PRIMAVERA PRETA NO IBIRAPUERA DOMINGO 21/09


Fonte: Feira Cultural Preta 


Domingo dia 21 de setembro iremos celebrar a 3a. edição da Primavera Preta em homenagem seu criador e eterno amigo Paquera (Samba da Vela). Será ao lado do Museu Afro Brasil, a partir das 11hs até ás 17hs. Confirmaram as presenças as redes de cultura, Samba da Vela , Samba delas, Kultafro, Feira Preta, Movimento Swag, Galeria Imã e mutos outros amigos. O Pic-Nic Afro é a mensagem deixada pelo Paquera para esse ano : " Faça do seu voto uma ferramenta de consciência, poder de transformação. Prepare a sua cesta de comidinhas gostosas, reúna a família, convide os amigos e vamos celebrar a entrada da primavera e homenagear um dos principais colaboradores da Feira Preta e refletir e conversar sobre o seu poder na hora do voto.



     SOBRE  O HOMENAGEADO

PAQÜERA, JOSÉ ALFREDO DO SAMBA GONÇALVES MIRANDA



                                                             Paqüera (foto: Cia de Foto)
                                                  

( extraído do blog : Um de janeiro)

 Zé Paqüera, Zalfredo, Paqüera.
 
O Paulistano mais mineirinho das batucadas desta cidade dos losangos e galicismos, dos sambas de sarro e das empreitadas.
Paqüera é feito aqueles jogadores chamados "Coringa", atacante de vocação, atua na lateral, quarta zaga, meia armador e caso o goleiro seja expulso na hora do penalti, vai lá o Zalfredo tentar defender. Pintou possibilidade, tá lá o homem. Compositort, cantor, cavaquinhista, violonista, cozinheiro cheio de mumunhas, eletricista, pintor, maquinista, trapezista, palhaço, atirador de facas. Dizem à boca pequena que sabe até uns pontos de crochê que guarda à sete chaves.

Não sabe falar baixo e onde chega tem zuada. É um tal de "êh eh eh", gargalhadas, abraça daqui, puxa de lá, e surge logo um sol maior em andamento ligeiro:


"Carrega a bandeira do samba, meu bem..."!


Tá feito o furdunço como se diz utilizando o vocabulário Paqüeriano.


Zalfredo, Paqüera, Zé Paqüera, é um dos responsáveis por tudo que acontece de samba nesta cidade. Faz parte de uma geração riquíssima de compositores paulistanos que ainda irão figurar neste UM DE JANEIRO: Carica, Soró, Luisinho SP, Miltinho Conceição, Ademir, Nadão, Naio, Chapinha etc.

Segue um aperitivo, pois Paqüera ainda será mais explorado por este UDJ.



Nome: JOSE ALFREDO GONÇALVES MIRANDA

Conhecido como: PAQÜERA

Data de Nascimento:19 DE NOVEMBRO DE 1959

Nasceu em: SÃO PAULO

Mora em: SÃO PAULO

Profissão: ELETROTECNICO AUTONOMO

Escola: VAI-VAI

Time: CORINTHIANS

Instrumento, letra ou música?
Cavaquinho, violão, Pintura sem arte (Candeia)

Sobre as memórias de infância...
Rosa (Pixinguinha/ Octavio de Souza) cantor: Orlando Silva

Sobre o começo...
Seu Chico, velho chorão que nas noites de sábado embalava a casa do meu amigo Tadeu, tinha eu 13 anos de idade, ouvia sambas antigos, muito choro, valsas e serestas, principalmente da década de 20, 30 e 40 ele me deu o primeiro cavaquinho (toco preto, Rei dos Violões), que calo que fazia !!!!, Misericórdia, até sangrava.

Por onde andou...
Taboão da Serra casa da Claudinha (Jornalista Claudia Alexandre), Barra Funda (rua do Samba, São Paulo Chic), Bexiga, Santa Cecília, Burú (Vila Madalena), Vila Matilde.

Sobre um carnaval...
Dois foram os momentos que me marcarão profundamente: O primeiro aos 6 anos de idade na Av. São João com meus pais, onde passei por debaixo da corda e entrei na avenida junto com a Vai-Vai (sem saber o que era escola de samba) e foi um custo para me tirar.
O segundo foi quando desfilei pela primeira vez na Av. Tiradentes, inesquecível o clima, as batucadas nos botecos, as cabrochas, a muvuca e malandragem do samba, AI! QUE SAUDADE!

Por onde anda...
Eu me encontro no Samba da Vela, e lá que toda segunda feira encontro pessoas, dispostas a compartilhar a música brasileira feita na mais pura essência, sem rótulos, não seguindo os preceitos do evento, encontro com amigos de idéias, de sonhos, desejos e alegria pelo encontro do outro, isso para mim é o SAMBA, corpo,alma e coração ritmados.

Para finalizar...
Sou fruto da árvore Brasileira da Musica, minha herança materna me deu corpo e espírito de sambista, foi ela com seu bandolim e suas melodias do passado que acalentaram minha alma para ser o sambista que sou. Em meu caminho, encontrei amigos de raro talento, que me ensinaram a pisar devagar no lamacento mundo da música. Digo isso por que, foi difícil a jornada para entender a riqueza da simplicidade que a musica brasileira tem. Fui induzido e iludido para o sucesso e esqueci que para isso, tinha que trabalhar muito. Confesso que os aplausos, tapinhas nas costas, elogios, muito me seduziu, mas, fui percebendo com o tempo que a verdadeira boa música brasileira, abre suas portas com alegria do encontro, com o sorriso estampando quando do canto da boa música, do bailado descompromissado do sambista, ou do requebrado magistral da passista.
O samba foi à porta aberta para que encontrasse amigos, irmãos de fé, inimigos, desilusões, alegrias, tristezas, mas sobre tudo, encontrei no Samba, minha consciência, minha espiritualidade e a minha alegria de viver a vida pela arte.
 Paqüera faleceu em 24 de julho de 2014.

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