“Já nascemos mortos”, espetáculo do Coletivo Sankofa, foi criado a partir de depoimentos e notícias sobre crimes contra homossexuais








Fonte : Lau Francisco 
Fotos : Cissa Oliveria e Orlando de Souza

Um relatório divulgado recentemente na grande mídia pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) aponta que em 2014 o número de pessoas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) assassinadas aumentou em 4% em 2014. Crimes homofóbicos pertencem à categoria dos crimes de ódio. Um ódio que se espalha e cria raízes. A partir do fato de que pessoas estão sendo mortas pelo simples fato de amarem e desejarem corpos iguais. Quando nos calamos diante de cada demonstração de violência homofóbica compactuamos para um possível assassinato.
A partir dessas inquietações urgentes o Coletivo Sankofa criou o espetáculo “Já nascemos mortos”, que estreia dia 08 de outubro de 2015, no Centro Cultural da Penha, às 20h (Largo do Rosário, 20). A temporada se estende até o mês de novembro em CEUs, Centros Culturais da Juventude e teatros de São Paulo.
Com a concepção e direção de Anderson Maciel, “Já nascemos mortos” parte da hipótese real de que homossexuais já nascem com sua sentença de morte anunciada, simplesmente por serem o que são. Nesta perspectiva, a institucionalização da homofobia é legitimada diariamente pela família, escola e Estado. “Quando nos calamos para o apedrejamento, para o gatilho puxado, para a paulada, escolhemos um lado mesmo que não seja feito pelas nossas mãos”, dispara Anderson Maciel, que, para chegar ao resultado deste espetáculo baseou-se em notícias de crimes homofóbicos e 20 depoimentos que deram voz a familiares de vítimas que puderam contar suas histórias de perda. Para estas entrevistas o Coletivo Sankofa ganhou o apoio do grupo “Mães pela Igualdade”, que reúne mães de várias partes do Brasil que lutam contra a discriminação, violência e homofobia.
Pessoas estão morrendo. E só porque amam e desejam pessoas do mesmo sexo” (Anderson Maciel, diretor)






Coreografias desfilam situações de personagens reais
As coreografias e os textos têm a intenção de apresentar corpos sentenciados. Neste caso, tanto o texto como a dança propriamente dita, conduzem o público à comoção e cumplicidade com essas mortes. O grupo trabalhou dentro da estética da dramaturgia do movimento – a potência do corpo em cena – de uma forma que os textos não tenham peso explicativo. As entrevistas realizadas pelo coletivo transformaram-se em uma dramaturgia confessional, como a história de uma criança que teve o pescoço apertado pelo próprio pai que não o aceitava diante de uma frase-sentença: “ Você vai aprende a ser homem! ”. “Já nascemos mortos” conta alguns destes casos que vão aos poucos misturando-se ou seguindo isoladas no percurso do espetáculo.
A cenografia foi pensada para que o público fique bem próximo dos atores-criadores: cadeiras serão distribuídas no palco para que as pessoas sejam parte integrante do espetáculo. No centro da cena, um caixão de criança, simbolizando a crueldade justificada, um símbolo do corpo julgado antes de suas escolhas. No ambiente cenográfico, um cheiro de dama da noite traz a experiência sensorial ao público.
O espetáculo é uma possibilidade de se pensar sobre quem morre e quem mata, de que há uma grande violência se fortalecendo quando não impedimos uma piada homofóbica, quando não permitimos que o outro possa se expressar da sua forma.  A peça também pode provocar uma pergunta: o que nos temos com isso?”, explica Anderson Maciel. O espetáculo nasceu a partir do projeto “Quem vai chorar por eles?”, que  busca promover canais de abertura para se discutir a homofobia. Todas as ações propostas pelo projeto foram de certa forma para alimentar o processo de pesquisa e criação do espetáculo, como  oficinas de teatro do oprimido e teatro documentário; uma série de roda de conversa com convidados sobre criminalização da homofobia, homossexualidade e família, afrohomossexualidade e exibições de filmes seguidos de bate papo.
Ficha Técnica

Concepção e Direção: Anderson Maciel Intérpretes Criadores: Amanda Fusco, Betto Severo, Jonas Bueno, Igor Silva, Rodrigo Mar e Tata Ribeiro
Textos: O Coletivo Vídeos: Brunno Dmitri e Betto Severo Figurinos e Cenografia: Marcia Novais e Sissa de Oliveira Trilha Sonora: Uelinton Seixas
Desenho de Luz: Betto Severo e Tata Ribeiro Operador de Luz: Matheus Sousa Operador de Som: Lucas De Souza Fotografia: Sissa Oliveira e Orlando de Souza Projeto Visual: Robson Peres Designer Gráfico: Vanessa Rocha Audiovisual: Bruno Torchi
Assessoria de Imprensa: 7 Fronteiras Comunicação


TEMPORADA 2015  - GRATUITA

OUTUBRO
Dia 08 ás 20hs -  Centro Cultural da Penha (ESTRÉIA)
Largo do Rosário, 20 - Penha, São Paulo - TEL (11) 2295-0401

Dias 16 e 17 ás 21hs e Dia 18 ás 19hs - Teatro Alfredo Mesquita
Avenida Santos Dumont, 1770 – Santana, São Paulo - (11) 2221-3657

Dias 23 e 24 ás 20hs e 25 ás 19hs - Teatro Zanoni Ferrite
Av. Renata, 163 - Vila Formosa, São Paulo - (11) 2216-1520

Dia 27 ás 20hs -  CEU Caminho do Mar
Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 5241 - Vila do Encontro, São Paulo - (11) 3696-5550

Dia 31 ás 20hs -  Centro Cultural da Juventude
Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641 - Vila Nova Cachoeirinha, São Paulo (11) 3984-2466

NOVEMBRO
Dia 06 ás 20hs - CEU Parque São Carlos
Rua Clarear, 141 - São Miguel Paulista CEP 08062-590 - São Paulo - (11) 2045-4250

Dia 08 ás 18hs  - Espaço Cultural Cantinho de Todas as Artes – CITA
Endereço: Rua Aroldo de Azevedo, 20 – Campo Limpo / Zona Sul – São Paulo –
 (11) 5844-4116

Dia 15 ás 18hs – Centro Cultural Teatro Refinaria
Rua João Laet, 1507– Mandaqui, São Paulo - (11) 3624-9301


NOVEMBRO TEMPORADA PAGA $$

De 07 a 28 de novembro ás 20h30 (Sextas) – Teatro Studio Heleny Guariba
Praça Roosevelt, 184 – Centro, São Paulo - Tel (11) 3259-6940







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