A 2ª edição do mOno_festival recebeu 208 inscrições de 14 estados do Brasil e uma do exterior
O coletivo teatral 28 Patas Furiosas selecionou 15 trabalhos para integrar a 2ª edição do mOno_festival, realizado por meio do Prêmio de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo – 34ª Edição. A seleção aconteceu a partir das 208 inscrições recebidas em uma convocatória lançada pelo grupo em abril de 2020. Os trabalhos correspondem a uma residência artística, seis espetáculos solos de performance/dança/teatro que serão apresentados individualmente, em dias diferentes; e sete números artísticos que irão compor o cabaré de variedades - uma apresentação única, feita à distância, com cada artista apresentando um número de sua casa. O mOno_festival está programado para acontecer a partir do dia 20 de agosto, em formato virtual, com transmissão ao vivo pelo canal do youtube do 28 Patas Furiosas.
Sofia Botelho, uma das integrantes e fundadora do 28 Patas Furiosas, conta que no processo de seleção dos projetos contemplados, o grupo destacou a relevância de se pensar diversidade étnica, racial, de gênero e geográfica; excelência artística e também a conexão dos trabalhos com a proposta do edital, que é pensar na produção artística criada a partir do mínimo necessário para que a ação cênica aconteça. A curadoria foi composta por três integrantes do coletivo 28 Patas Furiosas (Isabel Wolfenson, Sofia Botelho e Valéria Rocha) e por mais três artistas para compor a curadoria do mOno_festival: Ave Terrena, Pedro Galiza e Verônica Santos.
Uma das integrantes do núcleo curatorial, Ave Terrena conta que os critérios surgiram espontaneamente após se darem conta de que os nomes pinçados se repetiam na pré-seleção de cada curador/curadora: “Tivemos uma grande liberdade para pensar curadoria em um formato que não fosse comercial ou que priorizasse apenas artistas reconhecidos/reconhecidas”, conta. Ave complementa que também estão agendadas lives e a programação será divulgada em breve.
As apresentações dos solos e a residência irão acontecer no Espaço 28, sede do 28 Patas Furiosas, unindo o mínimo possível de equipe técnica e respeitando as recomendações de segurança para evitar o contágio pela COVID-19. As apresentações terão sessões únicas veiculadas ao vivo pelo Youtube. Já o cabaré será realizado também por meio do Youtube, mas com cada artista em sua casa apresentando um número artístico – a mediação será do ator Fredy Allan.
A segunda edição do festival é voltada a trabalhos de artistas residentes no Brasil, produzidos e/ou estreados entre os anos de 2013 e 2019, e selecionou solos que reflitam o período de instabilidade na recente História brasileira. Os trabalhos selecionados focaram na potência que vem da própria fragilidade do contexto cultural atual, da precariedade e da rusticidade, princípios seminais na pesquisa permanente do 28 Patas Furiosas. Importa ao grupo apresentar à sociedade um debate sobre as formas de produção atuais, assim como a ética/estética do período.
Artistas pré- selecionados
As 208 inscrições recebidas vieram da Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal, além de uma inscrição de Nova Iorque (EUA). Há um representante do Ceará (Jamal) e um de Minas Gerais (Suellen Sampaio) - o restante é do estado de São Paulo.
A artista residente selecionada foi GUM4 com o projeto (r)_e-c0L3t4. Os seis solos são Birita Procura-se, de Ariadne Antico; MACACOS, de Clayton Nascimento | Cia do Sal; Gênera, de Flow Kountouriotis; CARDINAL, de Jamal; Zona Provisória, de Rubia Braga; e Marcapasso de Suellen Sampaio.
A artista residente selecionada foi GUM4 com o projeto (r)_e-c0L3t4. Os seis solos são Birita Procura-se, de Ariadne Antico; MACACOS, de Clayton Nascimento | Cia do Sal; Gênera, de Flow Kountouriotis; CARDINAL, de Jamal; Zona Provisória, de Rubia Braga; e Marcapasso de Suellen Sampaio.
No cabaré, foram escolhidos os números Graxa - Voz e Violão, de Alê Vianna; semana de arte baderna, um manifesto (uma hora dessas?), de Daniel Minchoni; AMATEUR: o espetáculo de um palhaço amador, de Daniel Satin; Bagã, de Ingrid Taveira; A Instabilidade Perpétua, de Matheus Moreira; Outra Direção, de Natália Nery e Mapulu, de Rocio Walls.
O artista plástico Yago Goya foi selecionado excepcionalmente para realizar a sua exposição Uma Bixa: Olhar Dissidente, ao longo do mOno_festival.
Suplentes
Entre as residências, os projetos na suplência são Exercícios de transgredir: a candidatura Presidencial como prática de liberdade, de Caio; e Platô, de Alexandra Tavares. Entre os espetáculos solo, estão A Coreógrafa, de Clarissa Sacchelli; Depoimentos para Fissurar a Pele, de Djalma Moura; Antílope, de Flavia Pinheiro; e O Canto de Odé, de Yago Micall. Já os suplentes para o cabaré de variedades são Xarabemba Chicken – o monstro telepático, de Gustavo Saulle; Dramorgias, de Maria Cecília Mansur e Truques da Mente; de Rogerio Hideo.
Curadoria
Representando o 28 Patas Furiosas, Isabel Wolfenson, Sofia Botelho e Valéria Rocha formaram a equipe curatorial, juntamente com Ave Terrena, dramaturga, poeta, professora e escritora, Pedro Galiza, artista transmídia e Verônica Santos, bailarina e integrante da Corpórea Companhia de Corpos.
Minibios
Ave Terrena é dramaturga, poeta, diretora, atriz e professora da Escola Livre de Teatro de Santo André. Autora das peças "as 3 uiaras de SP City" (2018), “Máquina Branca” (2019), “O Corpo que o Rio levou”, (2017) e “Lugar da Chuva” (2018), além do livro de poesias, que ganhou versão em formato de espetáculo poético-musical. Atriz do longa “Para onde voam as feiticeiras”, com estreia em 2020. Participa de rodas de debate, mesas, e conduz oficinas e práticas formativas em diversas instituições, além de participar de projetos independentes com coletivos autônomos. Integrante do grupo de teatro LABTD (Laboratório de Técnica Dramática) desde 2015.
Pedro Galiza é artista transmídia residente na zona norte de São Paulo. Pedro é uma pessoa não binária, e seu trabalho como artista do corpo engatilha propostas de criações que se estendem em diversos fenômenos artísticos - seja na arte da ação, performance arte, música, cinema, dança, nas demais realidades audiovisuais, no teatro, na moda. Suas pesquisas têm como foco de investigação a autonomia; a cultura do remix; a pulsão de morte; e essencialmente a transfiguração (acessar e permitir ser aquilo que não sou, ou que desconheço).
Verônica Santos, natural de Belo Horizonte (MG), é bailarina intérprete, coreógrafa, preparadora corporal, diretora de movimento, atriz, arte-educadora. Sócia - fundadora e diretora da Corpórea Companhia de Corpos, fundada em 2016 na cidade de São Paulo, núcleo de pesquisa do corpo negro na cena artística. É diretora geral do espetáculo “RÉS”, premiado no projeto “Rumos Itaú Cultural” 2018/2019, com a “Ocupação RÉS” MULHERES EM CÁRCERE.
Verônica Santos, natural de Belo Horizonte (MG), é bailarina intérprete, coreógrafa, preparadora corporal, diretora de movimento, atriz, arte-educadora. Sócia - fundadora e diretora da Corpórea Companhia de Corpos, fundada em 2016 na cidade de São Paulo, núcleo de pesquisa do corpo negro na cena artística. É diretora geral do espetáculo “RÉS”, premiado no projeto “Rumos Itaú Cultural” 2018/2019, com a “Ocupação RÉS” MULHERES EM CÁRCERE.
Integrantes do 28 Patas Furiosas
Isabel Wolfenson é atriz, produtora e artista-orientadora. Graduada no Bacharelado em Artes Cênicas pela Escola Superior de Artes Célia Helena, dedica-se à pesquisa da linguagem teatral e desenvolvimento de ações formativas junto ao coletivo teatral 28 Patas Furiosas desde 2013 na cidade de São Paulo. Em 2018 integrou a curadoria e realizou a assistência de coordenação da primeira edição do mOno_festival.
Sofia Botelho é atriz, produtora, diretora e dramaturga. Atuou em espetáculos de companhias como Cia. Elevador Panorâmico de Teatro, mundana companhia, Cia. Livre e LABTD. Sofia é uma das integrantes e fundadoras do coletivo teatral 28 Patas Furiosas, e uma das idealizadoras do mOno_festival, atuando em sua Coordenação Geral desde a primeira edição em 2018.
Valéria Rocha é atriz e artista-educadora. Formada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) no curso de Licenciatura em Artes Cênicas, e no curso de Formação de Atores da Escola Livre de Teatro de Santo André. É atriz e cofundadora do 28 Patas Furiosas e do Coletivo Quizumba - grupo no qual atuou por 10 anos - e do Núcleo Atômico, grupo de pesquisa de práticas artísticas e pedagógicas.
A 1ª edição do mOno_festival em 2018
Com o apoio do PROAC – FESTIVAIS, foi realizada em setembro de 2018 a primeira edição do mOno_festival. A partir da pergunta Qual o mínimo necessário para que uma ação artística aconteça?, foram apresentados 10 espetáculos solos (em dança, música, teatro e performance), um Mini-Cabaré, uma roda de conversa com as artistas e os artistas participantes, além de oferecidas ações formativas para a Escola Estadual Rui Bloem, localizada nos arredores do Espaço 28, parceira do grupo.
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