Em Suzano - infantil OS LAVADORES DE HISTÓRIAS

 


Cia. de Achadouros apresenta o espetáculo infantil Os Lavadores de Histórias, no Teatro Municipal Dr. Armando de Ré, em Suzano (SP), no dia 14 de maio de 2022, sábado, às 16 horas, com ingressos gratuitos. O enredo fala sobre memórias da infância esquecidas, guardadas em objetos abandonados.

 

Inspirada na poesia do cuiabano Manoel de Barros, a montagem - dirigida por Tereza Gontijo com dramaturgia de Silvia Camossa, em processo colaborativo com o grupo - foi indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem nas categorias Direção Revelação e Trilha Musical Adaptada.

 

Os Lavadores de Histórias são Urucum, Tom Tom e Jatobá, interpretados pelos atores palhaços Emiliano FavachoMariá Guedes e Felipe Michelini, respectivamente. Durante a noite, visitam quintais para lavar objetos esquecidos ou abandonados, como brinquedos e roupas, e reviver momentos da infância. Eles carregam consigo o Rio da Memória. Nas águas desse rio vão lavando os objetos, revelando histórias, fantasias, personagens e brincadeiras. Eles ficam tocados, mas também se divertem muito com os segredos revelados. Por meio de cenas cômicas e circenses, teatro de sombras e objetos, o espetáculo faz uma sensível reflexão sobre a relação da criança com o mundo real e o da imaginação, lançado um olhar lúdico e poético sobre a infância.

 

A apresentação em Suzano inaugura a circulação por sete cidades do interior paulista, banhadas pelo Rio Tietê, numa referência ao Rio da Memória presente no enredo da peça. O Rio Tietê, que nasce em Salesópolis (Serra do Mar), percorre praticamente todo o estado de São Paulo e deságua no Rio Paraná. A circulação segue o trajeto do rio em direção a Mato Grosso, onde nasceu Manoel de Barros.

 

Na sequência, a companhia segue para as seguintes cidades: Salesópolis (19/5, quinta, às 15h, na ONG Contagie, na 20ª Semana Nacional de Museus); Santana de Parnaíba (21/05, sábado, às 16h, no Teatro da Arena de Eventos), Pirapora do Bom Jesus (27/05, sexta, às 15h, no Cine Teatro Antônio dos Santos Brito); Pereira Barreto (25/06, sábado, às 16h, na Casa da Cultura Maestro Aristeu Custódio Moreira); Botucatu (30/07, sábado, às 16h, no Teatro Municipal Camillo Fernandez Dinucci, no Festival de Inverno de Botucatu); e Ilha Solteira (13/08, sábado, às 19h, na Casa da Cultura Rachel Dossi, integrando a Mostra de Teatro de Ilha Solteira).

 

Três ações completam a programação em cada cidade: Varal de Memórias, uma instalação cenográfica interativa, na qual o público poderá pendurar suas histórias e lembranças da infância; distribuição de Programa Lúdico, contendo jogos divertidos e brincadeiras para as crianças com temas relacionados ao enredo da peça; produção de Mini Documentário com depoimentos e relatos de espectadores sobre a relação com o rio da sua cidade, registros da circulação e bastidores, que será disponibilizado no YouTube da Cia. de Achadouros.




 

A encenação

 

Tendo como ponto de partida a potente e delicada poesia Manoel de Barros (1916-2014, Cuiabá/MT), Os Lavadores de Histórias valoriza as pequenas coisas, a beleza contida nas sutilezas, a graça do imaginar, as brincadeiras espontâneas e colaborativas e o contato com a natureza. Os atores fizeram uma imersão na obra do poeta e foram para as ruas do bairro São Mateus, em São Paulo, em busca de histórias reais da memória afetiva de moradores antigos e crianças. “Um dos poemas de Manoel de Barros que mais nos inspirou foi Desobjeto, que fala sobre usar a imaginação para dar novos sentidos e funções a um objeto, transformá-lo em outra coisa na hora de brincar”, comenta Felipe Michelini. Os protagonistas revelam que lembranças de suas próprias infâncias e de outras pessoas envolvidas na produção também estão no enredo.

 

A diretora Tereza Gontijo - mineira de Belo Horizonte, que também é palhaça, integrante dos Doutores da Alegria e da Cia. Vagalum Tum Tum - enfatiza que o espetáculo foi concebido para a família. “Enquanto a palhaçaria é diversão garantida para as crianças, o tom lírico e poético da peça toca os adultos ao acionar o dispositivo das lembranças da infância”. Ela afirma que o processo junto à Cia. de Achadouros teve como estímulo o prazer do jogo de palhaços no trabalho de criar para o público infantil.

 

Urucum, Tom Tom e Jatobá sabem que as coisas esquecidas nos quintas guardam muitas histórias de meninos e meninas que cresceram e não lembram mais das brincadeiras e dos sonhos. As histórias surgem à medida que objetos e brinquedos são lavados e revelados. Entre as cenas está O menino que queria voar: um lençol manchado revela o garoto que queria viajar pelo mundo. Às vezes, fazia xixi enquanto dormia e se escondia embaixo da cama, sonhando em voar e unir os quatro continentes. Tem também A menina triste que descobre o que a faz feliz: um lenço colorido traz a história da menina que vivia triste até conhecer um garoto mágico (inspirada em conversas com a sambista Tia Cida, moradora da região de São Mateus). Ela o encontra quando vai buscar lenha e o acompanha até o acampamento cigano, descobrindo ali o seu amor pela música. Em O menino que vai para a lua com o amigo imaginário, um sapato velho se transforma em interfone secreto para anunciar a missão da primeira criança a pisar na lua (história do ator Felipe). Em A menina que encantava os passarinhos, uma velha escova de cabelos traz para a cena a história de uma rádio de passarinhos (memória da atriz Mariá). Muitas aves participam da programação: a andorinha dá receita de bolinho de chuva (chuva mesmo!); o tico-tico, que voa alto, faz a previsão do tempo; no futebol, os jogadores são pássaros; e a radionovela dramatiza a história do menino que ficou chateado porque ia ganhar uma irmãzinha, não um “irmãozinho para brincar”, mas descobre a alegria dessa nova relação (história de Emiliano).

 

Para o grupo, Os Lavadores de Histórias quer fazer o público lembrar coisas que não deveriam ser esquecidas, lembrar que brincar junto é fundamental, e quebrar as amarras dos adultos pela memória afetiva para que pais e filhos revivam a magia do brincar.

 


FICHA TÉCNICA - Dramaturgia: Silvia Camossa. Direção: Tereza Gontijo. Elenco: Emiliano B. Favacho (Urucum, Gururu, Cipriano), Felipe Michelini (Jatobá, Bugrinha, Menino Cigano) e Mariá Guedes (Tom Tom, Menina Triste, Meninassarinha). Cenografia: Alício Silva e Bira Nogueira. Figurino: Cleuber Gonçalves. Iluminação: Giuliana Cerchiari. Adereços: Clau Carmo e Cia. de Achadouros. Pesquisa musical: Emiliano B. Favacho e Tereza Gontijo. Músicas: Kevin Macleod. Edição de somEmiliano B. Favacho e Rodrigo Régis. Voz em off: Evandro Favacho. Grafite/painel: Celso Albino. Operação de som: José Olegário Neto. Operação de luz: Francisco Renner. Preparação corporal: Ana Maíra Favacho e Erickson Almeida. Registro em vídeo, edição e fotografia: Cidcley Ulysses Dionísio. Design gráfico: Nathalia Ernesto. Produção: Leneus Produtora de Arte. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Fotos/divulgação: Giuliana Cerchiari. Idealização: Cia. de Achadouros. Realização: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa - Edital ProAC Expresso - 08/2021 - Público Infanto-Juvenil / Circulação.

 

Serviço / Maio de 2022

 

Espetáculo: Os Lavadores de Histórias

Com: Cia. de Achadouros

Duração: 50 min. Livre para todos os públicos (recomendação: a partir de 4 anos).

Todas as sessões são gratuitas.

 

Suzano/SP - 14 de maio. Sábado, às 16h

Teatro Municipal Dr. Armando de Ré      

Rua Gal. Francisco Glicério, 1354 - Centro. Tel: (11) 4759-1801

                                                          

Salesópolis/SP - 19 de maio. Quinta, às 15h

ONG Contagie | 20ª Semana Nacional de Museus

Rua João Miguel, esquina com Av. Osaka, 545 - Jardim Nídia. Tel: (11) 98397-4375.

 

Santana de Parnaíba/SP - 21 de maio. Sábado, às 16h

Teatro da Arena de Eventos

Avenida Esperança, 450 - Campo da Vila. Tel: (11) 4154-5459.

 

Pirapora do Bom Jesus /SP - 27 de maio. Sexta, às 15h

Casa de Cultura de Pirapora

Rua Cônego Vicente, nº 08 - Centro. Tel: (11) 4131-9191.

 

Cia. de Achadouros

 

A Companhia de Achadouros formou-se, em 2012, com o nome de A Melhor da Cidade Cia. Teatral, a partir do encontro de artistas em curso de máscaras, ministrado por Cida Almeida e Sofia Papo, na SP Escola de Teatro. Estudaram técnicas que envolvem o universo das máscaras, da commedia dell’arte, passando pelo bufão até chegar à menor máscara do mundo: o nariz vermelho do palhaço.

 

Em 2014, contemplado pelo Programa VAI - 2014, o grupo iniciou o projeto O Espetáculo Mais Prestigioso do Século Vai a São Mateus - pesquisa sobre palhaçaria na região de São Mateus, zona leste de São Paulo - que compreendeu ainda uma série de ações culturais no bairro (cortejos cênicos e musicais, saídas livre de palhaço) e pesquisas com a comunidade e a relação com a linguagem do palhaço. O Espetáculo Mais Prestigioso do Século (direção - Sofia Papo; dramaturgia - Cida Almeida) é um espetáculo de rua com linguagem de palhaço e números circenses. As reverberações direcionaram a pesquisa para a ação do palhaço na rua, como interventor e facilitador de relações.

 

Em 2017, o grupo debruçou-se sobre questões da infância na região com o projeto Elogio à Infância: Escavando os Meninos que Fomos. O trabalho reúne histórias vividas por pessoas em São Mateus, memórias da infância dos integrantes e a poesia de Manoel de Barros. O resultado é o infantil Os Lavadores de histórias, sua segunda montagem, em parceria com a diretora Tereza Gontijo e a dramaturga Silvia Camossa, sendo indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem nas categorias Direção Revelação e Trilha Musical Adaptada. A peça estreou no Sesc Pinheiros, em 2018, seguiu para a unidade Vila Mariana, circulou por unidades do Sesc no interior paulista e foi apresentada no Itaú Cultural, em Casas de Cultura e Fábricas de Cultura, além de ter feito temporada online durante a pandemia.

 

O grupo também desenvolve projeto de contação de histórias - Origens do Brasil, que reúne histórias indígenas e afro-brasileiras - e intervenções de palhaço com as temáticas: infância e meio ambiente. Os(as) integrantes da companhia também realizaram trabalhos pedagógicos (aulas de teatro, palhaçaria e intervenção urbana) em Casas de Cultura e outros espaços e projetos.

 

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