Núcleo Menos1 Invisível evoca novas formas
de habitar o mundo em “Poemas Atlânticos”
“Poemas Atlânticos”, nova criação do
Menos1 Invisível Núcleo de Dança, inspirada
no pensamento do ensaísta, filósofo e poeta negro martinicano
Édouard Glissant - especialmente no livro "Poética da Relação" (2011)
-, para abordar a necessidade de trânsito e cooperação inter-racial como forma
de sobrevivência num mundo hostil ao diferente, tem apresentações de 22 a 25 de
julho, em parceria com a Oficina Cultural Oswald de Andrade, com transmissão
direta pelo canal do Youtube https://www.youtube.com/oficinasculturaisdoestadodesaopaulo
O quadro “Navio Negreiro” (1840), do pintor
pré-impressionista Willian Turner, que corajosamente denuncia o descarte
criminoso de milhares de pessoas africanas
escravizadas no século 19, também serviu de ignição para o aprofundamento da pesquisa de criação.
Por meio da metáfora poética do Mar, simbolizando
desde o líquido amniótico de onde todos viemos, até a imensidão e mistério
oceânicos para onde retornaremos, os sete bailarinos-criadores – Edi Cardoso, Felipe Cirilo, Mônica Caldeira, Paulina
Alves, Rafael Carrion, Rafael Markhez e Cléia Plácido – dançam,
primeiro, a escassez, a tentativa de manter-se e sustentar relações
insustentáveis, até uma total transformação a partir da convivência e da força
da coletividade, revelando novas formas de habitar o mundo,
de celebrar a vida e a coexistência, sem a criação de muros – reais ou
abstratos.
Elementos poético-cenográficos, como
o balde que, sobre a cabeça, remete à reminiscência da lata d'água tão presente
nos sertões do mundo afro-atlântico e nas lembranças de infância periféricas,
retratam as relações de poder, subjugação e ausência, mas também provocam
outras presenças e memórias que
ecoam vitalidade, pertencimento e resiliência. “Escolhemos mergulhar nesses mares afro-atlânticos, em
nossas histórias pessoais, incômodos e anseios relativos à ideia de
africanidades e ancestralidades. Um movimento mais ao sul que,
entretanto, não foge de novas fricções e conflitos”, pondera Cléia Plácido, que também dirige o espetáculo.
Criação coletiva, “Poemas
Atlânticos” tem luz de Hernandes Oliveira,
trilha sonora de Sandra-X e Valquíria Rosa, com
participação de Pedro Peu, e figurinos
assinados por Samara Costa. Durante o processo de criação, Wellington Duarte
(Núcleo Entretanto) atuou como provocador dramatúrgico e Eduardo Fukushima e
Pedro Peu colaboraram na preparação corporal.
O espetáculo integra o projeto
"Mergulho'', contemplado pela 28ª Edição do Programa Municipal de Fomento
à Dança para a cidade de São Paulo.
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Serviço
“Poemas Atlânticos” – Menos1
Invisível - Núcleo de Dança
22, 23, 24
e 25/7 (quinta a
domingo), 21h
Plataforma
de exibição: Youtube
da Oswald de Andrade
Link de
acesso: https://www.youtube.com/oficinasculturaisdoestadodesaopaulo
(*sessão aberta sem necessidade de inscrição)
Classificação indicativa: 16 anos.
Gratuito
Menos1
Invisível
Surgimos em 2012, com a proposta de investigar de maneira
lúdica e colaborativa procedimentos artísticos que integravam corpo, imagem e
sonoridades com o encontro inicial entre o músico Luis Vitor Maia, o artista
visual Daniel Freitas e a bailarina Cléia Plácido.
Em 2013, apresentamos “Passeio
Dentro da Paisagem”, criação inspirada pela cena "Corvos", do filme
de Akira Kurosawa, nas Mostras de Dança da Fábrica de Cultura Jd. São Luís,
Festival Baixo Augusta, 6ª Mostra Lugar Nômade de Dança e Projeto Proart,em
versões solo, duo e trio, com colaborações do músico Marcos Battistuzi e dos
bailarinos Evandro Gonçalves, Pedro Penuela e Tatiane Ramos.
Em 2014, enquanto artistas
residentes do ARARA, criamos, em parceria do artista visual Daniel Seda,
“Turning Dance”, nosso primeiro experimento sobre as obras de Willian Turner.
Na Ocupação da Casa Amarela, realizamos intervenções artísticas e os
vídeosdança “Dança na Casa Amarela” 1 e 2. Em setembro de 2017, realizamos
Residência Artística no E.T.A., do SESC Itaquera, com intervenções e
performances para crianças e adultos. 2018 foi o ano de “Flutuante”, sob a
direção de Luísa Coser, no Centro de Referência da Dança. Em 2019, estreamos,
na Oficina Cultural Oswald de Andrade, o segundo espetáculo inspirado na obra
de Willian Turner, “Zona”, também dirigido por Luísa Coser, dentro do projeto
“Naufrágios”, contemplado pelo 25º edital de Fomento à Dança SP, depois
apresentado no Centro de Referência da Dança, na Funarte/SP e na Mostra Dança
se Move Ocupa.
Ficha Técnica
Concepção, direção geral e artística: Cléia Plácido
Artistas da dança e co-criadores: Edi Cardoso, Felipe Cirilo, Mônica Caldeira, Paulina Alves, Rafael
Carrion, Rafael Markhez e Cléia Plácido.
Provocações dramatúrgicas: Wellington
Duarte
Preparação corporal: Eduardo
Fukushima e Pedro Peu
Trilha sonora: Sandra-X,
Valquíria Rosa e participação de Pedro Peu
Desenho de Luz: Hernandes
Oliveira
Figurino: Samara Costa
Assessoria de imprensa:
Elaine Calux
Redes sociais: Renata
Pimpinatti, Rúbia Galera e Talita Bretas (Portal MUD)
Produção: Dafne Nascimento
e Kelson Barros
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