Banco Afro e a Preengenharia apresentam projeto que torna possível a aquisição da casa própria por famílias em situação de vulnerabilidade habitacional

 


O sonho da casa própria pode virar realidade. Pelo menos, essa é a proposta do projeto Habitação do Bem, iniciativa do Banco Afro e da Preengenharia, para tornar possível as famílias em situação de vulnerabilidade habitacional a aquisição de um lugar para morar. Contando com empresas apoiadoras da causa habitacional como investidoras sociais, o projeto busca oferecer oportunidades para pessoas que hoje se encontram em situação de aluguel ou residem em conglomerados.

 

Segundo pesquisa de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 13,1 mil aglomerados subnormais distribuídos entre 734 municípios do país com o nome de favela, invasão, grota, baixada, comunidade, mocambo, palafita, loteamento, ressaca e vila, nomes que variam de região para região. E são mais de 11 milhões de famílias no Brasil pagando aluguel. Mesmo tendo capital para custear parcelas mensalmente, elas não conseguem financiamentos convencionais em bancos para pagar pela casa própria.

 

O Habitação do Bem pretende gerar acesso à casa própria para pessoas das classes C, D e E, sem toda a burocracia bancária que as exclui do sistema de financiamento habitacional e sem a espera de décadas por casas populares do governo. Os primeiros condomínios sociais do projeto estão sendo concluídos na cidade de Águas Lindas de Goiás. Cada um deles é composto por 19 residências e área de lazer. Novos condomínios sociais serão construídos por todo o Brasil.

 

“Junto às equipes de tecnologia temos engenheiros, projetistas, arquitetos, mestres de obras e pedreiros, somando experiências para desenvolver um trabalho em nível de excelência, desde o cadastramento dos beneficiários até a entrega da chave. Atualmente, existem 19 casas em construção em Águas Lindas de Goiás, onde se encontra nossa primeira fábrica, e o modelo está sendo replicado para o Litoral de São Paulo, na cidade de Santos, onde serão construídas 50 residências. Nós entendemos o momento difícil e caótico do país e que, muitas vezes, as instituições públicas não conseguem cobrir as demandas desejadas para sanar o problema habitacional que o Brasil enfrenta há anos. Transparência no cumprimento de metas e auditoria confiável fazem parte de nossos valores, pois mantendo-os, conquistaremos o apoio do público para implementação e manutenção do projeto”, afirma Diego Reis, CEO do Banco Afro.

 

O projeto foi aprovado e hoje está na Coalizão Habitação, formada pela Artemisia – organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil – e gigantes do setor de construção civil, como Gerdau, Votorantim, Tigre, Vedacit e Leroy. A entrada do Habitação do Bem na Coalizão Habitação tem o objetivo de buscar mais investidores sociais e ampliar cada vez mais a oferta de moradia por todo o país, criando um ecossistema de financiamento de construção de condomínios sociais. As empresas parceiras fazem doações de materiais ou recursos financeiros diretamente para o programa; a Preengenharia faz a construção dos condomínios e toda gestão do fundo; e o score social dos futuros moradores é gerado pelo Banco Afro, que disponibilizará um dashboard de acompanhamento da evolução do projeto. 

As casas do Habitação do Bem são dispostas em condomínios sociais e têm um custo individual aproximado de R$ 110 mil para 65m² de área construída, com três quartos, sala, cozinha americana e banheiro, além de área externa com garagem e área de serviço coberta. Essas residências são maiores do que as das companhias de habitação governamentais, que têm em média 40 m² quadrados e são mais caras, custando, em média, R$ 120 mil.

 

“Acreditamos que o nome razão social não vem em vão, e toda empresa tem uma razão de existir e poder retribuir algo ao mundo e para a sociedade. A Preengenharia cumpre quatro Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que fazem parte de uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015. Apoiar a Preengenharia é apoiar a promoção de um trabalho decente e o crescimento econômico do país, o desenvolvimento de cidades e comunidades sustentáveis, o consumo e produção sustentável de desenvolvimento de negócios. O ODS 17 propõe estabelecer meios para melhorar a realidade de quem mais precisa, por meio de parcerias públicas, privadas e com a sociedade civil. Muito mais do que construir casas de maneira mais rápida e acessível, nós formamos condomínios sociais com um método replicável, que pode se estender para países em desenvolvimento, proporcionando a redução do déficit habitacional em larga escala”, explica Amanda Paz, cofundadora da Preengenharia.


O portal para receber as doações será lançado ainda neste mês de novembro, e as primeiras entregas do programa Habitação do Bem ocorrerão até fevereiro de 2022. O cadastramento das pessoas interessadas nos condomínios será totalmente digital na plataforma que gerará um algoritmo para a seleção de quem estiver apto a participar do programa. É importante ressaltar que nosso score é social e vai além de ter o “nome limpo”. O score social avalia os inscritos de maneira ampla, observando questões como a checagem de parcelas/divididas em dia, grau de vulnerabilidade habitacional, idade e número de dependentes. Quanto mais as empresas apoiadoras investirem, menor será o custo de nossas casas e mais pessoas terão acesso à moradia.

 

Sobre o Banco Afro

 

Dedicado a gerar impactos sociais dentro da cadeia de monetização, o banco, feito por negros para negros, oferece soluções com representatividade financeira para a comunidade preta. Oriundo do Grupo Afro Empreendedor – coletivo de empresas, criado em 2015, nos mais variados segmentos como, tecnologia, marketing, alimentação e eventos –, o Banco Afro foi resultado da deficiência do mercado, sentida pelos empreendedores, em oferecer soluções financeiras com produtos e serviços que atendessem às necessidades e que trouxessem aproximação com as pessoas pretas, pardas e refugiadas.

“Aproveitei o movimento do Banco Central de abertura de mercado e da minha formação em tecnologia, para abrir nossa própria fintech com produtos e serviços que repercutissem diretamente na comunidade, tendo como pilar a bancarização das classes C, D e E; a distribuição de renda; a cidadania financeira; e o fortalecimento do black money”, afirma o CEO Diego Reis.

Ao se posicionar como uma fintech de impacto social e não apenas como um banco em sua tradicionalidade, o Banco Afro entende que o resultado gerado tem mais peso e valor dentro da cadeia de monetização. Ou seja, sua atuação baseia-se mais no bem-estar social do que no lucro. E, ao considerar seu porte enquanto empresa, há a conscientização de que a lucratividade ganha sentido desde que o objetivo seja ampliar os ganhos para dividi-los dentro da comunidade de acordo com os projetos articulados pelo banco.

O Banco Afro se coloca no lugar do público e, por entender que a maioria não é bancarizada e que muita gente sequer tem acesso à tecnologia, usa da empatia para oferecer facilidades e as menores tarifas possíveis. Entre os produtos disponibilizados, estão Conta Digital – com processo simples e rápido de abertura –; Microcrédito orientado; Meios de pagamento com criação de rede de distribuidores de maquininhas a partir do crescimento comunitário e articulação em rede; Tecnologia para o terceiro setor, em que oferece serviços financeiros de distribuição de renda para comunidades; app de gestão de benefícios como vale alimentação, transporte e cultura e o BAAS, que é o acesso à tecnologia inclusiva e amigável para apoio a projetos de terceiros.

E tem mais: o Banco Afro é um e-wallet de pagamento, pois oferece serviços financeiros como cash in (forma de colocar dinheiro na conta) via depósito, pix e p2p, cash out (forma de retirada do dinheiro), pix, pagamento de conta, compra de vouchers (Uber, Sky, Netflix, Ifood, Spotify...), recarga de celular, TED e transferência entre pessoas – peer to peer. Em breve, haverá liberação de cash in via boleto e cartão de crédito, e a inclusão de novas funcionalidades como venda de bilhetes do metrô e afins.

 

Sobre a Preengenharia

 

A Preengenharia é uma empresa de construção de pré-moldados para casas, preocupada com o meio ambiente. A partir da tecnologia de construção com placas pré-moldadas, plantas otimizadas e métodos menos agressivos, consegue-se proteger o meio ambiente, reutilizando materiais e promovendo eficiência energética, minimizando o consumo de energia elétrica e evitando desperdício.

Atuando há 13 anos no mercado de casas pré-moldadas, a Preengenharia passou, há um ano, a fazer parte da Rede Afro, sob a gestão de Diego Reis, empreendedor apaixonado pelo impacto social e CEO do Banco Afro. Ele viu uma grande oportunidade para a Rede Afro ter uma empresa no ramo da construção, a fim de facilitar o acesso a uma moradia digna a preços mais acessíveis, podendo assim realizar o sonho da maioria das famílias brasileiras.

A Preengenharia tem práticas ESG relacionadas aos impactos social e ambiental, e foco na governança para gerar um processo transparente e próspero de trabalho. Parte dos lucros da empresa vai para seu fundo social, usado para a construção dos condomínios sociais.

 

Sobre a Coalizão Habitação

 

Uma parcela importante dos negócios de impacto social no setor de construção é fruto da Coalizão Habitação, liderada pela Artemisia em parceria com grandes empresas como Gerdau, Tigre, Votorantim Cimentos e Vedacit. Uma das iniciativas é o Lab Habitação, que já acelerou quase 50 negócios e está  na quarta rodada de aceleração, com 20 negócios selecionados. Os cinco de maior destaque ganham ainda R $30 mil como capital semente.

Os gigantes do setor veem no projeto oportunidade para ações de responsabilidade social e incentivo às vendas na área de construção como um todo.

“O Brasil enfrenta não apenas o déficit de moradias, mas as condições insalubres de milhões de residências. E nossa decisão foi de trabalhar com foco na melhoria da qualidade da habitação”, explica o head global de responsabilidade social na Gerdau, Paulo Boneff.

Por meio do Lab Habitação, os novos negócios têm acesso a profissionais das grandes empresas, com mentoria e conhecimentos, que estimulam a inovação e ajudam a enfrentar os obstáculos de novos modelos de negócios, que vão além de reformas. Há diferentes eixos de atuação e projetos ligados à aluguel social e energia solar, por exemplo, sempre com a população de baixa renda como público alvo.

“Nossa ideia é investir socialmente para ter uma cadeia de valor mais sustentável, mas é claro que a gente reconhece a relevância do mercado de baixa renda”, diz a gerente de transformação social da Votorantim Cimentos, Priscilla Alvarenga.

Uma das parcerias é da Tigre com a Bio Saneamento, negócio voltado para o problema da falta de saneamento básico. “A Coalizão nos dá a oportunidade de conhecer novos negócios, nos conectar a eles e com isso chegar ainda mais a essas comunidades”, afirma a diretora de pessoas, comunicação interna e sustentabilidade da Tigre, Patricia Bianca Bobbato.

Para o gerente executivo de inovação e sustentabilidade da Vedacit, Luís Fernando Guggenberger, os negócios de reformas de moradia popular passaram por “crescimento exponencial” nos últimos quatro anos, saltando de cinco players para perto de cem hoje. A empresa negocia preços sociais de produtos para esses parceiros, com descontos de 20% a 50%.

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