Primeira Jornada Acadêmicas dos Sambas reúne mulheres negras para falar de suas pesquisas sobre o tema
Em homenagem ao Dia Nacional do Samba, comemorado em 2 de dezembro, o coletivo de pesquisadoras negras Acadêmicas dos Sambas realiza a I Jornada de Aulas On-line de 7 a 11 de dezembro de 2020, via plataforma Sympla. As inscrições vão de 10 de novembro até 7 de dezembro.
A ideia do encontro é celebrar os saberes produzidos por intelectuais negras, que são versadas no conhecimento das culturas dos sambas, do carnaval e das manifestações culturais em roda. As aulas acontecem de segunda a sexta, das 19h às 21h, de forma virtual.
A pesquisadora Helena Theodoro abre a jornada, na segunda (7/12) com uma aula magna, na terça (8/12) as pesquisadoras Angélica Ferrarez e Núbia Regina Moreira dão sequência ao curso, na quarta (9/12) é a vez das acadêmicas Eliana Souza e Maitê Freitas, na quinta (10/12) Luz Borges e Fabiana Marques e encerram, na sexta (11/12) essa primeira jornada as pesquisadoras Cláudia Alexandre e Juliana Barbosa. Ao longo do curso, as ministrantes das aulas abordam temas desenvolvidos em suas pesquisas e atuação acadêmica e cultural.
A jornada nasce do desejo de criar redes a fim de fomentar o campo da história social do samba a partir de olhares negros femininos. Uma jornada protagonizada por pesquisadoras negras que em seu ofício acadêmico desenvolvem pesquisas e ações que refletem as culturas e tradições dos sambas em diferentes áreas dos saberes.
O coletivo Acadêmicas dos Sambas foi criado em 2019, e reúne mais de vinte pesquisadoras negras de diferentes cidades e universidades. As Acadêmicas dos Sambas trazem a inquietação de contar as histórias e memórias dos sambas e dos carnavais a partir de suas pesquisas acadêmicas.
Programação
Segunda-feira, 07/12
19h - Aula Inaugural – Profª. Drª. Helena Theodoro (UFRJ)
Bacharel em Direito, Pedagoga, Mestre em Educação, Doutora em Filosofia, Pós doutora em História Comparada. Autora de vários livros sendo o último Martinho da Vila reflexos no espelho. Atualmente é presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Elas e Coordenadora do grupo de pesquisa de Carnaval LUPA do IFCS/UF
Terça-feira, 08/12
19h - "Entre Ciatas e Dodôs: no rastro dos saberes das Tias do samba" – com Profª. Drª Angélica Ferrarez (UERJ)
É uma ativista acadêmica, professora, feminista negra, doutora em história pela UERJ e mestra pela PUC-RJ. Pesquisa as mulheres negras no pós Abolição pela perspectiva do samba, da cultura, acervos, patrimônios e museus. Atualmente está escrevendo a biografia da porta-bandeira, Tia Dodô da Portela.
20h - "A presença das compositoras negras no mundo do samba" com Profª. Drª Núbia Regina Moreira (UESB)
Professora titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) doutora em Sociologia, líder do grupo de pesquisa Observatório de Mulheres Negras. Pesquisa feminismo negro no Brasil e produção cultural de mulheres negras
Quarta-feira, 09/12
19h - "O bailado do mestre-sala e da porta-bandeira, uma dança do samba constantemente acrescida” com Eliana Souza
Sambista, porta-bandeira aposentada; professora aposentada da Rede Municipal do Rio de Janeiro; mestre em Ciência da Arte (UFF); doutora em Arte (UERJ); colunista e comentarista do SRzd.
20h - "Sambas escritos na perspectiva dos Estudos Culturais e dos feminismos negros" com Maitê Freitas (USP)
Mestre em Estudos Culturais, doutoranda em Mudança Social e Participação Política. É ensaísta, jornalista, gestora cultural, podcaster. Idealizadora da plataforma Samba Sampa e da Editora Oralituras. É cofundadora e integrante da coletiva de pesquisadoras negras Acadêmicas dos Sambas.
Quinta-feira, 10/12
19h - "A dimensão política do Samba e o mercado de trabalho das sambistas" com Luz Borges
Assistente Social com especialização em Planejamento Urbano e Participação Social, integra o Centro de Estudos Periféricos – CEP da Universidade Federal de São Paulo. Fez parte do Bloco Afro “Ilú Oba de Min” e do “Samba Negras em Marcha” atualmente pesquisa as mulheres negras sambistas no mercado de trabalho e com Fabi Marques Assistente Social, pesquisadora acadêmica do projeto de mapeamento das comunidades tradicionais de terreiros de matrizes africanas Bantu, pela Unifesp, especialista em Direitos Humanos, Diversidade e Violência pela UFABC e discente no lato sensu em Cidades, Territórios, Planejamento Urbano e Participação Comunitária na Universidade Federal de São Paulo.
Sexta-feira, 11/12
19h - "A estética diaspórica em sambas que falam de samba" com Juliana Barbosa
As canções autorreferentes têm presença expressiva no repertório do samba urbano, com obras que falam das origens e da trajetória do samba, dão visibilidade aos cenários sociais e ao modo de vida dessa cultura; as letras também registram a biografia de sambistas, afirmam os encantos do samba e sua forte conexão com o carnaval.
20h - "Lições de Tia Ciata para mulheres do Samba: Negociações e Resistências contra a marginalização no Mercado da Música Nacional" com Claudia Alexandre
Jornalista, Comunicadora, Mestre e Doutoranda em Ciência da Religião (PUC-SP). Afro-empreendedora e ativista antirracista, é pesquisadora de cultura afro-brasileira, africanidades e ancestralidades com interesse nas questões da presença da mulher negra nos Sambas, nas Umbandas e nos Candomblés. Estuda desde 2008 a vida “vivida" de Hilária Batista de Almeida (1854-1924), Tia Ciata de Oxum, a Mãe do Samba.
Ingressos
R$ 90,00 (inteira)
R$45,00 (meia)
Para bolsa integral é necessário preencher o formulário: https://forms.gle/
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