Descartes com Lentes, texto anticolonial de Paulo Leminski encenado pela companhia brasileira de teatro, fará duas sessões no Teatro Cacilda Becker
Figura 1 – Foto de Elenize Dezgeniski
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O exercício cênico Descartes com Lentes, criado pela companhia brasileira de teatro em 2009, traz à cena um conto do escritor Paulo Leminski interpretado por Nadja Naira e dirigido por Marcio Abreu, um dos criadores da cia. As duas sessões em São Paulo estão agendadas para dias 8 e 9 de fevereiro, sábado, às 21h, e domingo, 19h, no Teatro Cacilda Becker.
No texto, Leminski imagina uma hipotética vinda do filósofo francês René Descartes ao Brasil a convite do conde Maurício de Nassau. Junto com sua comitiva, repleta de cientistas, naturalistas, desenhistas e pintores, Descartes tenta desvendar e descrever as excentricidades e belezas do país tropical, ou seja, procura filosofar sobre o Brasil e o modo de vida do seu povo.
Descartes com Lentes é um conto escrito por Leminski em sua juventude e é também uma estrutura embrionária do que viria a ser Catatau, uma de suas obras-primas. “O texto é carregado de referências a outras línguas brasileiras, neologismos e uma poética de invenção que torna sua leitura algo essencial nos dias de hoje, já que o Brasil fica posto em primeiro plano como uma potência criativa e fundadora”, diz Marcio Abreu.
A vinda fictícia do filósofo René Descartes ao nordeste no Brasil no período que essa região foi invadida pela Holanda tensiona a ideia de que a Europa é a raiz do pensamento humano, já que o filósofo se vê tomado pelas novas perspectivas vislumbradas no Brasil. “Ele não consegue pensar a partir das referências que tinha antes - os pensares e saberes locais o devoram e o convencem”, conta o diretor.
A adaptação cênica da companhia brasileira de teatro faz parte de uma série de estudos que foram realizados acerca da obra do poeta curitibano. Marcio complementa que, durante esse processo, a oralidade proposta pelo texto de Leminski ganhou total sentido quando vivida pelo corpo da atriz Nadja Naira.
SOBRE A COMPANHIA
A companhia brasileira de teatro é um coletivo de artistas de várias regiões do país fundado pelo dramaturgo e diretor Marcio Abreu em 2000, em Curitiba, onde mantém sua sede num prédio antigo do centro histórico. Sua pesquisa é voltada sobretudo para a criação contemporânea. Entre suas principais realizações, peças com dramaturgia própria, escritas em processos colaborativos e simultâneos à criação dos espetáculos, como “PRETO” (2017), “PROJETO BRASIL” (2015), “Vida” (2010), “O que eu gostaria de dizer” (2008), “Volta ao dia...” (2002). Há ainda uma série de criações a partir da obra de autores inéditos no país: “Krum” (2015), de Hanock Levin; “Esta Criança” (2012), de Joël Pommerat; “Isso te interessa?” (2011), a partir do texto “Bon, Saint-Cloud”, de Noëlle Renaude; “Oxigênio” (2010), de Ivan Viripaev. A companhia realiza frequentes intercâmbios com outros artistas no país e no exterior. Estreou na França em 2014 o espetáculo “Nus, ferozes e antropófagos” em parceira com o coletivo francês Jakart. Mantém um repertório ativo e que circula com frequência. Recebeu os principais prêmios das artes no país. Mais informações: www.companhiabrasileira.art.br
FICHA TÉCNICA
Texto: Paulo Leminski
Direção: Marcio Abreu
Elenco: Nadja Naira
Operador de luz: Henrique Linhares
Operador de som Cássia Damasceno
Direção de produção: José Maria
Produção Executiva e Administração: Cássia Damasceno
Criação, Realização e Produção: companhia brasileira de teatro
SERVIÇO
Descartes com Lentes
8 e 9 de fevereiro de 2020. Sábado, às 21h; e domingo, às 19h
Local: Teatro Municipal Cacilda Becker (Rua Tito, 295, Lapa).
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Capacidade: 198 pessoas.
Duração: 60 min.
Classificação indicativa: 16 anos.
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