Foto : Divulgação / Fonte : Rozangela Silva
Texto por Babalawo Irani dos Santos
Para Sempre, Mandela
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por
sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se
elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais
naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma
chama que pode ser oculta, jamais extinta. Nelson Mandela". A célebre
epigrafe escrita por Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul , compõem a
sua autobiografia, intitulada "Long Walk to Freedom" publicada em
1995, retratara um dos períodos mais emblemáticos da luta antirracismo, o
colonialismo e a intolerância em África. E se estivesse vivo, Mandela símbolo
das lutas contra o aparthaid, completaria no dia 18 de julho cem anos de
vida. A apathaid, é uma palavra afrikans (ou africâner) uma língua creolizada
derivada do encontro entre a língua holandesa com as línguas nativas
sul-africanas,e no seu sentido literal significa separação ou segregação.
A política de segregação racial fez da África do Sul o
único país do mundo a definir os direitos fundamentais dos seus cidadãos
tomando como base a cor da pele, separando brancos e negros no mesmo
espaço geográfico. Algo bem diferente das configurações políticas e sociais do
Brasil, que foi construído sobre a ideia de "democracia racial" com o
intuito de passar uma imagem de convivência pacifica e harmoniosa entre as
"três raças" (indígenas, negra africanas e branca européia ), afim de
não evidenciar todas as mazelas deixadas em nossa sociedade com o sistemas
escravocrata. Enquanto a política do aparthaid, entre as décadas de
1940 a 1990, evidenciou o racismo como um problema político e social na África
do Sul, tal como o episódio em Shaperville onde milhares de sul-africanos
saíram às ruas protestando contra a segregação racial no país, no Brasil tais
questões foram destencionadas com narrativas pela historiografia tradicional
construídas sobre o processos de invisibilização do
racismo e com políticas de embranquecimento social.
Mandela, nunca aceito que a política do apartheid fosse a base de
sustentação das reações políticas e sociais de seu país e, foi por lutar contra
todo os sistema racista "herdado" do processo colonial que passou 27
anos encarcerado na Prisão Local de Pretória (entre 7 de novembro de 1962 a 25 de
maio de 1963), de Robben Island
(entre 27 de maio de 1963 a 12 de junho de 1963), novamente em Robben
Island (entre 13 de junho de 1964 a 31 de março de 1982) no setor de segurança
máxima, na Prisão de Pollsmoor (entre 31 de março de 1982 a 12 de agosto de
1988) e na Prisão Victor Verster
(7 de dezembro de 1988 a 11 de fevereiro de 1990). E mesmo preso
Mandela lutou pela garantia da igualdade e equidade entre negros e brancos
dentro e fora da África do Sul. Lutas essas, evidenciadas nas de cartas
que escreveu para parentes e amigos relatando o sistema de opressão que
subjugava o continente africano e em especial a África do Sul. Infelizmente,
devido aos extravios, não temos como estimar quantas cartas mnemônicas foram
escritas por Mandela durante os anos que passou encarcerado. Mas, parte desses
escritos foram publicados como biográficas e/ou autobiográficas do mai líderes
negros sul-africanos. Imortalizando a memória e as lutas de Nelson Mandela
contra o racismo e a contra a intolerância, pois ele sempre acreditou que a
educação é a maior estratégia de combater o racismo em a intolerância.
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