Dom Orani promove mediação para diálogo com Governo sobre intolerância religiosa





A pedido do Babalawô Ivanir dos Santos, o cardeal Dom Orani pediu audiência com Cláudio Castro - vice-governador do Rio, mas no horário agendado não pode comparecer, enviando assim Felipe Freire - Assessor-especial da Vice-Governadoria do Rio. Além de um grupo da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, formado por Sami Isbelle, da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro, Paulo Maltz, advogado e representante Federação Israelita/RJ, Fátima Damas (CCIR e CEUB), padre Fábio Luiz, presidente da Comissão Arquidiocesana para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso do Rio de Janeiro, Diácono Nelson Águia, secretário geral da mesma comissão, e da secretária para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso, entre outros integrantes da CCIR.

O encontro aconteceu na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro - circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil. Recebidos no Salão Nobre por Dom Orani Tempesta, no início da noite de ontem, a conversa foi permeada com os casos de intolerância religiosa sofrido pelas religiões de matriz africana, com relatos de em torno de 200 casos recebidos pela CCIR - desde fechamento de barracões, violência e  intimidação em proferir a fé em bairros cariocas. Só esse ano, houve um aumento de 100% de casos comparados ao ano passado.





"Defenderei equilíbrio, bom senso e respeito com as religiões de matriz africana", declarou o Babalawô. O cardeal Orani alegou - "Precisamos de outros passos com repostas e perceber uma solução rápida para essa situação".

"A intolerância vem aumentando, este ano foi assuntador e não se vê providências nenhuma, estamos largados, abandonados... ", atestou Fátima Damas.

Foi proposto buscar saídas com políticas públicas, além do Governo e Ministério Público atuando juntos. "Existe um foco muito grande de intolerância, temos que buscar o caminho do diálogo, envolver educação e questões culturais. Há uma preocupação do Governador com esse assunto", admitiu Felipe Freire. "Vamos conversar, fazer um programa", completou o assessor.


O muçulmano Isbelle fez um alerta - "Para que as lideranças religiosas se respeitem, por uma sociedade mais sábia". "É importante buscamos essa parceria e evitar esses ataques, quando uma fé sofre um ataque, todo fiel sofre", argumentou o padre Fábio Luiz.

Ficou acertado ainda um outro encontro, pensar em caminhos para evitar vilipêndios. Assim como ouvir vítimas e outras lideranças religiosas. Sair do campo de conversas.     






                                                                                                                   
Um outro encontro já aconteceu esse ano, em busca de medidas efetivas. Em julho, o Ministério Público Federal (MPF), por meio do procurador da República Julio José Araujo Junior, se reuniu com o governador do Estado do Rio de Janeiro Wilson Witzel para pedir providências no combate à violência nos casos de intolerância religiosa contra comunidades de matriz africana na Baixada Fluminense. Entre os encaminhamentos da reunião, definiu-se a realização de um encontro com as lideranças religiosas do povo de santo e a adoção de medidas de reparação e responsabilização pelo governo em relação aos episódios já ocorridos.
E uma nova tentativa de diálogo com a interlocução de Ivanir dos Santos, em busca de ações efetivas. "Precisamos mobilizar e cobrar respostas rápidas e plausíveis para a erradicação dos crimes de ódio religioso", pontuou o sacerdote.

Agora é aguardar como será tratado o assunto e quais providências serão tomadas

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