Projeto Zona Agbara discute Afetividade e Maternidade da mulher preta e gorda


Fonte : Lau Francisco 

No dia 11 de março de 2017, sábado, aconteceu o segundo encontro do Grupo de Pesquisa Diálogos e performance do projeto ZONA AGBARA, grupo de mulheres que expressam seus sentimentos pessoais e artísticos através da criação em dança como principal ferramenta de transgressão e afirmação estética e social. . O tema deste mês foi "Afetividade e maternidade da mulher preta e gorda". Os eventos acontecem sempre no Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo (Galeria Formosa - Baixos do Viaduto do Chá, s/n - região central de São Paulo) .


A estrutura dos diálogos envolveu criação de uma ação performática baseada nas partilhas realizadas durante o encontro. Outros temas a serem discutidos pelo grupo: "Mulheres Pretas e Gordas Encarceradas e Mercado de Trabalho", "Identidade de Gênero", "Saúde Mental da Mulher Preta e Gorda" e "Beleza, estética negra e religiosidade" serão os temas dos próximos meses.

Neste projeto, a diretora Gal Martins propôs a criação de um espetáculo de dança que utilizou como uma de suas inspirações a história de Saartjie, a Vênus Negra, mulher negra que há dois séculos foi exibida em uma jaula na Europa por ter proporções avantajadas."É como se fôssemos as Vênus contemporâneas. Vamos nos reunir para quebrar padrões, inserir um papel estético no mundo, sem repressão da família ou da sociedade. Achamos importante, diante deste atual contexto, demarcar o espaço, por isso inclusive de se inserir o termo “zona” no projeto", explica Gal Martins.

Contemplado pelo edital Proac Artes Negras, o espetáculo, que terá preparação corporal de Rosângela Alves e direção de Gal Martins, tem previsão de estreia para Julho de 2017 . "Serão corpos em protesto, vozes potentes através de quatro Vênus Negras do nosso tempo, ancestralidade e protesto, dança, aceitação e empoderamento", afima Gal Martins, que com este trabalho também pretende realizar uma ação pedagógica em escolas públicas com apresentação de performances e diálogos a serem realizados com educadores e alunos acerca das questões raciais e de gênero e garantia da aplicação da Lei 10.639, além de depoimentos que valorizem a beleza negra e reinvente os padrões estéticos já estabelecidos.




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