Dona Duda Ribeiro está no Samba, Suor e Saudade com Jace Lucas




Fotos : Acervo Pessoal 

 "Sou  Dulcinéia Ribeiro, conhecida como Dona Duda Ribeiro,  professora de canto popular, cantora profissional, Embaixadora do Samba de São Paulo, apresentadora de eventos, ex-participante do The Voice Mais". Duda que é afilhada de Geraldo Filme e filha  do "O Bengalinha da Barra Funda" e da “Pastora do Cordão Camisa Verde" e  há 19 anos, se apresenta no palco do Bar Brahma, a atração feminina  mais antiga dessa famosa casa de shows, situada no local que já foi verso na canção:  “Sampa” de Caetano Veloso, "que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João!". 





Samba 

Sua primeira escola de samba  foi a Vai Vai, onde foi destaque de chão, coordenadora da ala Garotas do Bole Bole, orientadora musical das vozes femininas,   onde ficou por dez anos,  e após alguns dissabores na escola,  aceitou o convite do então presidente Carlos Alberto Tobias   da  Camisa Verde Branco, que veio em boa hora, e  ambas escolas eram a força do Carnaval Paulistano. Foi também rainha de bateria da Prova de Fogo e madrinha de bateria da Renascença da Lapa.

"Estou até hoje no Camisa Verde e Branco, destaque, diretora de eventos, comissão de carnaval, festival de talentos, fiz parte da  famosa macarronada, mestra de cerimônias, e chefiei alas premiadas como as Garotas do Bole Bole no Vai Vai e  Ginga Brasileira no Camisa.

Foi cidadã samba de 2005, e hoje é Embaixadora do Samba de São Paulo  pela UESP. "Tenho respeito por todos os pavilhões e estandartes que representam a resistência da nossa cultura". 





Suor 

"No samba tive dois  momentos de sufoco:  

Um quando saí do Vai Vai, para o Camisa Verde,  numa época que havia grande rivalidade entre as duas comunidades, no final do desfile  era tenso,  hoje  são só lembranças,   rimos de tudo, e existe um carinho enorme por todos". Conta Dona Duda.

Outro momento,  foi no enredo   de 2002 , "Quatro, Vamos Pensar... Isso Vai Dar o Que Falar" do Camisa. "Minha ala show, à caminho do desfile, faltando alguns quarteirões,  o ônibus quebrou, e não poderíamos ficar de fora, depois  de tanta dedicação nos ensaios,  então descemos  e maquiadas, fantasiadas, começamos a correr, em certo momento  uma viatura policial nos parou para saber o que estava acontecendo, e quando souberam do ocorrido e que éramos do Camisa,  disseram que iam abrindo  o caminho naquele trecho do trajeto para que não fossemos atropeladas.

Chegamos a tempo, primeiro rimos muito, depois choramos muito, só de pensar, que poderíamos ter  ficado de fora, mas valeu a pena, minha ala Ginga Brasileira, saiu  em vários jornais". 

Há muitos anos, foi aceita em cargos de evidência por ser mulher, foi e ainda é um grande desafio, seja no samba, ou em outra carreira, atos machistas ainda tentam  boicotar.  "Mas mulheres, vamos à luta! Confio em vocês!".




Saudade

"Tenho saudade dos desfiles das Avenidas São João e Tiradentes, do grande desfile da Camisa em 1982 ,  “Negros Maravilhosos, Mutuo Mundo Kitoko. 

Saudade da alegria verdadeira, sem soberba, respeito mútuo, do verdadeiro espetáculo,  do Presidente Chiclé, Presidente Carlos Alberto Tobias, Magali dos Santos". 

"Quero expressar minha gratidão ao Álvaro Aoas, dono do Bar Brahma pelo respeito e confiança no meu trabalho".




"EU SOU O SAMBA FLOR! BERERE! BERERE!


Bereré bereré é uma frase africana em yorubá usada pelos antigos que quer dizer "paz, saúde, amizade, prosperidade" que já se tornou uma marca registrada.







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