Maricá desenvolve ônibus híbridos e com energia limpa

 


Iniciativa para reduzir emissão de carbono tem parceria com COPPE/UFRJ na cidade, que erguerá fábrica de montagem para implementar a tecnologia em toda a frota e também comercializar os veículos a interessados; Prefeitura receberá royalties, devido à patente tecnológica

 

A Prefeitura de Maricá vai fabricar ônibus híbridos, movidos a eletricidade, a hidrogênio e a etanol. A iniciativa, inédita em gestão pública no país, permitirá ao município receber royalties pela propriedade da patente tecnológica, desenvolvida a partir de parceria com a COPPE/UFRJ.

 

Os veículos híbridos, produzidos com energia limpa, serão aos poucos colocados em circulação para renovar a frota dos 125 ônibus Tarifa Zero – circulam de graça por toda a cidade com 36 linhas.

 

O protótipo com carbono zero dos novos “vermelhinhos” – como são chamados pela população de Maricá os ônibus gratuitos pintados de vermelho – estará em teste nas ruas a partir de 26 de maio, quando será apresentado.

 

Ô ônibus híbrido não polui o ambiente e tem maior aproveitamento de energia produzida em comparação aos usuais veículos que fazem combustão interna e usam apenas 15% do potencial energético do combustível.

 

Cidade vive presente, mas age pensando o futuro

Além de favorecer o meio ambiente, a iniciativa vai gerar recursos financeiros para Maricá com royalties e vendas futuras. O projeto envolve três estruturas da Prefeitura em seu desenvolvimento: Secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico; Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM); e Empresa Pública de Transportes (EPT).

 

“O desenvolvimento dos ônibus é um marco na construção de uma Maricá do presente, que dialoga com perspectivas de futuro. Estamos trabalhando para assegurar novas oportunidades para a cidade e reforçar políticas de mobilidade urbana inovadoras, marca do município ao longo da última década”, afirma o prefeito Fabiano Horta.

 

Vermelhinho Sustentável

Todos os veículos serão elétricos e, uma parte deles, poderá também usar hidrogênio e etanol como combustível – motivo pelo qual são considerados híbridos. Após período de testes, que deve durar 24 meses, Maricá vai escolher o modelo de ônibus a ser adotado no processo de descarbonização da frota municipal: se apenas elétrico ou híbrido, ou com ambos em circulação. 

 

Novas possibilidades para a economia do município

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Igor Sardinha, afirma que Maricá tem a ambição de se tornar uma referência em economia sustentável. O objetivo, a médio prazo, é virar um centro de produção de soluções em energia com matriz baseada em fontes limpas.

 

“Nós sempre procuramos aproveitar as possibilidades que temos com recursos atuais dos royalties do petróleo para pensar no momento posterior, tanto no aspecto ambiental como econômico. Buscamos diversificar a economia local e criar arranjos produtivos com novas tecnologias, gerando emprego e renda independentemente de variações do petróleo. Os ônibus híbridos são a porta de entrada para fortalecer nossa política econômico-ambiental”, diz Igor Sardinha.

 

ONU recomenda substituição de combustíveis fósseis

A iniciativa de Maricá busca atender recomendações da ONU. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura global a um nível inferior a 1,50 grau centígrado.

 

Para isso, é necessária a eliminação gradual de subsídios aos combustíveis fósseis e a troca por fontes de energia limpa. O projeto dos ônibus elétricos e movidos a hidrogênio e etanol atende a essa expectativa.

 

Celso Pansera, diretor-presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), ressalta que a iniciativa da gestão municipal chega em forte momento dos debates mundiais sobre avanços na utilização de energias renováveis em ambientes urbanos.

 

“Estamos buscando uma matriz limpa, na qual o único descarte é a produção de água. Queremos criar um ambiente inovador, em um contexto mundial de busca por alternativas sustentáveis para o planeta”, afirma.

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