Germano Melo, Luis Melo e Samantha Dalsoglio em dabate on-line do CPT_SESC sobre Trono de Sangue - Macbeth
Cenas do espetáculo com Samantha Dalsoglio e Luis Melo | Foto: Paquito
A partir do dia 07 de fevereiro (segunda), a montagem Trono de Sangue - Macbeth, dirigida por Antunes Filho, em 1992, integra o acervo digital das Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC, na plataforma Sesc Digital. Já no dia 09 de fevereiro (quarta), às 19h, no canal YouTube do CPT_SESC, acontece o debate on-line com os protag
Adaptado do clássico Macbeth, de William Shakespeare, a peça recebeu o título Trono de Sangue, em referência ao filme Trono Manchado de Sangue (1957), do diretor Akira Kurosawa, cuja obra também influenciou os elementos plásticos da encenação, como cenários e figurinos, criados por J.C. Serroni (cenógrafo e figurinista) e Romero de Andrade Lima (artista plástico), respectivamente.
A narrativa enfoca a luta pelo poder, a ambição desmedida e o mal que corrompe e destrói a alma humana, retratada na história de dois generais de Duncan (Rei da Escócia), Macbeth e Banquo, que, ao retornarem de uma batalha vitoriosa contra rebeldes, encontram três bruxas, que profetizam que Macbeth se tornaria rei e Banquo seria
Estimulado pela profecia e instigado pela ambição de sua esposa, Lady Macbeth, Macbeth assassina o rei Duncan e é coroado rei da Escócia, dando sequência a uma série de outros assassinatos, como o de Banquo. Porém, o preço de seu reinado é uma vida atormentada por culpas, desequilíbrio e pelos fantasmas de suas vítimas até ser morto por Macduff, cuja família também teria sido assassinada por ele.
Uma tragédia trazida para o cenário político brasileiro
Ao trabalhar a tragédia shakespeareana, Antunes Filho levou mais uma vez ao palco o tema da Sinergia do Mal que acomete a alma humana, mas, particularmente, fez uma provocação sobre o cenário político brasileiro, com denúncias de corrupção envolvendo o então presidente da República, Fernando Collor de Mello – que renunciou por exigência da sociedade civil que foi às ruas manifestar, publicamente,
“Refletir criticamente no espetáculo sobre o momento histórico vivido é coisa recorrente da obra de Antunes. Mas, dessa vez, agregava à reflexão em torno do momento histórico a Sinergia do Mal, como o fizera em Nova Velha Estória. E concluía outra vez pela impossibilidade de eliminar o mal, enfatizando a necessidade de colocá-lo em seu devido lugar. Responde, assim, à falta de ética dos governantes, mas no plano da arte, da criação estética, não do panfleto”, comentou Sebastião
Coleção
Trono de Sangue integra as Coleções e Acervos Históricos do CPT_SESC e se junta a Toda Nudez Será Castigada (2012), Vereda da Salvação (1993), Foi Carmen (2005), Gilgamesh (
A coleção traz uma seleção de 10 figurinos, 12 fotos, documentos gráficos, como o programa, prospectos, convite do espetáculo e um trecho da entrevista com o sonoplasta Raul Teixeira sobre a trilha da cena final do espetáculo.
“O que nos interessa em Macbeth é a indicação de um espaço ambíguo que deixe ao espectador a possibilidade de montar relações e vislumbrar diversos mundos”, relembra J. C. Serroni. Assim, criou um ambiente opressivo, marcado por varandas com altas e pesadas paredes, recursos no fundo da cena e o proscênio, elementos que atenuam o carácter ilusionista da caixa.
Além do cenário complexo, o público também pôde apreciar o peso da tragédia estampada nos figurinos. “Eu quero tragédia”, esbravejava o encenador, que chamou às pressas o artista plástico Romero de Andrade Lima para confeccionar os trajes do elenco. “Ele pegou as velhas cortinas que tinham tirado do Teatro Anchieta, era um veludo preto, pesado e começou a costurar em cima do corpo dos atores com cola quente; quando coloquei o próprio peso do veludo, o peso veio com a cortina”, conta Ondina Clais, que atuou na peça.
Sobre os convidados
Germano Melo, Luis Melo e Samantha Dalsoglio |
Créditos: Ricardo Alves Jr., Paulo Henrique Camargo e acervo pessoal
youtube.com/cptsesc
Germano Melo é ator, dramaturgo e roteirista. Escreveu o telefilme O Natal de Rita, dirigido por Ricardo Alves Jr., coproduzido pela Globo Filmes; os curtas-metragens Russa, indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2018, Vitória, seleção oficial do Festival de Rotterdam de 2020, e o longa-metragem Elon Não Acredita na Morte.
Como ator, trabalhou no Centro de Pesquisa Teatral, dirigido por Antunes Filho. Atuou nos longas Aquarius, de Kleber Mendonça Filho; Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas; Verona, de Marcelo Caetano, e Dia de Reis de Marcos Pimentel. Foi apresentador do programa Café Filosófico exibido pela TV Cultura de São Paulo.
Luis Melo é ator, professor de interpretação e idealizador da Fundação Campo das Artes. Atuou por muitos anos sob direção do encenador Antunes Filho, tendo sido protagonista de vários espetáculos marcantes, entre eles Vereda da Salvação, Gilgamesh e Trono de Sangue, adaptação da obra Macbeth de Shakespeare, em 1992, considerado por muitos a melhor interpretação de Macbeth no teatro brasileiro.
Atuou em novelas como Cara e Coroa, que lhe rendeu o Prêmio APCA como melhor ator em TV, O Amor Está no Ar, Pecado Capital, A Padroeira, A Casa das Sete Mulheres, dentre outras. No cinema, atuou em Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas, Jenipapo, de Monique Gardenberg, Bar Babel, de Roberto Prado e Rodrigo Barros Del Rei, Doces Poderes, de Lúcia Murat, e Por Trás do Pano, de Luís Villaça.
Samantha Dalsoglio iniciou sua carreira com oito anos. Participou de campanhas publicitárias e foi apresentadora do programa ZY Bem Bom, na Rede Bandeirantes. Foi atriz do grupo de teatro Macunaíma, do diretor Antunes Filho, atuando em Paraíso Zona Norte, Nova Velha Estória e Trono de Sangue. Além do trabalho com Antunes, participou das montagens de A Gaivota, de Jorge Takla, e Disney Killer, de Philip Ridley.
Atuou em novelas como Malhação (Globo); Roda da Vida (Record); Fascinação, Ven
Há oito anos ministra aulas de interpretação para TV e cinema na escola de atores Wolf Maya.
SERVIÇO
07 de fevereiro, segunda-feira
TRONO DE SANGUE - MACBETH - Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC
Figurinos, fotos, documentos gráficos em coleção digital que apresenta o acervo do espetáculo Trono de Sangue, montado em 1992 pelo CPT, com direção de Antunes Filho.
[disponível na plataforma Sesc Digital]
09 de fevereiro – quarta-feira, às 19h
CÍRCULO DE DEBATES – MEMÓRIA, ACERVO E PESQUISA: TRONO DE SANGUE - MACBETH
Com Luis Melo e Samantha Dalsoglio
Mediação: Germano Melo
Apresentação: Fabricio Ribeiro
Atividade on-line em youtube.com/cptsesc
Classificação: livre
Sobre as Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC
As Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC trazem ao público seleções dos figurinos e outros itens de peças encenadas pelo CPT. Um minucioso trabalho de pesquisa possibilitou a recomposição e restauro de 150 trajes cênicos compostos por 470 itens, de 13 espetáculos: A Hora e Vez de Augusto Matraga, Antígona, Foi Carmen, Fragmentos Troianos, Gilgamesh, Medeia, Medeia 2, Nossa Cidade, Toda Nudez Será Castigada, Trono de Sangue, Pedra do Reino, Vereda da Salvação e Xica da Silva. Em seguida, os figurinos foram registrados pelo fotógrafo Bob Sousa, fotos essas que são hoje o fio condutor das Coleções.
Sobre o Sesc Memórias
Implantado e coordenado pela Gerência de Estudos e Desenvolvimento do Sesc São Paulo, o Sesc Memórias é um programa que desde 2006 atua na coleta, higienização, organização, guarda e disponibilização da documentação produzida pela instituição, com o propósito de preservar e difundir suas memórias. Integram seu acervo os registros produzidos desde a criação do Sesc, em 1946. São diversos gêneros, suportes e formatos de documentos que assinalam a ação finalística da instituição e seus processos de trabalho, como materiais de divulgação, fotografias, produtos institucionais, ações programáticas, relatórios, entre outros. Seu acervo contribui para a reflexão acerca do trabalho desenvolvido pela instituição, bem como para a promoção de pesquisas e de produção de conhecimentos, na medida em que é acessível ao público interno e externo, reforçando a memória como um valor a ser cultivado.
Sobre o CPT_SESC
O Centro de Pesquisa Teatral foi criado em 1982 como laboratório permanente de criações teatrais, formação de atrizes, atores, dramaturgas e dramaturgos. Ao longo de quatro décadas, ganhou reconhecimento da crítica e de seus pares no Brasil e em outras partes do mundo como referência no fazer teatral. Foi coordenado por Antunes Filho por 37 anos, período no qual formou mais de mil profissionais das artes cênicas e apresentou 46 espetáculos. Em 2020, passado um ano da morte do diretor, o CPT expandiu suas ações em busca do constante desenvolvimento que o teatro contemporâneo exige, mantendo o diálogo com o seu legado.
A programação, disposta em cinco eixos temáticos - Formação de Atores; Criação e Experimentação; Dramaturgia; Cenografia; e Memória, Acervo e Pesquisa - apresenta ciclos de debates, mostras digitais, cursos, podcasts, oficinas, entre outras atividades, com artistas e técnicos de diversas formações e instâncias da produção teatral, a fim de buscar a realização de um trabalho interdisciplinar a que sempre se propôs o CPT_SESC.
Confira a programação completa em www.sescsp.org.br/cpt e nas redes sociais:
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Informações para a imprensa:
Assessoria de Imprensa CPT_SESC
Andréa Oliveira
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Carlos Daniel Dereste
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