Coletivo bobik & sofotchka | experiência cênica em duas fases

Dirigidas por Marcia Nemer, sete artistas iniciam o espectador ao tema shakespeariano - e violento - contido no texto Titus Andronicus. Na primeira fase, as artistas estão em vídeos curtos, inéditos, lançados no Instagram; o último vídeo - ao vivo, em forma de live - será a partir do perfil de cada atriz. O espectador pode alternar entre uma interpretação e outra e acompanhar a sincronia de um mesmo texto apresentado por intérpretes diferentes.

 


As atrizes do experimento/projeto cênico: Naiara de Castro, Clara Cury, Mariana Leme, Jhessica Daher, Carolina Haddad, Pamella Martelli e Ediana Souza Foto: Dani Lopes



 Quando a pandemia do novo Coronavírus começou, o coletivo bobik & sofotchka estava preparando o seu próximo projeto: levar aos palcos “Titus Andronicus”, de William Shakespeare. Os primeiros encontros com o texto já estavam acontecendo, mas por causa do isolamento social, tudo precisou ser interrompido. Agora, o grupo retoma o projeto, não em forma de peça online e sim de experimento teatral. Assim nasceu o projeto TITUS ANDRONICUS – o rosto da guerra | Uma experiência analógica para tempos virtuais.

O grupo, formado por sete mulheres, com direção de Marcia Nemer, tem como proposta criar uma forma de lidar com o fazer teatral nas possibilidades atuais. Para isso, a largada vai ser dada com dez vídeos, lançados três a cada semana, entre 6 e 27 de setembro, no Instagram do projeto (@bobik_sofotchka). Nestas transmissões, as atrizes vão contar sobre como foi estudar arduamente o texto de Shakespeare durante mais de um ano, num tempo suspenso entre a expectativa da pandemia acabar e o reconhecimento que seria um processo longo.

Depois da exibição dos vídeos no mês de setembro e da live simultânea ao final, o projeto entra em uma segunda fase em que a proposta é analógica. Em “TITUS ANDRONICUS – o rosto da guerra” o espectador tem a possibilidade de se afastar do mundo exclusivamente virtual e entrar em contato com um tempo estendido onde experiências são sugeridas e vividas.

Nesta etapa, os participantes recebem pelos Correios uma carta, com instruções e orientações, enviada pelas mulheres do coletivo - serão 100 vagas para participar da experiência. A correspondência sugere uma semana de atividades em que a pessoa assume o papel de participante ao se colocar não como espectador passivo de uma transmissão virtual - onde não há troca possível entre palco e plateia - mas como alguém que opta por participar do experimento com as atrizes e com o texto de Shakespeare. E aceitar (e realizar) as sugestões feitas nas cartas e pistas deixadas nas redes sociais do grupo.

O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc (Lei 14.017/2020), por meio do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Prefeitura Municipal de São Paulo, através da Secretaria Municipal de Cultura.

 

Os vídeos

A cada semana, entre 6 e 27 de setembro, serão publicados três vídeos curtos no instagram do projeto (@bobik_sofotchka). Em cada um deles, as atrizes irão contar a experiência de lidar com o texto de Shakespeare. No décimo vídeo (lançado em 27 de setembro) as artistas antecipam sobre qual será a dinâmica das cartas, para o público já ter proximidade com o experimento.

No dia 1º de outubro, acontece uma live com todo o elenco, para um contato final da adaptação feita por Marcia Nemer e Carol Pitzer para o texto de Shakespeare. Durante esse ‘ao vivo’, cada uma das sete atrizes vai ler o mesmo trecho do texto em seus respectivos perfis, sozinhas, porém assistidas e acompanhadas pelo público. O espectador vai poder ‘pular’ de um Instagram ao outro, já que elas estarão falando o mesmo texto.

Assim, este experimento serve como uma outra forma de pensar ‘a presença’ do/no teatro - e também no digital - mostrando que mesmo juntas, as atrizes estão sozinhas, inclusive vice-versa, estão sós e também na multidão das redes.

 

Ficha técnica

TITUS ANDRONICUS – o rosto da guerra | Uma experiência analógica para tempos virtuais

a partir de TITUS ANDRONICUS, de William Shakespeare

Concepção e direção: Marcia Nemer

Elenco: Carolina Haddad, Clara Cury, Ediana Souza, Jhessica Daher, Mariana Leme, Naiara de Castro e Pamella Martelli

Dramaturgismo: Carol Pitzer

Idealização e produção: Mariana Leme

Fotos de divulgação: Dani Lopes

 

 

Serviço
 

Vídeos

Datas dos lançamentos:

Dias 6, 8, 10, 13, 15, 17, 20, 22, 24 e 27 de setembro de 2021

@bobik_sofotchka

Horário: 19h

As atrizes contam como foi o trabalho com o texto de Shakespeare, desde os poucos ensaios presenciais na véspera da pandemia até o momento atual em que o teatro procura se reinventar no mundo digital e resgatar o que deixou no analógico.

 

Live coletiva e simultânea

Dia: 1º/10

@bobik_sofotchka (do projeto) e das atrizes

Horário: 20h

Usando como ponto de partida o texto “Titus Andronicus”, de William Shakespeare, as atrizes lidam com a experiência de como se sentir parte de uma coletividade estando em isolamento. No Instagram, simultaneamente, a partir de suas casas, cada uma faz atuações da mesma dramaturgia shakespeariana, numa cadência concomitante e paralela. Cabe ao espectador escolher qual delas acompanhar, por quanto tempo, e a próxima atuação a ver. A ideia é criar a percepção de um elenco que se apresenta junto, mesmo estando separado.

 

Minibios


Márcia Nemer é diretora, atriz e dramaturga. Suas criações habitam o limiar entre o teatro, a performance e as artes plásticas, em trabalhos que atravessam linguagens artísticas. Mestre em Teatro pela Goethe Universität Frankfurt, onde foi orientada por Hans-Thies Lehmann. Trabalhou como assistente de direção para diretores como Thomas Ostermeier, Christoph Marthaler e Antunes Filho, entre outros. Seus trabalhos autorais mais recentes são: “O SONO DA RAZÃO” espetáculo teatral interativo para 1 espectador por vez, e “E, COM UM BEIJO...EU MORRO” peça em que todas as mortes das peças de Shakespeare são encenadas em um jogo que nunca se repete. Atualmente Marcia Nemer é artista residente na Citè International des Arts de Paris onde desenvolve o projeto “MIROIR CLAUDE”, a ser realizado em 2021.


Ediana Souza é atriz, formada pela Escola de Arte Dramática da USP (EAD/ECA/USP) e pelo Centro de Pesquisa Teatral (CPT) esteve no espetáculo “Nossa Cidade”, dirigido por Antunes Filho. Transita entre o teatro e o audiovisual. Compõe o elenco das séries “Aruanas”, “Pico da Neblina”, “3%” (Netflix), entre outras. | Instagram: @edianasouza_

Carolina Haddad, atriz formada pela CAL, estudou na escola Jacques Lecoq em Paris. Mestre em estudos teatrais pela Sorbonne Nouvelle - Paris III. Prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival CiviFilmes/SP pelo curta "La voisine" de Lucas Vasconcelos. Indicada ao prêmio Aplauso Brasil na categoria melhor elenco pela peça "Chernobyl". Atuou nas séries “A Névoa" da HBO e “O Anjo de Hamburgo” da Globo/Sonny. | Instagram: @titusaexperiencia_carol

Mariana Leme é atriz, diretora e produtora cultural. Formada pelo Teatro Célia Helena. Co-idealizadora da RIMA Coletiva, com enfoque na produção de trabalhos autorais e parceria com artistas independentes. É co-produtora e curadora do TEIMA Festival de Artes Online. Fez parte do Centro de Pesquisa Teatral (CPT) do diretor Antunes Filho. Atuou em mais de 25 espetáculos de teatro e esteve em festivais internacionais pelo Brasil, Colômbia e China. | Instagram: @marileme

Pamella Martelli é atriz, diretora e dramaturga. Bacharel em teatro pela Escola Célia Helena e dramaturga pela SP Escola de Teatro. Premiada no V Concurso Jovens Dramaturgos da Escola Sesc pela peça “Entre o Corredor e Sala de Estar'' (2015). Foi assistente de direção no espetáculo “DOC A.A.A.” do NAC - Núcleo de Artes Cênicas, coordenado por Lee Taylor. Em 2018 foi premiada pela co-autoria da peça “Cinema Jenin”, pelo DramaTens em Portugual. | Instagram: @pamellamartelli

Jhessica Daher é formada em Bacharelado em Artes Cênicas na Escola Superior de Artes Célia Helena. Especializada em Dublagem na Dubrasil. Participou do curta-metragem "Rivis", Dir. Paulo Silvio; entre outras participações em curtas, longas, séries, filmes publicitários, institucionais e afins. | Instagram: @jhessicadaher

Naiara de Castro é atriz formada pela Unesp. Atualmente faz parte do Grupo Teatro Cego e Cia Encontro em Cena. Participou com os grupos das montagens: O Grande Viúvo, Acorda Amor, Clarear, Depois Daquela Viagem e está em processo de montagem do espetáculo HomoShoppiens. Participou da série “Chamado Central” e Segredos Médicos, como dançarina esteve no espetáculo Dita, do grupo Urban Pro. | Instagram: @titusaexperiencia_naiara

Clara Cury é atriz formada em Atuação pela SP Escola de Teatro e aluna da Escola de Artes Dramáticas da USP. Atualmente está em processo com a peça “Borboleta Parda”, com direção de Flavia Alves. Seus últimos trabalhos no teatro foram na montagem de “Interditos”, com orientação de Nelson Baskerville, e no projeto multicultural “Lysistrata”, dirigido por Brian Michaels e apresentado no Chipre ao lado de atrizes turcas, gregas e nigerianas. | Instagram: @clara.cury

Carol Pitzer é atriz, dramaturga e arte-educadora, graduada em cinema e pós-graduada em artes cênicas. É artista docente do curso de dramaturgia da SP Escola de Teatro desde 2019 e autora das peças “Enquanto ela dormia” e “Nomes difíceis para objetos inúteis'', entre outras.

 


Instagram: @bobik_sofotchka

 

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