O espetáculo 180 Dias de Inverno, do Coletivo Binário, faz curta temporada online

 

Teatro digital, dança-teatro, instalação, vídeo mapping e live cinema: 180 Dias de Inverno, inspirado em texto de Nuno Ramos, traz seus medos e angústias ao cuidar de sua esposa doente. O cenário, um grande espelho d´água, tem móveis semi-submersos - um quarto afogado – que reforça a sensação eminente de cansaço.


O espetáculo 180 Dias de Inverno, do Coletivo Binário, inicia uma nova etapa em sua trajetória, que chega aos 11 anos em 2021. Devido às restrições de apresentações presenciais vindas com a pandemia do novo coronavírus, o grupo exibe ao público uma versão gravada diretamente do Teatro Paulo Eiró, que será reproduzida ao público a partir do dia 19 de março, sexta feira, 21h.. Para assistir, basta acessar o site www.coletivobinario.com.br.  O trabalho está sendo realizado com recursos do edital Proac Expresso Lab-Lei Aldir Blanc-36/2020.

Com direção de Nando Motta e dramaturgia de Antônio Hildebrando, a peça é inspirada no texto Minha Fantasma, que faz parte do livro Ensaio Geral, escrito pelo pintor, desenhista, escultor, escritor, cineasta, cenógrafo e compositor Nuno Ramos. Nesta obra, o multiartista visita sua trajetória de enfrentamento ao medo e as angústias enquanto cuida de sua esposa doente. Para construir no palco esse relato íntimo, o diretor fez uso de diferentes tecnologias, como projeções, em diálogo com linguagens como o cinema e a dança. O resultado é um espetáculo denso, mas com olhar poético presente tanto no cenário (assinado por Renato Bolelli e Beto Guilger), com móveis submersos em água, quanto na trilha sonora original, composta por Barulhista.




Fabiano Persi e Michelle Barreto. Os figurinos são assinados pelo premiado figurinista Paolo Mandatti, a iluminação é de Bruno Cerezoli e o material de vídeo é assinado por Hugo Drummond e Pedro Furtado. A preparação corporal é da bailarina Carla Normagna. A peça, cuja gravação pretende aproximar o público da cena a partir de uma movimentação de câmera no palco, passa por linguagens cênicas diversas, como o teatro digital, dança-teatro, instalação, vídeo mapping e live cinema.

Através de uma dramaturgia fragmentada e cronologia não linear, três artistas em cena dão vida aos personagens Ele, Ela e o Outro (alter ego de Ele e Ela). O cenário é composto por um grande espelho d’água com móveis semi-submersos e luminárias de teto inspirados pela frase ‘A beleza da iminência do desastre’ e na instalação Maré Mobília, ambas de autoria de Nuno. Segundo Nando Motta, a imagem de um quarto afogado reforça a sensação latente de cansaço. Outra obra de Nuno que inspirou o cenário é Casa Inundada, instalação em que o artista afunda, na lama, a casa em que passou sua infância.




Sons produzidos pelas falas, corpos e ações dos atores foram utilizados para a composição da trilha sonora de 180 Dias de Inverno. “O resultado é uma trilha que dialoga diretamente com as cenas e com atores, dão mais vida e organicidade ao trabalho”, conta o diretor.  As projeções que permeiam a encenação têm como objetivo proporcionar diferentes contornos e possibilidades de interpretação para as cenas. Para isso, são utilizadas imagens do interior de uma casa, gravadas em stopmotion, e desenhos animados. O desenho de luz emprega uma delicada dinâmica de luz e sombra para destacar a dualidade entre os momentos de extrema intimidade do quarto do casal e a aridez de uma sala de espera de hospital.

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O espetáculo é permeado por influências estéticas, das quais o diretor ressalta, entre artistas plásticos, o próprio Nuno Ramos e a artista Adriana Varejão. Do audiovisual, as inspirações para o caráter cinematográfico do espetáculo vêm do diretor francês Michel Gondry (Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças), do britânico Stephen Daldry (As Horas) e da cineasta brasileira Petra Costa (Elena e Democracia em Vertigem). Nando também destaca a contribuição cênica de artistas como o canadense Robert Lepage e a alemã Pina Bausch, sobretudo nas obras Café Muller e Vollmond

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Nando Motta conta que a retomada da temporada do espetáculo, agora no formato digital, ressoa de forma inevitável no período de isolamento social. “A pandemia ampliou o debate que já é próprio da peça, como o confinamento e todas as sensações que ele traz ao corpo”.

O diretor também reforça que a peça passou por uma evolução inevitável, tanto pelo tráfego de linguagens artísticas, que resultou em mudanças estéticas na obra; quanto por configurações amorosas mais popularizadas nos últimos anos, como relacionamentos abertos e/ou poliamorosos, por exemplo.

 




SOBRE A COMPANHIA

O Coletivo Binário é um grupo de criação nascido da vontade de buscar um ambiente profícuo para a produção colaborativa e experimental nas artes cênicas. Através de uma ideia comum, o grupo se coloca em diálogo para que artistas de outras linguagens se aproximem e trabalhem com um objetivo único: criar. Um lugar em que “junto e misturado” seja um valor e uma premissa, não uma barreira. Um encontro de vários desejos e vozes criadoras trafegando livremente e passando a ser uma só.

Fruto dessa inquietação, o grupo desenvolve desde 2011 uma pesquisa sobre "linguagens em trânsito no criar e fazer teatral" que resultou nos espetáculos “Rodolfo e a Crise", “180 Dias de Inverno”, "Do Lado Direito do Hemisfério” e “O que fazer com o resto das árvores?". Estes trabalhos já foram agraciados com mais de 10 prêmios e 20 indicações, tendo se apresentado em 18 festivais e 42 cidades do Brasil, para um público de mais de 300.000 pessoas.

 

SINOPSE

180 Dias de Inverno narra os seis meses que Nuno Ramos passou cuidando de Sandra, sua esposa, uma mulher acometida por uma grave doença. O relato poético e apaixonado acompanha um homem em sua batalha diária para salvar sua esposa e a si mesmo desse inimigo invisível. O espetáculo traz referências de Dança-teatro, Vídeo-arte, Instalação, Música Experimental, Cinema (stop motion e desenho animado) e teatro pós-dramático para mostrar, de forma crua e ao mesmo tempo delicada, a iminência de um desastre na vida de um casal.

 

FICHA TÉCNICA

Diretor: Nando Motta
Dramaturgo: Antonio Hildebrando
Texto: Nuno Ramos (livremente adaptado do texto Minha Fantasma)
Elenco: Camilo Lélis, Fabiano Persi e Michelle Barreto
Cenógrafos: Renato Bolelli e Beto Guilger
Cenotécnico: Nenê Pais
Figurinista: Paolo Mandatti
Trilha sonora original: Barulhista
Preparação corporal e coreografia original: Carla Normagna
Preparação corporal - Temporada Live: Laura Noronha
Criação de luz: Bruno Cerezoli
Operação de Luz: Pedro Paulino
Operação de som: Barulhista
Operação de vídeo projeções: Nando Motta
Vídeos/projeção: Hugo Drummond e Pedro Furtado
Fotos: Samuel Mendes e Diego Souza
Filmagem e Edição – Temporada Live: La Caffetteria Produções (Ronaldo Jannotti)
Operadores de Câmera:  Diego Arvate, Marcelo Villas Boas Ronaldo
Captação e designer de áudio - Temporada Live: Barulhista
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – 
Márcia Marques
Assistência de assessoria de imprensa: Diogo Locci e Daniele Valério
Designer e coordenação de redes sócias: Nando Motta
Tradução inglês e espanhol: Ana Tereza Horta Mende
Tradução site e material de divulgação para inglês e espanhol: Michele Barreto
Produtora Executiva: Michelle Serra
Assistente de produção Executiva: Rodrigo Nutella
Coordenação de geral e de produção: Nando Motta
Assistência de produção: Elder Torres
Gestão financeira e de projeto: Larissa Biasolli
Contador: Alexandre Assis
Realização: Coletivo Binário e Sorella Produções

 

SERVIÇO

180 Dias de Inverno

19, 20, 21, 26, 27 e 28 de março de 2021

Sextas, 21h; sábados, 17h e 21h; e domingo, 19h

Sábado, às 18h e às 21h.

As sessões dos sábados, às 18h, terão opção de legenda em inglês e português .


Transmissões do Teatro Paulo Eiró com acesso disponível pelo site www.coletivobinario.com.br.
 

As sessões dos sábados, 17h terão opção de legenda em inglês e espanhol.

As sessões dos domingos terão legendas em português descritivo.
 

Duração: 60 min. | Classificação: 14 anos | Gênero: Drama contemporâneo

Redes Sociais do Coletivo Binário

Facebook: facebook/coletivobinario


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