53 anos do “Dia Internacional contra a Discriminação Racial”


 Fonte: Site Amaivos (trechos)


21 de março de 1960.  Há cinquenta e tres anos o mundo viu dezenas de mulheres e crianças sucumbirem a tiros por policiais durante o regime do apartheid, no bairro Shaperville, em Johannesburg , capital da África do Sul. O fato ocorreu durante os protestos pacíficos contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a andar com cartões de identificação que estabeleciam os limites entre os locais de acesso permitido e as zonas proibidas.  Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Este fato ficou conhecido como o “Massacre de Shaperville”. Foi em memória a essa tragédia que a Organização das Nações Unidas – ONU – instituiu o dia 21 de março como o “Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial”.  A intenção da Assembléia Geral da ONU, com esta Resolução 2142 (XXI), de 26 de outubro de 1966, era a de instar a comunidade internacional a redobrar seus esforços para eliminar todas as formas de discriminação racial, consciente de que aquele fato, em Shaperville, não era isolado do contexto do racismo ainda vigente em toda e qualquer parte do planeta











Quanto de racismo temos por aqui... ainda...
Apesar da evidencia histórica sobre a fragilidade da igualdade racial no país há ainda quem afirme que o Brasil não pode ser considerado um país racista, justo porque não há “evidências” de formação de grupos declaradamente essencialistas, e que um país só é racista se houver grupos racistas. No entanto ainda não há uma explicação tão palpável quanto a não presença de indivíduos negros na fina elite (econômica e intelectual) brasileira. Estas pessoas também não atendem ao que se convencionou como “boa aparência” nos currículos das grandes empresas, e segundo os dados da controversa ONU, divulgados no PNUD de 2005, quanto mais se avança rumo ao topo das hierarquias de poder, mais a sociedade brasileira se torna branca. Isto remete ao que a intelectual Lélia Gonzalez já chamava atenção na década de 80 do século passado.
Racismo? No Brasil? Quem foi que disse? Isso é coisa de americano. Aqui não tem diferença porque todo mundo é brasileiro acima de tudo, graças a Deus. Preto aqui é bem tratado, tem o mesmo direito que a gente tem. Tanto é que, quando se esforça, ele sobe na vida como qualquer um. Conheço um que é médico; educadíssimo, culto, elegante com umas feições tão finas... Nem parece preto.
Notoriamente não há como dissociar a questão racial das questões que envolvem saúde, emprego, formação escolar, violência, seguridade social entre tantas outras coisas, posto que a estes setores configuram o perfil da sociedade brasileira. Ainda pelos indicadores do PNUD, o Brasil ocupa o 73° lugar no ranking do IDH (índice de desenvolvimento humano, elaborado pela ONU).  Este estudo, contudo, indica também que, se as populações brancas e negras representassem países diferentes, as posições também seriam distintas, chegando à discrepância de 61 posições entre os dois grupos. Pela análise o Brasil de maioria “branca” ficaria em 44° lugar no ranking, junto a países como a Costa Rica enquanto a parcela de maioria “negra” ficaria 105° lugar abaixo de países como o Paraguai, por exemplo.
 






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