ESTREIAS | TEAF - Teatro Experimental de Alta Floresta estreia espetáculos de dança e teatro em curta temporada | De 09 a 17/05
Mato Adentro, Mato Afora| teatro | dança | gratuitos
Labirinto Ruído - Uma quase jornada de um meio herói e Todo Mês Sangra, do grupo TEAF, estreiam em São Paulo
Atuando há 37 anos, o coletivo mato-grossense TEAF - Teatro Experimental de Alta Floresta aborda questões como a violência contra a mulher e a ocupação do território conhecido como Portal da Amazônia
Os espetáculos que o Grupo TEAF apresenta em São Paulo entre os dias 9 e 17 de maio
Fotos e vídeos para a imprensa AQUI
Há quase quatro décadas produzindo arte na cidade de Alta Floresta, localizada no extremo norte do estado do Mato Grosso, na área conhecida Território Portal da Amazônia, o TEAF - Teatro Experimental de Alta Floresta volta a São Paulo para apresentar dois espetáculos. A peça “LABIRINTO RUÍDO - Uma quase jornada de um meio herói” é encenada nos dias 09, 10 e 11 de maio, sexta e sábado, às 20h e domingo, às 18h no Teatro Arthur Azevedo (Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca). Já a dança-teatro “Todo Mês Sangra” tem sessões em 16 e 17 de maio, às 19h, no Centro de Referência da Dança (Galeria Formosa - Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo).
As ações integram o projeto Mato Adentro, Mato Afora, viabilizado através da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso. “Foram pouquíssimas as circulações que conseguimos fazer ao longo da nossa trajetória. Então, quisemos aproveitar a oportunidade para mostrar que o teatro é muito mais do que aquilo que é produzido no eixo Rio-São Paulo”, conta Elenor Junior, um dos produtores do TEAF.
“O TEAF mantém uma pesquisa contínua desde 1988. Somos o grupo mais longevo do Mato Grosso e organizamos outras importantes atividades, como o Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense e o Seminário de Cultura. Queremos contribuir na formação de público para o teatro e na troca de experiências entre os profissionais e os interessados na área”, declara Angélica Müller, presidenta do Grupo.
Para isso, o grupo escolheu apresentar duas obras muito importantes para a sua história. “LABIRINTO RUÍDO - Uma quase jornada de um meio herói” é o último trabalho do Grupo. Já “Todo Mês Sangra” é um espetáculo que integra o seu repertório desde 2017.
Labirinto Ruído
Com direção de Ronaldo Adriano, dramaturgia de Ana Flávia Garcia e atuação de Cassiane Leite, Fernando Zilio, Matheus Marins e Ronaldo Adriano, “Labirinto Ruído” foi construído a partir das memórias do elenco.
“O processo partiu das lembranças dos integrantes do grupo provocadas por objetos pessoais dos envolvidos na montagem. Quisemos discutir sobre quais memórias e imagens são ativadas em cada um de nós ao nos depararmos com determinados objetos, sejam nossos ou de outras pessoas. Quais recordações são reavivadas quando pegamos um caderno antigo na gaveta, por exemplo?”, comenta Ronaldo Adriano.
Realidade e ficção se entrecruzam na narrativa, gerando reflexões sobre sexualidade, medos, traumas, relações de gênero e legados. Nessas histórias, também é possível identificar críticas a respeito da ocupação da Amazônia. “Cidades como Alta Floresta surgiram com uma proposta bem desenvolvimentista. Muitas famílias se mudaram para lá com a promessa de ganhar muito dinheiro”, afirma Junior.
“HERÓI: “Tenho segredos sombrios que escondo, memórias enterradas que preferiria esquecer, mas que ainda assombram meus sonhos... trago mentiras que contei e os
enganos que cometi”.
“HPC: E tem a falta de perdão que nutre por si mesmo e pelos outros, construindo muros ao invés de pontes nos seus relacionamentos. Pronto. Terminamos?”
Trecho da dramaturgia de Labirinto Ruído
O cenário de Ronaldo Adriano emula um labirinto fluido e móvel que, ao mesmo tempo, aprisiona, mostra saídas e serve de habitat para as figuras que interagem com o personagem central. Para aumentar a imersão do público, também acontecem projeções de paisagens amazônicas e das materializações cênicas das memórias suscitadas no processo de montagem.
Já a trilha sonora original de Bruno Bazílio foi concebida a partir de improvisações sonoras de vários instrumentos, provocando na plateia as mais diversas sensações, como as de calmaria, festejo e turbulência.
Sinopse: O trabalho conta a história de um homem comum que, motivado por uma questão íntima perturbadora, inicia sua trajetória de enfrentamento pessoal com diversos personagens, obstáculos, memórias, objetos e desafios na busca de algum tipo de informação que o possa transformar.
Todo Mês Sangra
O espetáculo “Todo Mês Sangra” foi a primeira experiência do TEAF com dança e teatro. Por meio do gestual, a companhia quis discutir a violência contra a mulher nas suas mais diversas formas: tanto as agressões físicas quanto as violências psicológica, moral, sexual e patrimonial.
Uma única bailarina-intérprete está em cena, Cassiane Leite. O ponto de partida da concepção da obra, conforme explica a atriz, são suas próprias vivências e memórias, decupadas no processo de pesquisa e concepção, realizados por Clodoaldo Arruda, que também é diretor do espetáculo.
“A partir de elementos cênicos, fatos, comportamentos e conflitos, a bailarina-intérprete leva o público a refletir sobre as tantas dores e julgamentos que as mulheres são submetidas diária e historicamente, com objetivo de ressignificar essa condição e as suas trajetórias, e conquistando sua autonomia e liberdade”, enfatiza Cassiane. Clodoaldo explica então, que, “Ao longo da encenação, ela percorre oito momentos: o corpo extensivo associado ao pecado; a busca do novo, o rompimento das regras introjetadas no particular e as forças contrárias a uma possível libertação; o impulso acontece, o próprio corpo a detém; o acionar lembranças, cenicamente voltar para as visualizações de como tudo pode acontecer, o avanço, tirar o laço dos próprios olhos; recomeços; o leve, o próprio corpo e o respeito sobre ele; o corpo agredido precisa de cura; e a convocação para unir forças”.
Conforme descreve a atriz, é um espetáculo que busca conduzir o público, tanto homens quanto mulheres, à uma profunda reflexão sobre a condição das mulheres nos mais diversos espaços, na tentativa de possibilitar a superação de todos os tipos de violência que a estrutura social impõe às mulheres.
Sinopse: Uma protagonista, num momento de recortes, colagens e lembranças, questiona e ressignifica sua vida na contemporaneidade. A poesia está em ser mulher e ser respeitada por isso. Por meio da dança, o trabalho aborda a violência enfrentada por essa população, tanto as agressões físicas quanto as silenciosas.
FICHAS TÉCNICAS
Labirinto Ruído - Uma Quase Jornada de um Meio Herói
Direção e encenação: Ronaldo Adriano Texto e dramaturgia: Ana Flávia Garcia Elenco: Cassiane Leite, Matheus Marins, Ronaldo Adriano e Fernando Zilio Trilha sonora original: Bruno Bazilio Cenário: Ronaldo Adriano Marceneiro: Valdecir Marceneiro Produção e confecção de adereços: Cassiane Leite e Maria Eduarda Marques Lima Pintura e cenário e elementos de cena: Jane de Paula Pesquisa e concepção de figurino: Ronaldo Adriano e Angélica Muller Produção de figurino: Míriam Marques da Paz Lima Costureira: Terezinha Freitas Maciel Iluminação: Fernando Zilio Operação de luz: Fernando Zilio e Cassiane Leite Operação de som e projeção: João Lucas da Silva Intérprete de Libras: Fabiano Campos Produção de material fotográfico e vídeo: Mequiel Zacarias Ferreira e Wyllon de Oliveira Comunicação: Mequiel Zacarias Ferreira Produção: Elenor Cecon Júnior
Todo Mês Sangra
Direção e concepção: Clodoaldo Arruda Coreografia em Processo colaborativo: Clodoaldo Arruda Ensaiador: Ronaldo Adriano Bailarina-intérprete: Cassiane Leite Pesquisa Musical: Clodoaldo Arruda Cenografia e figurino: Clodoaldo Arruda Operação de som e luz: Fernando Zilio Produção: Elenor Cecon Júnior Comunicação: Mequiel Zacarias Ferreira
SERVIÇO:
LABIRINTO RUÍDO - uma quase jornada de um meio herói
Data: 9 a 11 de maio, sexta e sábado, às 20h e domingo às 18h
Teatro Arthur Azevedo - Anexo
Endereço: Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca
Ingressos gratuitos: retirados na bilheteria ou através do Sympla (clique aqui)
Telefone: (11) 2604-5558 Duração: 70 minutos Classificação: Livre
Dias 09 e 10/05 as sessões terão interpretação em Libras.
Todo Mês Sangra
Data: 16 e 17 de maio, sexta e sábado, às 19h
Centro de Referência da Dança (CRD)
Endereço: Galeria Formosa - Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
Ingressos gratuitos: distribuídos com uma hora de antecedência na bilheteria do CRD
Telefone: (11) 3214-3249 Duração: 40 minutos Classificação: 12 anos
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