O Pescador e a Estrela: Musical dirigido por Karen Acioly aborda acessibilidade para crianças, no CCBB
O Pescador e a Estrela
Com direção de Karen Acioly, musical infantil conta a história de
um jovem pescador deficiente visual que redescobre dentro de sua imaginação o
resgate do amor, no palco do CCBB Rio de Janeiro
Um menino que redescobre seu poder de enxergar o invisível ao se
imaginar como um herói deficiente visual em uma aventura de resgate ao que não
se pode ver, só sentir: o amor. Essa é a essência presente no musical infantil
O Pescador e a Estrela, que estreia no dia 5 de dezembro e segue até o dia 07
de fevereiro de 2021, no Centro Cultural Banco do Brasil. O projeto tem
patrocínio do Banco do Brasil.
O musical, com direção de Karen Acioly e texto de Thiago Marinho e
Lucas Drummond, conta a história de Fabiandro, um menino solitário que não
consegue mais enxergar a felicidade. Ele é, então, convidado por um mensageiro
das estrelas a voltar seus olhos para dentro de si, a fim de entender que muito
na vida não é visto, mas sentido. O mensageiro o convida a embarcar na história
do jovem pescador deficiente visual, que é apaixonado por uma estrela, apesar
de nunca tê-la visto. O menino então mergulha em seu imaginário e vive as
aventuras deste herói. Fabiandro e a estrela se encontram todas as noites à
beira da praia, onde cantam, dançam e se divertem juntos. Um dia, porém, a
estrela desaparece. Decidido a salvar o seu amor, ele parte em uma
jornada até o céu, acompanhado de Hortênsia, uma menina que, superprotegida
pelas tias, quer mais que tudo conhecer o mundo. O que ambos não sabem, é que,
logo atrás deles, está o ganancioso casal Prattes Prattes, que planeja roubar a
estrela para mudarem de vida.
O papel do mensageiro que guia o pescador Fabriando é encenado por
Felipe Rodrigues. Negro, deficiente visual e morador da comunidade
Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio de Janeiro, o ator foi escolhido numa
audição que contou com mais de 30 participantes deficientes visuais de
todo o Brasil. Além de ator, Felipe é cantor, tecladista e compositor.
Cego já na infância, Felipe já atuou em peças como: O Auto da
compadecida, O mágico de Oz, Volúpia da cegueira, do diretor Alexandre
Lino, entre outras. Felipe Rodrigues é quem guiará através do seu personagem o
ator Lucas Drummond que interpreta o personagem Fabiandro ao longo do
espetáculo. Lucas, além de ator, é também coautor da peça.
“O processo de construção da peça tem sido bem enriquecedor porque
tem me dado uma visão bastante ampla dos assuntos que são abordados.
Diariamente esse processo tem me trazido diversas reflexões e algo que eu possa
pesquisar dentro de mim a partir das muitas vivências que a peça pretende
abordar. Tem sido muito revigorante porque o processo de refletir tudo o que
está dentro da gente começa a ser externalizado na hora da encenação e das músicas
ao longo do espetáculo”, reflete Felipe Black.
“O espetáculo traz uma mensagem de esperança e de superação. A
peça fala sobre um reencontro com o que perdemos. E nos últimos meses, nós
perdemos muito. Deixamos de ver nossos amigos e familiares. Perdemos aquele
brilho que a esperança traz. Principalmente as crianças. Ao mesmo tempo,
tivemos a oportunidade de descobrir esse brilho, essa luz dentro de nós, com o
que temos de melhor. A peça expõe os caminhos para não deixar essa esperança se
apagar, mesmo que esses caminhos sejam difíceis de enxergar”, ressaltam Lucas
Drummond e Thiago Marinho, autores da peça.
A direção de movimento dos dois artistas é realizada pela atriz e
bailarina Moira Braga, também deficiente visual.
“Participar desse projeto está sendo um presente nesse ano de 2020
que foi um ano tão esquisito e atípico. Um projeto novo e com essa qualidade no
melhor sentido da palavra, que é a qualidade de afetos, qualidade de talentos,
com uma configuração artística que foca na acessibilidade e inclusão, é um
presente. Eu me sinto muito honrada de poder trabalhar nesse projeto onde meu
trabalho é reconhecido”, celebra Moira Braga, diretora de movimento.
A proposta do espetáculo é a de dar protagonismo à deficiência
visual ampliando a reflexão da acessibilidade dentro das artes cênicas,
principalmente voltadas ao universo da infância tanto dentro da narrativa
cênica, como também com a composição de sua equipe técnica e artística do
espetáculo.
A cenografia, de Doris Rollemberg, transforma o Teatro III do CCBB
num universo íntimo e simbólico do protagonista: o mundo esférico e a casa no
centro desse espaço. O dentro e o fora. A casa se amplia na
natureza - que está lá fora- quando o menino mergulha em seu imaginário
entendendo que, por conta do confinamento, as crianças voltaram a usar o
interior de casa como espaço lúdico, assim como acontece com o teatro.
A diretora artística do espetáculo, Karen Acioly, se dedica à
autoria de projetos e programas multidisciplinares para infância há 35 anos.
Autora de livros, roteiros audiovisuais e diretora de textos teatrais
premiados, é curadora internacional de exposições e festivais voltados para a
experiência da arte e idealizadora do FIL – Festival Internacional Intercâmbio
de Linguagens há 18 anos.
“A saudade é um sentimento muito silencioso no coração de uma
criança e às vezes é preciso falar sobre esse silêncio. Inventamos um
espetáculo que olha para o que sente essa criança e que escuta os seus
sentimentos. A música nos guia como uma estrela, em movimentos circulares, para
o imaginário de um menino que precisa inventar uma cidade inteira, descortinar
os seus véus e viver uma perigosa aventura, para conseguir enxergar o que
sente”, afirma Karen Acioly.
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A peça marca a primeira parceria de Karen Acioly com o produtor
Bruno Mariozz, que, há quatro anos, desenvolve um importante trabalho teatral
voltado a temas profundos e sem subestimar a compreensão da criança.
A produção é da Palavra Z, especializada em produzir musicais
infantojuvenis, que assinou a produção de espetáculos, como os premiados. Vamos
comprar um poeta, A Gaiola e Contos Partidos de Amor, com a diretora Duda
Maia.
“O teatro para crianças é um potente agente de transformação da
sociedade, pois proporciona à criança um universo de descobertas, levando até
suas casas diálogos e debates entre seus familiares e amigos. Hoje uma das mais
estratégicas e importantes manifestações artísticas para sensibilizar e formar
novas plateias. Transformador e criador de memórias que vão ficar para sempre
em nossas vidas, pouco a pouco o teatro para crianças firma sua potência em
salas, parques, jardins e nos principais centros de cultura de nosso país”,
afirma o Bruno Mariozz, diretor da Palavra Z.
As músicas e direção musical são de Wladimir Pinheiro, atualmente
premiado no Shell com o espetáculo “As Comadres”.
Além da peça haverá também uma instalação artística com a
exposição Estrelas criadas com os olhos das mãos, com o olhar do coração, da
artista Rose Queiroz. A artista é deficiente visual desde os doze anos e
trabalha com a memória visual e com a curiosidade natural.
No corredor que dá entrada à sala do teatro III, a partir de uma
ambientação sonora do mar, o público irá imergir no universo do espetáculo
através da representação de estrelas em formas, cheiros, sensações diferentes,
ambientando as crianças com o tema de maneira lúdica.
Rose Queiroz é ceramista há 15 anos, com mais de 30 exposições em
diversos estados do Brasil. Participou de várias exposições coletivas junto à
oficina e de várias mostras de suas obras. Ela desenvolveu uma técnica de
modelagem de máscaras em cerâmica que permite tanto ao leigo quanto ao
experiente, de olhos vendados, concluir em 30 minutos uma máscara. Dentre
outras facetas, Rose Queiroz é atriz e monitora do Jardim Sensorial, do Jardim
Botânico."
A proposta da instalação na entrada do teatro é de que você viaje
na imaginação e veja tudo com o olhar do seu coração.
Ficha Técnica:
Direção: Karen Acioly
Elenco: Lucas Drummond, Diego de Abreu, Luisa Vianna e Thiago
Marinho, Felipe Rodrigues
Figurino: Kika Lopes
Cenário: Doris Rollemberg
Iluminação: Renato Machado
Direção de Movimento: Moira Braga
Canções originais e trilha sonora: Wladimir Pinheiro
Programação Visual: Patrícia Clarkson
Direção de Produção: Bruno Mariozz
Realização: Palavra Z Produções Culturais
Idealização: Nossa! Cia de Atores e Palavra Z Produções Culturais
Serviço: O Pescador e a Estrela
Temporada: de 05/12 até 07/02
Centro Cultural Banco do Brasil: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro. Teatro III.
Apresentações: sábados e domingos, às 16h
Tel: (21) 3808.2020
Capacidade: 25 lugares (capacidade de 30% devido à pandemia do CORONAVÍRUS)
Duração: 60 min
Ingressos: R$ 30, a inteira
Classificação indicativa: Livre – Indicado para maiores de 5 anos
*A partir do dia 26 de novembro, o Centro Cultural Banco do Brasil
Rio de Janeiro terá novo horário de funcionamento, das 9h às 18h.
O CCBB RJ está adaptado às novas medidas de segurança sanitária:
entrada apenas com agendamento on line, controle da quantidade de pessoas no
prédio, fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de
máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o
distanciamento. No teatro a capacidade foi reduzida para 30%, com higienização
completa antes de cada apresentação/sessão, além do distanciamento de 2 metros
entre as poltronas.
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