Fonte: Lau Francisco
O espetáculo "Outras portas, outras
pontes" segue rodando por várias regiões da cidade. Neste fim de semana é
a vez da Cidade Patriarca. Os bailarinos da cia. realizaram até aulas de
Parkour para se adaptar às diferentes arquiteturas dos cinco locais escolhidos
para as apresentações que unem caminhada cênica nas ruas com fechamento em um
teatro. Entrada Franca!
Dança
“Outras
portas, outras pontes” dá seqüência às apresentações nas periferias e chega na
Cidade Patriarca, zona leste de SP .
Proposta
é elucidar ligações ancestrais entre os locais de espetáculo e o bairro do
Capão Redondo O apartheid “gentil” existente no Brasil, negros operários
tratados com sub-cidadãos, espaços físicos gerando separação social. Os
movimentos coreográficos propostos pelo espetáculo “OUTRAS PORTAS, OUTRAS
PONTES”, da Cia. Sansacroma, mostram em forma de dança e texto como esta
separação torna-se indignação e é transformada em material poético, explorando
questões como herança cultural e identidade do brasileiro. “Outras portas,
outras pontes”, espetáculo que roda por diversas regiões de São Paulo, tem
novas apresentações marcadas para os dias 28, 29 e 30 de março de 2014, sexta,
sábado e domingo às 19h30, no CDC Vento Leste – Clube da Comunidade Vento Leste
(R. Frederico Brotero, 60 – Cidade Patriarca), com ENTRADA FRANCA. O espetáculo
tem apoio da 15º Edição do Programa do Fomento à Dança
Com
direção artística de Gal Martins (Prêmio Denilto Gomes 2013 na categoria
Difusão da Dança, concedido pela Cooperativa Paulista de Dança), direção
coreográfica de Yaskara Manzini, e trilha sonora composta pelo multi
instrumentista Cláudio Miranda, da banda Poesia Samba Soul e os músicos Zinho
Trindade e MC Gaspar, “Outras portas, outras pontes” abarca dois momentos: uma
caminhada cênica no entorno do CDC, com termino nas dependências do espaço.
Itinerância
do espetáculo surge da necessidade de traçar uma trajetória dramatúrgica.
O
espetáculo, primeiramente concentrado nas ruas do Capão Redondo, extremo sul da
cidade, em 2013, tornou-se itinerante pela própria essência da peça, onde seu
processo criativo abrange desde o resgate da ancestralidade africano-nordestina
até o olhar sensível sobre as questões político-estéticas que permeiam a
cultura periférica, dialogando diretamente com a pesquisa estética atual que a
Cia vem desenvolvendo a cerca de dois anos que Gal Martins nomeia de:
“Dança da Indignação”.
Nesse
processo, as indignações identificadas partiram principalmente dos espaços
urbanos e comuns aos próprios bailarinos, moradores de regiões periféricas da
cidade, lugares onde emergem causas e bandeiras sociais, políticas e poéticas.
Segundo Martins, é na rua que essas indignações brotam, e onde as pessoas têm a
possibilidade de gritar e expurgá-las. A itinerância do espetáculo surge da
necessidade de traçar uma trajetória dramaturgia da história do bairro do Capão
Redondo, mas principalmente como essa história dissipa e dialoga com a questão
do Apartheid social, fazendo assim uma relação com o Apartheid da Africa do
Sul, local e situação de onde surge a lenda do pássaro que dá nome a Cia –
Sansakroma - , uma espécie de gavião que protegia as crianças sul africanas nos
massacres provocados pelo Apartheid.
Bailarinos
fazem aulas de Parkour
Os
bailarinos da Cia. Sansacroma participam de uma preparação corporal com
técnicas
de
Parkour, uma atividade cujo princípio é mover-se de um ponto a outro o mais
rápido e eficientemente possível, usando principalmente as habilidades do corpo
humano. Criado para ajudar a superar obstáculos de qualquer natureza no
ambiente circundante — desde galhos e pedras até grades e paredes de concreto.
O objetivo é explorar a arquitetura dos lugares com mais possibilidades cênicas
e coreográficas onde o espetáculo estiver, já que na primeira parte do
espetáculo o elenco realiza uma caminhada cênica nas ruas, sempre acompanhada
pelo público.
FICHA
TÉCNICA
Direção
Artística e Concepção: Gal Martins Direção Coreográfica: Yáskara Manzini
Interpretes Criadores: Rafael Edgar, Daise Gabrieli, Djalma Moura, Renato
Alves, Bárbara Santos e Thiago Silva Participação Especial: Luamim Martins
Preparação Corporal: Bruno Peixoto, Edson Fernandes, Robson Lourenço, Valéria
Mattos e Yáskara Manzini Ensaiador: Thiago Silva Trilha Sonora: Cláudio
Miranda, Zinho Trindade e Mc Gaspar Projeto de Luz e operação:
Alex
Guimarães Operação de Som: Bruno Feliciano Figurino e Adereços: Mariana
Farcetta
Direção
de Produção: Selene Marinho Produção: Radar Cultural Coordenação do Projeto de
Aproximação com o Público: Valéria Ribeiro
Estagiárias::
Tamisa Betina e Ciça Coutinho
Serviço
Espetáculo:
“Outras portas, outras pontes”
Dias: 28,
29 e 30 de março de 2014 (sexta, sábado e domingo às 19h30)
ENTRADA
FRANCA – Público máximo: 50 pessoas – senhas distribuídas com antecedência de
30 minutos no local do espetáculo. Em caso de chuva não haverá apresentação.
Local:
CDC Vento Leste – Clube da Comunidade Vento Leste (Rua Frederico Brotero, 60 –
Cidade Patriarca)
Duração:
90 minutos
Classificação
etária: 14 anos
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