Labirintos do Fascismo - maior obra já escrita sobre o tema é lançada pela editora Hedra

 Maior obra sobre fascismo já escrita, Labirintos do fascismo é lançado no Brasil em 6 volumes

Os livros do autor português João Bernardo são publicados pela Editora Hedra, que organiza também semana de eventos virtuais e presenciais em São Paulo (SP)


Publicado agora em 6 volumes, que totalizam mais de 2 mil páginas, Labirintos do fascismo se tornou referência bibliográfica obrigatória e uma das análises mais completas já publicadas acerca do tema. Apresenta um processo de reflexão sinuoso — e interminável, segundo o próprio autor — a respeito do fascismo, suas variantes e metamorfoses. 


O autor, João Bernardo, nasceu em Porto, Portugal, em 1946. Começou a estudar História na Universidade de Lisboa, mas acabou expulso por seu posicionamento político. Foi perseguido por sua filiação ao Partido Comunista Português, viveu exilado em Paris de 1968 até 1974, onde se aproximou do maoísmo, e em 1984 veio ao Brasil, já afastado desta corrente, agora ligado à visão crítica do capitalismo e da experiência comunista soviética, “um capitalismo de Estado”. Cientista social autodidata, é convidado frequente a lecionar cursos de pós-graduação no país. Dentre suas obras, editadas além do eixo Brasil-Portugal, destacam-se Marx crítico de Marx, Capital, sindicatos, gestores, Economia dos conflitos sociais, além dos Labirintos do fascismo.





O volume 1, A teia dos fascismos, concentra o esforço teórico do autor para definir a especificidade do fascismo como a revolta na ordem, a qual, em contexto de desarticulação da classe trabalhadora (que acarreta na incapacidade de levar adiante seu interesse pela auto-organização), mobiliza as massas para um movimento insurrecional que, paradoxalmente, reforça a ordem capitalista, restabelecida em nova modalidade.




O volume 2, Uma política sem economia?, centra-se na relação do fascismo com a economia capitalista, de modo a atentar para os elos entre liberalismo e fascismo. Observa como a explicação do fascismo passa pela compreensão dos impasses econômicos do capitalismo no período entre guerras, o qual ocasionou a ascensão dos gestores como classe social específica, que não se confunde com burguesia ou proletariado.




O volume 3, Entre o nacional e o social, propõe uma necessária autocrítica do movimento revolucionário, sem fugir da incômoda constatação de que há uma partilha de quadros ideológicos e organizacionais entre certas vertentes do fascismo e setores do movimento revolucionário. Reforça a tese, central para o conjunto, de que o fascismo ascende se alimentando da desagregação do movimento operário.




O volume 4, Do racismo democrático ao racismo fascista, aborda a dimensão racial do fascismo, observando a passagem, na Alemanha do século XVIII, de um “racismo progressista ou democrático” — identificado no romantismo do poeta e filósofo Herder, como caminho para a unificação nacional — para um “racismo conservador” que culminaria no fascismo.




O volume 5, Fascismo como arte, desenvolve a ideia do fascismo como a mais ambígua das formas políticas e, nesse sentido, como a mais artística de todas elas. Observa-se como, à medida que se afirma como uma paradoxal revolta na ordem, o fascismo recorre, mais do que qualquer outra forma política, à magia do artista para encobrir, ideologicamente, a renovada opressão que promove.




O volume 6, Metamorfoses do fascismo, é o último volume da obra, no qual o autor dedica-se à apreensão das metamorfoses do fascismo, suas expressões terceiro-mundistas e seus desdobramentos em elementos culturais do presente, de modo a ensejar uma análise crítica das contradições que permeiam, por exemplo, o ecologismo e o identitarismo.


Passadas algumas décadas desde sua primeira publicação, o leitor certamente se surpreenderá com a atualidade da reflexão contida em Labirintos do fascismo. E isso porque João Bernardo pretende resgatar o passado para realizar a crítica do presente, considerando que "a história do fascismo não está concluída porque o fascismo é uma realidade em suspenso". Sua superação pressupõe uma crítica do capitalismo somada a uma autocrítica do movimento operário, cuja urgência se afirma à medida que se constata a vitalidade política e ideológica do fascismo na realidade contemporânea, a despeito de sua derrota militar na primeira metade do século XX.


Semana de eventos


O lançamento de Labirintos do fascismo será realizado de 20 a 30 de junho. Com seis eventos (virtuais e presenciais em São Paulo), os debates contam com a participação virtual de João Bernardo desde Lisboa, além de convidados como Lincoln Secco, Tales Ab’Sáber, João Alberto da Costa Pinto, Silvia Viana, Pablo Polese e Douglas Barros, entre outros.



Ficha técnica


Volume 1


Título: Labirintos do fascismo: Teia dos fascismos (Vol. 1)

Editora: Hedra

Autor: João Bernardo

Preço: R$ 99,90

Páginas: 342 p.

Formato: 12,7x19,1 cm

ISBN: 978658970556


Volume 2


Título: Labirintos do fascismo: Uma política sem economia? (Vol. 2)

Editora: Hedra

Autor: João Bernardo

Preço: R$ 87,90

Páginas: 218 p.

Formato: 12,7x19,1 cm

ISBN: 9786589705789


Volume 3


Título: Labirintos do fascismo: Entre o nacional e o social (Vol. 3)

Editora: Hedra

Autor: João Bernardo

Preço:  R$ 109,90

Páginas: 370 p.

Formato: 12,7x19,1 cm

ISBN: 9786589705796


Volume 4


Título: Labirintos do fascismo: Do racismo democrático ao racismo fascista (Vol. 4)

Editora: Hedra

Autor: João Bernardo

Preço:  R$ 99,90

Páginas: 328 p.

Formato: 12,7x19,1 cm

ISBN: 9786589705802


Volume 5


Título: Labirintos do fascismo: Fascismo como arte (Vol. 5)

Editora: Hedra

Autor: João Bernardo

Preço:  R$ 68,00

Páginas: 150 p.

Formato: 12,7x19,1 cm

ISBN: 9786589705819


Volume 6


Título: Labirintos do fascismo: Metamorfoses do fascismo (Vol. 6)

Editora: Hedra

Autor: João Bernardo

Preço: R$ 89,90

Páginas: 238 p.

Formato: 12,7x19,1 cm

ISBN: 9786589705826




Comentários