"A
Mulher Perfeita": Peça retrata o drama de imigrantes brasileiros em
Portugal e a busca ilusória pela perfeição
No palco do Pequeno Ato, a Cia. Os
Profanos confronta padrões sociais e mergulha nas pressões sobre identidade e
pertencimento
Em outubro de 2024, o Pequeno Ato, em
São Paulo, apresenta "A Mulher Perfeita", uma produção da companhia
de teatro Os Profanos, dirigida por Guilherme Franco e com dramaturgia de
Jonatan Cabret. A temporada, que vai de 12 a 27 de outubro, contará com apresentações
aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h. A peça aborda temas como
imigração, transexualidade e as pressões de uma sociedade constantemente em
busca da perfeição.
"A Mulher Perfeita" acompanha
Crisálida, uma jovem trans imigrante brasileira em Lisboa, que observa de perto
as vidas dos moradores locais e de outros imigrantes que, assim como ela,
buscam uma nova oportunidade. Ao lado de José, um jovem português dotado de
habilidades mediúnicas, Crisálida embarca em uma jornada que transita entre a
vida e a morte, o amor e o desapego, sempre cercada de questionamentos sobre o
que realmente significa ser "perfeito".
Explorando os desafios da imigração e a
ilusão da perfeição
A peça se fundamenta na premissa de
que, para muitos brasileiros, viver na Europa representa um “pote de ouro” – um
sonho de estabilidade e qualidade de vida. No entanto, a realidade
frequentemente se revela dura e complexa. "A Mulher Perfeita" retrata
a experiência de imigrantes que enfrentam não apenas o desafio de estarem longe
de suas raízes, mas também o preconceito e a xenofobia, especialmente de alguns
nativos portugueses que resistem à presença de estrangeiros em seu país.
Em um cenário multicultural de Lisboa,
Crisálida e José cruzam caminhos e, juntos, desvendam os segredos e as histórias
de outros personagens marginalizados. Inspirada na estética Red Herring, a
trama se desdobra em um labirinto de falsas pistas e reviravoltas. Cada
personagem, com suas motivações e aspirações, convida o espectador a refletir
sobre a busca desenfreada por aceitação e o peso de se adequar às expectativas
externas. A narrativa entrelaça suspense e drama, utilizando essa mesma
estética para envolver o público em uma trama repleta de ilusões e enganos. Em
suas jornadas pela perfeição, os personagens provocam o espectador a considerar
a verdadeira essência do que significa ser perfeito.
Segundo o diretor Guilherme Franco, “a
peça questiona, acima de tudo, o que realmente significa ser perfeito em uma
sociedade obcecada por expectativas irreais”.
Uma peça que discute temas urgentes e
contemporâneos
Para Jonatan Cabret, dramaturgo
envolvido em várias produções paulistanas, o espetáculo serve como um espelho
da sociedade contemporânea, abordando questões frequentemente silenciadas. “A
peça traz à tona assuntos difíceis, como bulimia, ninfomania e violência, propondo
uma reflexão sobre o impacto dessas pressões em um mundo que impõe padrões
irreais”, explica Cabret. Ele observa que “A Mulher Perfeita é um convite para
o público enfrentar suas próprias expectativas e cultivar empatia por essas
histórias”.
A peça também aborda questões de gênero
e identidade, com Crisálida como um símbolo de resistência e autenticidade. Em
uma sociedade que frequentemente marginaliza aqueles que desafiam normas
estabelecidas, a transexual imigrante representa a luta e os desafios enfrentados
pelas pessoas LGBTQIAP+, especialmente quando estão longe de casa e sem o
suporte familiar.
A obra aborda outros temas urgentes e
sensíveis, como violência, bulimia, ninfomania e ideais suicidas, refletindo a
realidade de muitos em um mundo onde as redes sociais exacerbam a busca por
validação. “É um convite para o público confrontar suas próprias expectativas e
cultivar empatia por essas histórias”, afirma o dramaturgo.
A estreia de Guilherme Franco na
direção
Guilherme Franco, com vasta experiência
como ator, faz sua estreia como diretor em "A Mulher Perfeita". Com
uma trajetória consolidada no teatro Bibi Ferreira, Franco enfrenta o desafio
de dirigir um elenco diverso e numeroso, que inclui nomes importantes do teatro
paulista, como Anderson Neves, Belenice Baeza, Bruno Gambini, Bruno Nunes
Lesses, Carlinhos Tucson, Cacau Almeida, Doni Gadêlha, Edvaldo Ramalho, Elisa
Naamã, Fabrizzio SanVarez, Hugo Henrique de Souza, Paola Romero, Talita Duarte
e Thalita Alves.
“Busquei explorar o tema da imigração e
aprofundar a luta interna de cada personagem, onde a ideia de perfeição se
revela como uma máscara que utilizam para se proteger do julgamento social”,
afirma Franco.
O espetáculo também explora a tensão
entre tradição e modernidade, representada por Seres e Fysi, um casal cigano
que decide romper com suas tradições para viver entre imigrantes brasileiros.
Além disso, aborda as pressões estéticas e a espetacularização da dor nas redes
sociais, por meio do influenciador Venério e sua personalidade dupla, sombria e
perfeita, Éron. Esses enredos secundários complementam a narrativa principal,
criando um mosaico cultural que desafia os conceitos de pertencimento e
identidade.
Agenda*
Quando:
Sábados e domingos de outubro
Horário:
Sábados, às 21h; Domingos, às 19h
Local:
Teatro Pequeno Ato, São Paulo
Endereço: Rua
Dr. Teodoro Baima, 78 - Vila Buarque, São Paulo - SP, 01220-040
Classificação
etária: Livre
Ingressos:
https://www.sympla.com.br/evento/a-mulher-perfeita/2679098
e via WhatsApp da Cia. (+351) 968 762 235.
Ficha
Técnica
Direção:
Guilherme Franco
Texto:
Jonatan Cabret
Elenco:
Anderson Neves, Belenice Baeza, Bruno Gambini, Bruno Nunes Lesses, Carlinhos
Tucson, Cacau Almeida, Doni Gadêlha, Edvaldo Ramalho, Elisa Naamã, Fabrizzio
SanVarez, Hugo Henrique de Souza, Paola Romero, Talita Duarte, Thalita Alves.
Designer
de Maquiagem: Vini Welch
Designer
de Figurinos: Davi Olliver
Produção
associada; Belenice Baeza e Pedro Fagundez
Realização:
Cia.
Os Profanos
Assessoria
de Imprensa: Bruno Gambini e Jonatan Cabret
Sobre a Cia Os Profanos
A Cia Os Profanos foi
criada em 2017 e iniciou suas atividades com a estreia de Nossa História, um
espetáculo que ficou em cartaz de maio a outubro de 2017 e foi eleito pelo Guia
Gay SP como o 2º melhor espetáculo com temática LGBTQIAP+ de São Paulo. No
cinema, a companhia lançou o selo Lumière Filme e produziu o premiado O Homem
do Último Testamento. Agora, em 2024, a Cia expande suas atividades com a
criação de sua primeira filial, Os Profanos Rio, e a estreia da 3ª temporada de
A Hora da Leitura Dramática.
Para mais informações, entre em contato
com:
Bruno Gambini
Assessoria de Imprensa
Email: gambini.imprensa@gmail.com
Telefone: (11) 993724708

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