de Belas Artes e do
Museu Antônio Parreiras.
●
Presciliano Silva (1883-1965)
“Praça em Concarneau, Bretanha,
França” (1913), óleo sobre tela, 45x61cm – O ensino oficial da arte no
Brasil tinha seus alicerces nos prêmios de viagem ao exterior, que encaminhavam
os artistas para as principais Academias europeias, que depois traziam para cá
as influências recebidas. A partir de 1889, com a República, esses prêmios
passaram a permitir que os artistas tivessem mais liberdade na escolha de suas
escolas e mestres, possibilitando o contato mais direto com as produções de
vanguarda, estimulando um ecletismo em toda a produção desse período. Artista
baiano, Presciliano Silvafoi um dos que a partir de um prêmio de viagem
usufruiu desta liberdade maior, e teve contato mais próximo com o
impressionismo. “Praça em Concarneau” foi pintado na França, e é uma
experiência de natureza pontilhista.
●
Belmiro de Almeida (1858-1935)
“Parque do Castello do Duque
Deluynes, Dampierre” (1921), óleo sobre tela colado em madeira, 54 x 72 cm – Um dos artistas
que mais representa o ecletismo da virada do século 20, Belmiro de Almeida
produziu desde charges até pinturas realistas, futuristas e impressionistas, a
partir de uma técnica pontilhista, como é o caso desta pintura realizada na
França.
Vale observar ainda neste segmento os trabalhos de Georg Grimm, Giovanni Baptista Castagneto e Eliseu Visconti.
2.
O
SER MODERNO – UM ESTÉTICA IDENTITÁRIA
As profundas transformações nas
estruturas sociais, políticas e econômicas da era moderna têm como
personagem principal a classe burguesa.
A partir de uma lógica de produtividade, o capital financeiro passa a ser o
elemento de qualificação dos indivíduos, e a burguesia ocupa os espaços que
antes pertenciam ao clero e à nobreza. Para reafirmar essa nova posição social,
era necessária a criação de uma imagem pública. Nessas obras, que decoravam as
casas e palacetes do período, está representado o luxo e a sofisticação de uma classe emergente.
No cenário brasileiro, essa reafirmação torna-se ainda mais iminente em
função do fim da monarquia.
Identificadas como um realismo burguês,
essas pinturas refletem um estilo de vida urbano, caracterizado pelo“gosto”como sentimento estético de
sofisticação. São pinturas de cavalete
que retratam cenas interiores e
cotidianas de uma família burguesa. Além disso, o interesse pelo “exotismo” de diferentes culturas
constitui também um dos elementos que definem esse gosto burguês.
Para além das implicações políticas e sociológicas, essas movimentações
refletem de maneira mais ampla a busca por um sentimento de pertencimento e de identidade.
Obras e artistas em destaque neste núcleo:
●
Manoel Santiago (1897-1987)
“Yaras” (1925), óleo sobre tela, 148x135cm – Pouco
vista pelo público, esta pintura estará na entrada deste núcleo, ao lado do
texto curatorial, funcionando como elo conceitual entre as salas da exposição.
Um dos grandes artistas brasileiros que já têm o impressionismo como base
artística, Manoel Santiago nasceu em Manaus, mas foi para o Rio de Janeiro
fazer sua formação artística. Ele une a tradição da pintura francesa às
matrizes regionais que compõem sua origem, e, fugindo do exotismo, traz em suas
telas mitos e personagens de origem indígenas, como na tela "Yaras".
Desde jovem, Santiago já ganhava destaque, e concorreu para realizar as
pinturas no Theatro Municipal com consagrados artistas como Eliseu Visconti,
ganhador do concurso.
●
Henrique Bernardelli (1858-1936)
“A Messalina ou Dicteríade” (1870/1880), óleo sobre tela,
207x115cm – Assim como seu irmão Rodolfo, escultor, Henrique Bernardelli foi
fundamental no ensino mais libertário das belas-artes no Brasil, transformando
os cânones da Academia. Fruto de questionamentos de historiadores sobre seu
título e a data de sua execução, "A Messalina" ou
"Dicteríade" vem causando diferentes reações desde suas primeiras
exposições na década de 1890, alternando entre sucesso de crítica e surpresa
pela sua atmosfera erótica. Pintada em Roma, a obra ilustra o fato histórico de
que até a virada do século o modelo vivo não era bem visto pela sociedade
brasileira, e muitos dos mais importantes quadros do período foram feitos fora
do Brasil por essa necessidade. Além de participado de importantes exposições
nos Estados Unidos e na França, uma segunda versão desta tela faz parte do
acervo do Museu Nacional de Belas Artes, e é um exemplo do orientalismo que
influencia o gosto burguês da virada do século.
●
Georgina de Albuquerque (1885-1962)
“Mulher com Hortênsias”,óleo sobre tela, 71x54cm – Artista da virada do
século, teve uma grande produção, e foi ativa nos salões, embora eclipsada pelo
marido Lucílio de Albuquerque (1877-1939), importante pintor e professor. Georgina
de Albuquerque parte da referência impressionista para pintar os ambientes da
nova classe emergente, a burguesia, e é destaque no movimento chamado realismo
burguês.
●
Arthur Thimoteo da Costa (1882-1922)
“Figura de Menino”, óleo sobre cartão, 40x33cm – Um dos poucos
artistas negros nascidos no século 19 que obteve sucesso, Thimoteo, através do
prêmio de viagem, fez parte de sua formação em Paris, assim como seu irmão,
também artista, João Thimoteo da Costa. Nessa obra, um menino negro assume o
papel de personagem principal, prática pouco comum, já que numa sociedade
escravagista não era usual a pintura de retratos de pessoas negras. Arthur
Thimoteo da Costa morreu aos 41 anos, internado no Hospício dos Alienados do
Rio de Janeiro com o diagnóstico de demência paralítica. O Museu Afro
Brasil tem uma grande coleção de trabalhos do artista.
Vale observar também os trabalhos de
Rodolfo Bernardelli, Eliseu Visconti, e Oscar Pereira da Silva.
3.
A
MODERNIDADE EM CONSTRUÇÃO
As metrópoles são a
construção material de toda a complexidade moderna.
Em seus espaços se estabelecem fisicamente as dinâmicas de poder, de
pertencimento e de identidade que constituem uma forma de viver moderna.
Nesse eixo curatorial, articulamos três olhares a partir de uma ideia de
construção direcionada, tanto no que diz respeito à construção civil como à organização
de um discurso estético de identidade.
Na primeira delas, pontuamos de maneira livre as utopias e distopias que permeiam a virada do século 20. No cenário
internacional, um otimismo
libertário depara com o horror de duas
guerras mundiais. No Brasil, de mãos dadas com a esperança ufanista de uma sociedade democrática,
andam experiências que tomam para si a construção de uma ideia de nação, mas que hoje com o afastamento histórico, trazem as
marcas indeléveis de princípios
totalitaristas.
Essa modernidade planejada torna-se real através de inúmeros projetos urbanísticos que transformam a aparência e o estilo de vida
dos habitantes da cidade. Esse novo traçado que incorpora um conceito de arte aplicada à rotina, influenciado
pelos movimentos do art nouveau e do art
déco europeus, busca aproximar, no caso brasileiro, suas grandes cidades de
um padrão estético que refletia o
desenvolvimento de um país. Como contradição e resultado de um projeto verticalizado de cidade, a
grande maioria do contingente
populacionalnão se vê englobada nessa “modernização” da cidade, sendo
empurrada, literalmente para zonas
periféricas, construindo uma lógica moderna própria de existência nesses
novos espaços urbanos, como veremos no quarto eixo curatorial.
Mas se nas reformas urbanas essa realidade foi excluída, num projeto de
reformulação artística ela teve papel de personagem central. A Semana de Arte Moderna de 1922 e a
publicação do Manifesto Antropofágico,
em 1929, são duas ações icônicas que demonstram o corte histórico pretendido por esses artistas e a apropriação que
fazem do termo “moderno” para definir suas produções. Com a intenção de criar uma arte essencialmente brasileira,
que refletisse e representasse a nossa pluralidade, os artistas modernistas se debruçam sobre as práticas desses grupos
sociais excluídos como tema de suas pinturas. Se por um aspecto histórico,
esse tipo de movimento ecoa visões eurocêntricas e trazem no seu cerne
ideológico um princípio totalitarista, é
inegável que a abertura temática que representam tem importância fundamental
para as transformações que acontecem ainda hoje na realização artística
brasileira.
Obras em destaque:
●
J. Carlos (1884-1950)
“Recebe o Afeto que se
Encerra – Ordem e Progresso”, aquarela e nanquim sobre papel, 40x33cm – A obra reflete a bandeira
como um elemento de integração nacional, mas ao mesmo tempo representa o ideal
bélico que sustenta esse pensamento. Também presente o conceito utópico da
virada do século, e um pensamento positivista que é estrutural na ideia de
nação que surge nesse período, que traz um
princípio higienizante como ideal de progresso, reforçando a lógica
meritocrata e segmentária. A modernidade como projeto. Ao lado da obra estará o
vídeo de Oskar Metsavaht, a partir
de imagens do Cristo Redentor. Figura icônica, a estátua do Cristo, ao mesmo
tempo que redime as nossas antigas estruturas coloniais – e celebra a
modernidade tecnológica e artística
dessa sociedade que se forma –, também representa a afirmação de um padrão
cristão e eurocêntrico que está acima de tudo e de todos.
●
Vicente do Rego Monteiro (1899-1970)
“Cambiteiro” (c.1936), óleo sobre seda, 57x70cm – A pintura
mostra a prática dos artistas modernistas em usarem como tema de suas obras os
trabalhadores e as classes menos favorecidas. Como uma das grandes
contribuições desses movimentos, essa transformação temática é fundamental para
a conquista de protagonismos que passam a acontecer posteriormente. Vicente do
Rego Monteiro viveu entre Pernambuco, São Paulo e
Paris, e “Cambiteiro”, que integra uma série de pinturas do artista sobre
trabalhadores rurais, mostra uma influência art-déco.
●
Cícero Dias (1907-2003)
“S. Título” (1928), óleo sobre tela, 67x150cm –
Criada no período de produção de sua célebre obra “Eu vi o mundo... ele
começava no Recife”, esta pintura é um dos poucos óleos sobre tela desta fase do artista com abordagem
onírica, em que se vê uma influência em que se vê uma influência do
surrealismo, em especial de MarcChagall
(1887-1985). Em profundo contato com as vanguardas europeias, Cicero passou
parte de sua vida entre o Brasil e a França, mantendo ateliê em ambos
países.
●
Candido Portinari (1903-1962)
“Órfão” – Painel Guerra e Paz, ONU, Nova York (c.1955),
óleo sobre tela, 100x80cm – A pintura traz uma das figuras que compõem o painel
Guerra e Paz, produzido no mesmo período. Ainda que dentro do Estado Novo,
Portinari se identificava com o ideal comunista, e se interessava pelas
problemáticas sociais, uma de suas marcas.
Vale observar também as obras de Emiliano
Di Cavalcanti.
4 – TERRITÓRIOS DE RE-EXISTÊNCIA
Nessa reflexão que propõe uma emancipação
dos conceitos canônicos de modernidade é fundamental direcionarmos também o
nosso olhar para formas de viver e
conviver que ficaram obliteradas pelos discursos hegemônicos que escreveram a
história oficial. A experiência
moderna é muito mais ampla e complexa do que pretenderam os projetos e projeções
em seu nome.
Obras em
destaque:
●
Gustavo Dall’ara (1865-1923)
“Praça XV – Rio de
Janeiro” (1901), óleo sobre
madeira, 57x34cm – Esta obra é inserida por seu caráter simbólico neste quarto
eixo curatorial, que irá ocupar a última sala do segundo andar da Danielian
Galeria. Apesar de seguir padrões da pintura europeia, neste trabalho estão
representados os três tempos históricos que compõem essa modenidade. No plano
de fundo, o barroco colonial da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, antiga
matriz. No segundo plano, os cartazes publicitários representam essa cidade
emergente do século 20, e, no primeiro plano, um engraxate descalço reflete os
paradoxos que surgem nesse ambiente e trazem as marcas da escravidão.
●
Lasar Segall (1889-1957)
“Favela” (1957), óleo sobre tela, 130x90cm – O olhar
expressionista, fugido da Europa em guerra, mostra a favela em uma pintura
geometrizada, em que pessoas e construções se fundem em um sentimento único.
●
Heitor dos Prazeres (1898-1966)
“Samba na Favela” (1964), óleo sobre tela, 80x100cm – Artista de
múltiplas atividades, Heitor dos Prazeres além de pintar e compor, desenhava
roupas, fazia cenários e pintava em ambientes comunitários. Oriundo de uma
estrutura social de muita pobreza, foi um dos poucos que conseguiu viver também
a partir de sua produção artística. Esta representação da favela mostra o
ambiente rural de seus primórdios, onde moravam pessoas excluídas das reformas
urbanas e migrantes do interior e do norte e nordeste do Brasil, que vinham em busca
de melhores condições de vida.
●
Chico da Silva (1910-1985)
“S. Título”, guache sobre papel, 60x82cm –
Mestiço, de matriz indígena, nascido no Acre, Chico da Silva manteve uma vida
nômade, pintando em muros e paredes até que nos anos 1960 teve contato com o
pintor e crítico de arte Jean-Pierre Chabloz (1910-1984), que passou a
encomendar telas e desenhos dele. Através de uma estruturação familiar de
ateliê, Chico da Silva também representa uma pequena parcela que conseguiu
subsistir de sua produção artística. Tanto em sua imaginária, com animais e
personagens fantásticos, quanto nas técnicas que usava para pintar, Chico da
Silva é um dos primeiros artistas a representar matrizes indígenas na arte
brasileira, abrindo espaço para manifestações posteriores.
SERVIÇO: Exposição “Modernidades Emancipadas”
Danielian Galeria,
Gávea, Rio de Janeiro
Abertura: 7 de julho de
2022, das 18h às 20h
Até 13 de agosto de 2022
Entrada gratuita
Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro
Rua Major
Rubens Vaz, 414, Gávea, Rio de Janeiro, CEP 22470-070
Segunda a
sexta-feira, de 11 às 19h
Telefones: +5521.2522.4796
+5521.98830.3525
Email:contato@danielian.com.br
https://www.danielian.com.br/
https://www.instagram.com/danielian_galeria/
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