Baterias Brasileiras: projeto reúne mestres bateristas no Sesc Belenzinho

Concerto Baterias apresentação em Santo André - Foto : Mariana 







O projeto Baterias Brasileiras do Sesc Belenzinho – que propõe um panorama da evolução da bateria no Brasil – apresenta, em setembro, uma série de atividades como tributo ao instrumento.

Abrindo o evento, no dia 20/9, quinta (às 19h), o maestro e baterista Dino Verdade comanda o Concerto de Bateristas que reúne 20 instrumentistas em um espetáculo que prima pela sonoridade e pelo inusitado da performance. No dia 21, sexta (às 21h), dois mestres da bateria dividem o palco: Rodrigo Digão Braz Quinteto que toca os chamados ‘sambas universais’ em uma apresentação cheia de improvisos, e Giba Favery Quinteto encerra com o espetáculo com show baseado em discos de Dom Um Romão (1925-2005).


Rodrigo Digão Braz - Quinteto 

A programação traz também o workshop Ritmos do Brasil, no dia 26/9, quarta (às 20h), ministrado por Zé Eduardo Nazário, um dois principais professores de bateria do país. E, fechando o mês, tem o bate-papo Baterias Brasileiras, no dia 27/9, quinta (às 20h), com participação de Zé Eduardo Nazário, Giba Favery, Jonathas Sansão e Rodrigo Digão Braz. O jornalista e critico musical Thales Menezes faz a mediação do encontro. Estas duas atividades, bem como o concerto de abertura, são grátis.

Baterias Brasileiras – programação

  • 20 de setembro. Quinta, às 19h
Concerto: Concerto de Bateristas
Regência: Dino Verdade
Local: Galpão Multiuso.
Grátis. Duração: 60 min. Livre. (Foto de Mariana Chiarella)

Descrição: Descrição: Concerto de Bateristas - apresentação em Santo André -foto de Mariana Chiarella -bb.jpgO evento de abertura do Projeto Bateria Brasileira, o Concerto de Baterias traz um show inusitado com efeito musical impactante ao reunir 20 bateristas, sob a batuta do maestro e baterista Dino Verdade, que também assina as composições a serem apresentadas. Entre os temas do programa, Groove TribalSambalelêDrum’n BaiãoTrem Bala e Bateras 100% Brasil(composta para ser tocada em quatro vozes, a peça é dividida pelos bateristas que hora tocam uníssono, hora dividido em duas vozes e hora dividido em quatro vozes).

Os bateristas que integram a orquestra nesta apresentação são: Naná Aragão (Alma Djem), Amilcar Christófaro (Torture Squad), Edu Garcia (John Wayne, One Arm Away, Cosmos, Unscarred), Bart Silva (Baleia Mutante), Dudu Carvalho (Amanita), Jorge Anielo, Henrique Giachetto, Leandro de Carle, Daniel Marinho, Marcelo Moraes, Edson Ferreira, Gui Figueiredo (ex-Project46), Alex Portezan, Cleivisson dos Santos, Julio Caio Vaz, Marcelo Alves, Fernando Araújo, Jaderson Cardoso, Yuri Alexander (Illuhmina, Heresy) e Dino Verdade (regência).

Este Concerto de Bateristas é uma versão do Bateras 100% Brasil, projeto idealizado por Dino Verdade, que reúne instrumentistas profissionais e amadores de vários estilos musicais, crianças, adolescentes e adultos. Em 2000, o primeiro show no Festival Porão do Rock, em Brasília, reuniu 64 bateristas; em 2001, esse número aumentou para 88; em 2006, em Santo André/SP, o projeto atingiu 156 bateristas. Nas versões de 2007 a 2009, essa média se manteve, tornando o Bateras 100% Brasil o maior encontro de bateristas da América Latina. Foram realizadas mais de 80 apresentações em várias cidades e festivais do país.

Músico conceituado no cenário brasileiro, Dino Verdade começou a tocar bateria em 1985, em Brasília, participando de várias bandas autorais. Atuante ao lado de vários artistas, ele participou do Grupo de Percussão Sinfônica Cláudio Santoro. Na Internet, escreve para os sites baterasbrasil.com.br e baterasbeat.com.br. Em 1995, mudou-se para os USA, onde se formou no Miami Percussion Institute com aulas apresentadas por Chuck Silverman e Russ Miller. Retornando ao Brasil, fundou o instituto de baterias Bateras Beat, com atuação em todo o Brasil. É autor de uma reconhecida metodologia para bateria.

  • 21 de setembro. Sexta, às 21h
Show: Rodrigo Digão Braz Quinteto & Giba Favery Quinteto
Local: Teatro (392 pessoas). Não recomendado para menores de 12. Duração: 1h30.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira); 10,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante) e R$ 6,00 (credencial plena do Sesc: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes). Venda pelo Portal e unidades do Sesc. Limite de venda de 4 ingressos por pessoa. (Fotos de Marcos Alma e Dinian Kfouri)

Descrição: Descrição: BateriasBrasileiras -Digao  e Giba.jpgNeste show, o Quinteto de Rodrigo Digão abre a noite com os ‘sambas universais’. Giba Favery encerra com o tributo com repertório baseado nos discos Dom Um e O Som, do baterista e percussionista carioca Dom Um Romão (1925 - 2005).

Seguindo a linha da música instrumental improvisada, o show de Rodrigo Digão Braz traz os ‘sambas universais’. O termo é usado para a música de interação ininterrupta, de consciência máxima de ritmos e harmonias, de improvisação coletiva com foco em um instrumento. O baterista, acompanhado por Fabio Leal (guitarra), Salomão Soares (piano), Fi Maróstica (baixo) e participação especial de Fabio Pascoal (percussão), apresenta uma breve exposição musical com quadros de algumas obras desse segmento.

Giba Favery Quinteto comanda o tributo que resgata as performances musicais de Dom Um Romão, a partir dos arranjos de seu disco Dom Um (arranjos de Waltel Blanco) e O Som (de J.T. Meirelles, no qual gravou bateria) e, dentro do estilo da época, o samba-jazz. A banda é Giba Favery (bateria), Vitor Alcântara (sax e flauta), Dino Barioni (guitarra), Leo Mitrulis (teclado), Celso Pixinga (contrabaixo) e Robertinho Carvalho (violão).

Rodrigo Digão Braz - Após 12 anos desenvolvendo trabalho de música autoral com o grupo Mente Clara, Rodrigo Digão segue investindo na música instrumental improvisada. Formado na Fundação das Artes de São Caetano do Sul e Conservatório de Tatuí; professor no Festival de Inverno em Ourinhos, SP e Conservatório de Tatuí, ele venceu o concurso do XX Festival Jazz Plaza, em Havana, Cuba. Atuou no projeto Sem Pensar, Nem Pensar com músicas de Itamar Assumpção e Sergio Molina. Dividiu palco ou gravações com Hélio Delmiro, Amilton Godoy, Toninho Ferraguti, Toninho Horta, Monica Salmaso, Arismar do Espírito Santo, Rodrigo Ursaia, Laercio de Freitas, Filó Machado, Caíto Marcondes, Patrícia Marx, Tetê Espíndola e outros. Como percussionista, tocou no DVD de Wanderléia e acompanha o CoralUSP. Ao lado do Mente Clara, gravou dois discos, Mente Clara e São Benedito, com foco na música brasileira contemporânea. No final de 2014, ao lado de Fi Maróstica (baixo) e Salomão Soares (piano), laçou Carvão, disco de música instrumental de improvisação coletiva.

Giba Favery é baterista, 16 anos. Estudou bateria na: Drummers Collective (New York), na Berklee College of Music (Boston), no conservatório Souza Lima e no CLAM (Zimbo Trio). É bacharel em percussão, pós-graduado em música popular brasileira e mestre em práticas instrumentais e performance. Já tocou ao lado de Jair Rodrigues (por oito anos), Ary Roland, Cacique Jazz Combo, Cauby Peixoto, Derico Sciotti, Eduardo e Silvinha Araújo, Eugenia Melo e Castro, Fernanda Porto, Heartbreakers, Jair Oliveira, Nouvelle Cuisine, Mozart Mello, Paulo Moura, Tony Osanah, Roberta Miranda, Sandy e Junior, Secos & Molhados, Sizão Machado, Soulfunk, Virginia Rosa, Walter Franco, Willie Verdaguer, Zerró Santos Big Band e outros. Lançou os CDs Hard SambaDupla Dinâmica (com Celso Pixinga) e Giba Favery (recentemente). Integra as bandas Havana Brasil e Farinha Seca, além de tocar com artistas e integrar projetos musicais.

Dom Um Romão iniciou sua carreira no final dos anos 40, tocando em gafeiras, cabarés e rádios cariocas. Na década seguinte, foi contratado pela orquestra da Rádio Tupi. Foi contemporâneo de movimentos musicais que marcaram a música brasileira e norte-americana como: o samba como identidade nacional nos anos 40; a bossa nova, participando inclusive do show de estreia do gênero no Carnegie Hall, em New York, com Sergio Mendes, em 1962; um dos precursores do samba-jazz no Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro; o movimento musical fusion nos EUA, tocando com o grupo Weather Report. Gravou oito discos, além de integrar coletâneas e participações. Seu álbum Dom Um foi lançado em 1964, mesmo ano de O Som, do saxofonista J.T. Meirelles, considerado um marco do samba-jazz, que reúne J.T. com Manuel Gusmão (baixo), Luiz Carlos Vinhas (piano), Dom Um (bateria) e Pedro Paulo (baixo).

  • 26 de setembro. Quarta, das 20h às 21h30
Workshop: Ritmos do Brasil
Com Zé Eduardo Nazário
Local: Teatro (392 pessoas). Duração: 1h30. Não recomendado para menores de 12.
Grátis. Retirada de senhas no local, 30 minutos antes. (Foto de Christian Piason).

Descrição: Descrição: BateriasBrasileiras -Zé Eduardo Nazário -workshop -foto de Christian Piason -bb.jpgAbordagem melódica e harmônica dos mais variados ritmos brasileiros, suas raízes e seus principais protagonistas. O workshop dá dicas de como aplicá-los na música atual, da mesma maneira que compositores como Villa-Lobos, Tom Jobim, Hermeto Pascoal e tantos outros os utilizaram e vêm utilizando em seus processos criativos, na busca de resultados de grande interesse artístico.

Zé Eduardo Nazário é considerado, segundo publicações especializadas, como um dos principais professores de bateria do país. É também dos poucos brasileiros que domina a música indiana e um dos primeiros a ensinar tabla em território nacional. Destacou-se ainda jovem, ao conceber e escrever para a bateria a estrutura rítmica do Jequibau, uma espécie de samba em compasso de cinco tempos. Tocou com nomes como Hermeto PascoalEgberto GismontiJohn McLaughlinJonh Stein, Meeta Ravindra, Roberto SionNelson AyresHector CostitaLô Borges e Milton Nascimento, entre outros. Integrou os grupos MandalaGrupo Experimental de Percussão de São PauloMalikaGrupo UmDuo Nazário e Pau-Brasil. Gravou discos solo, Poema da Gota Serena (1982) e Zen (1998), com o grupo Percussônica (Percussônica e Hoje), com o Pau Brasil (Babel Pau Brasil/Hermeto Pascoal) e Grupo Um (Marcha Sobre a CidadeReflexão Sobre a Crise do Desejo e Flor de Plástico Incinerada), além de participar de mais de 40 discos e outros importantes artistas.

  • 27 de setembro. Quinta, às 20h
Bate-papo: Baterias Brasileiras
Com: Zé Eduardo Nazário, Giba Favery, Jonathas Sansão e Rodrigo Digão.
Mediação: Thales Menezes
Local: Teatro (302 pessoas). Não recomendado para menores de 12. Duração: 1h30.
Grátis. Retirada de senhas no local, 30 minutos antes.

A atividade, que faz parte do Projeto Bateria Brasileira, discute informalmente com o público as experiências profissionais de cada instrumentista, o mercado musical e aspectos técnicos importantes para o desenvolvimento dos bateristas, além de mostrar o repertório técnico de cada um. Mediação do jornalista da Folha de S. Paulo e crítico musical Thales Menezes.

Serviço

Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000
Belenzinho – São Paulo (SP). Telefone: (11) 2076-9700

Estacionamento: Para espetáculos com venda de ingressos após as 17h: R$ 15,00 (não matriculado); R$ 7,50 (credencial plena no SESC - trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo/ usuário).

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